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Rural

Melhoramento genético será pauta do Simpósio do Leite

Palestrante levará novidades ao setor lácteo em evento que acontecerá em junho, no norte do RS

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Por Assessoria de imprensa
Foto Divulgação - assessoria de imprensa

A cidade de Erechim se prepara para realizar mais uma edição do Simpósio do Leite de Erechim, o maior evento do segmento no Sul do Brasil, organizado pela Associação dos Médicos Veterinários do Alto Uruguai (Amevau). A programação já está toda definida e será composta de importantes palestras técnicas, além da exposição de trabalhos na Mostra Científica, e os debates que serão gerados no Fórum Nacional de Lácteos.

Um dos assuntos a serem abordados no Simpósio, será o melhoramento genético na bovinocultura leiteira, na palestra do doutor Cleocy Fam de Mendonça Junior, que terá apoio da Zoetis. Ele explica que pretende levar ao público participante, um pouco do que está acontecendo em termos de melhoramento genético no mundo e como as melhorias podem impactar o negócio no Brasil.

“Todos nós sempre ouvimos falar da importância do melhoramento genético na atividade leiteira, mas será que isso realmente impacta em mais dinheiro no bolso do produtor? O que pretendo mostrar é que sim. Quando melhoramos geneticamente nossos animais aumentamos a eficiência do mesmo e isso se traduz em melhor rentabilidade no sistema”, explica Cleocy.

Ele explica que atualmente, não há um cuidado específico devido à genômica. “Mas os cuidados são gerais quando falamos de seleção genética. Qualquer programa de melhoramento genético o principal é começarmos com um objetivo em mente, ter foco, pois com a quantidade de informações que temos hoje é muito fácil um produtor se perder em seus objetivos na hora de realizar a seleção genética de seus animais. Por isso minha primeira indicação é ter foco, comece a construir hoje a vaca que estará ordenhando daqui quatro anos e se não soubermos que vaca é esta, nunca chegaremos lá”, acrescenta.

“Outra coisa muito importante quando falamos de seleção genética é que não se faz melhoramento focado em indivíduo, mas sim em rebanho. Não adianta nada eu “construir” um animal espetacular para os objetivos que procuro e o restante do meu rebanho ser extremamente ruim para os mesmos objetivos e isso a genômica nos ajuda, e muito, pois ela “enxerga” características em nossas fêmeas que até pouco tempo era quase impossível saber seus valores”, pontua o palestrante.

Para ele, não há duvidas que muito já se evoluiu neste setor, no Brasil. “Sem dúvida há uma evolução genética ocorrendo gradativamente no Brasil, mas, de forma geral, está a passos lentos, pois ela ocorre de maneira desigual. O Brasil é um país grande, com muita diversidade cultural e com tradições de criação de gado arraigadas”, diz.

“Existem produtores e regiões com programas de melhoramento genético muito desenvolvido e andando a passos largos, mostrando que é possível termos níveis de evolução genética tão bom e até melhores que os de fora do país, mas também há uma parte de produtores que se prendem as tradições e ficam dando voltas sem sair do lugar. Exemplo do que estou falando é que vários produtores brasileiros conseguem obter médias de produção de leite próximo a 40 quilos de leite/vaca/dia e outros produtores não conseguem romper a barreira da média de produção de leite dos cinco quilos de leite/vaca/dia”, explica.

O doutor Cleocy acredita que ainda falta um pouco mais de objetivo na seleção para alguns produtores de leite. “Avaliamos que os produtores precisam dar mais atenção as questões de saúde no momento em que montam o seus programas de seleção, já que o mundo está cada vez mais buscado vacas que produzam leite com mais qualidade. Normalmente as vacas que reproduzem acabam duram bastante tempo na operação e não dão problemas de mastite, casco, entre outras. É o conceito da “vaca invisível”, ou seja, aquela que desempenha bem o seu trabalho e que nunca necessita de nossa atenção, já que não nos traz problemas. Sinto que no Brasil estamos preocupados com alguns conceitos como de “lindas vacas” e acabamos esquecendo o que realmente nos dá resultado e acaba pagando as contas na produção. Nós acreditamos em características do “tipo funcional”, onde as vacas necessitam ter boas pernas e bons úberes para desempenharem seus papeis no manejo, mas isso não significa que necessitam ser “lindas” e muito menos ganhar um exposição”, amplia o palestrante.

Ele frisa ainda que o melhoramento genético está às mãos de todos os produtores, cada vez mais fácil e disponível. “A genética é parte importante em uma operação leiteira, ela faz parte das bases para se ter sucesso na atividade e mesmo assim por diversas vezes é negligenciada. Acho que só falta o produtor entender seu valor e realmente querer. O que ocorre é que como o Brasil é um país onde muitos produtores desconfiam da tecnologia e preferem fazer do jeito tradicional, do jeito que seus pais e/ou avós faziam e por isso não buscam a tecnologia”, argumenta Cleocy.

E o futuro da produção leiteira com a evolução genética no Brasil? “Sem dúvida alguma produziremos cada vez mais leite e principalmente com animais mais eficientes, que fazem sobrar mais dinheiro em nossos bolsos”, completa o palestrante do Simpósio do Leite de Erechim.

Inscrições abertas

O Simpósio do Leite de Erechim já está recebendo inscrições para a 14ª edição que acontecerá entre os dias 7 e 8 de junho deste ano, junto ao Polo de Cultura, no Parque da Accie, em Erechim, norte do RS. As inscrições já podem ser feitas para os três eventos que farão parte do Simpósio: o Fórum Nacional de Lácteos, a Mostra de Trabalhos Científicos e o próprio Simpósio, que será composto por cinco palestras técnicas.

Para este ano, as inscrições antecipadas pode ser feitas com desconto em relação aos dias do evento. O valor será de R$ 100,00 por pessoa, incluindo um almoço e a participação em quatro mil breaks, além, claro, de todos os eventos. Há desconto ainda para grupos de pelo menos 15 pessoas. As inscrições para grupos podem ser feitas pelo email contato@simposiodoleite.com.br. Os demais devem se inscrever diretamente no site oficial do evento, www.simposiodoleite.com.br.

Também estão abertas, para estudantes, professores, técnicos e pesquisadores, as inscrições para a Mostra de Trabalhos Científicos. Trata-se de apresentação de trabalhos e pesquisas sobre o setor lácteo nacional e que trazem soluções para a produção leiteira no País. Este ano, assim como nos anteriores, haverá premiação financeira aos vencedores, que serão avaliados por uma banca de professores, ao longo do evento.

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