Apesar da boa colheita em 2016, dos pequenos volumes exportados e das importações elevadas, as cotações de trigo subiram ainda mais nos últimos dias no Paraná e Rio Grande do Sul e atingiram os maiores patamares nominais do ano. Isso porque os preços internacionais e a taxa de câmbio seguem oscilando, cenário que tem retraído vendedores, segundo colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Cepea.
Além disso, mesmo com a maior demanda, o frete mais caro para entrega do trigo tem feito compradores focarem no transporte de milho segunda safra.
No mercado de balcão, as cotações fecharam em R$ 32,58/saca de 60 kg no sudoeste do Paraná no dia 23. No mercado de lotes os valores também chegaram às máximas do ano, com a média da tonelada a R$ 595,14 em Ijuí.
Otimismo com cautela
O coordenador do curso de Engenharia Agrícola da URI de Erechim, professor Sérgio Henrique Mosele, alerta que esse momento é de otimismo e ao mesmo tempo exige cautela, principalmente porque há uma concorrência internacional que deve ser considerada. Ao passo que há uma janela de mercado interessante até o fim do ano, registra-se a preocupação. “Aos produtores que plantaram neste ano, a recomendação é muito cuidado na comercialização, pois agora há uma escassez de produtos no Mercosul, por isso o trigo registra um preço mais alto. Contudo, a partir de agosto o trigo americano começa a chegar no país, e na sequência o trigo argentino e possivelmente irá levar à queda no preço”, explica.
Ainda conforme o professor, as variações que ocorrem neste momento, podem não influenciar muito no preço ao consumidor. Contudo, pode ocorrer elevação na chegada do trigo americano.