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Outorga de título a Yeda Crusius é rejeitada em plenário

Proposta de autoria do vereador Renan Soccol (PSDB) previa conceder a honraria de Cidadã Erechinense a primeira governadora a comandar o Estado

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Ex-governadora e deputada federal Yeda Crusius não receberá o título de Cidadã Erechinense
Por Karine Heller
Foto PSDB/Divulgação

Na última sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Erechim, realizada na segunda-feira (4), parlamentares rejeitaram com nove votos contrários e oito favoráveis, a proposta do vereador Renan Soccol (PSDB), de conceder título de Cidadã Erechinense a ex-governadora e deputada federal, Yeda Crusius (PSDB). Apesar de receber parecer constitucional da Comissão de Justiça e Redação, com relatoria do vereador André Jucoski (PDT), a votação dos parlamentares em plenário não alcançou os 12 votos favoráveis, que representa dois terços dos vereadores, segundo regimento interno do Legislativo.

Voto secreto

Conforme informações da secretaria da casa legislativa, a votação em plenário para conceder título de Cidadão Erechinense é realizada através do voto secreto, com votação em urna, de acordo com as normas estabelecidas no regimento interno da Câmara de Vereadores. Somente para decreto legislativo de outorga de título de Cidadão Erechinense o voto é secreto e o presidente da casa também vota. Apesar do voto ser secreto, é possível vislumbrar quais foram os parlamentares que votaram a favor e contra, sendo o placar de oito a nove, correspondente ao número de parlamentares de situação e oposição.

Rejeição avaliada como aprendizado

Para o vereador, autor da proposição, a rejeição em plenário serve como aprendizado e experiência. “Nossa proposta previa conceder a honraria para a ex-governadora pelo trabalho realizado, durante o seu mandato frente ao governo do Estado (2007/2010), como gestora pública, bem como reconhecer a importância do papel da mulher na política, por ela ter sido a primeira governadora a ter comandado o Rio Grande do Sul. Além disso, uma das suas marcas de governo foi ter zerado o déficit das contas públicas do Estado. Acredito que a rejeição se deve ao fato da classe política estar desacreditada, e também pela grande movimentação contrária nas redes sociais. Porém, reforço que, isso é um aprendizado. Talvez o cenário político atual tenha influenciado também na rejeição de conceder um título de tamanha importância a uma representante da classe política do nosso País”, disse Renan Soccol.

Em sua justificativa no projeto, o parlamentar destacou a carreira da ex-governadora. “Yeda é formada em economia pela Universidade de São Paulo, sendo pós-graduada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo e pela Universidade Vanderbilt. Ela iniciou sua carreira acadêmica em Porto Alegre e lecionou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sendo uma das primeiras diretoras da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS. Entre janeiro e maio de 1993, ocupou o cargo de ministra do Planejamento no governo de Itamar Franco. Um ano após renunciar como ministra, foi eleita deputada federal pelo Rio Grande do Sul, sendo reeleita em 1998 e 2002. Candidata a governadora do Rio Grande do Sul nas eleições de 2006, foi eleita no segundo turno e se tornou a primeira mulher a governar o Estado. Como governadora, ficou reconhecida por ter zerado o déficit das contas públicas do Estado”, diz o texto do parlamentar.

No que se refere ao trabalho realizado em prol de Erechim e da região do Alto Uruguai, Renan destacou em sua justificativa alguns pontos como entrega de novas viaturas para a Brigada Militar e Polícia Civil e o investimento de R$ 60 mil para conclusão da obra da Delegacia da Mulher de Erechim, em 2009. Outros pontos apontados pelo parlamentar foi a pavimentação da RSC-480 e da ERS-475.

Contraponto

O vereador Alderi Oldra (PT) abriu publicamente seu voto à reportagem, declarando que votou contra à proposta. Ainda, afirmou que, em sua percepção, a votação deveria ser pública e não em voto secreto, para que as pessoas saibam o que cada parlamentar definiu. Oldra também destacou que, pelo placar, fica intrínseco quais parlamentares votam favoráveis à proposta.

“O principal motivo pelo qual votei contra a outorga do título de Cidadã Erechinense à ex-governadora foi o fato de que ela, enquanto suplente de deputada federal, manifestou voto favorável às reformas Trabalhista e da Previdência. Certamente que algumas mudanças precisam ser feitas, mas não da forma como está sendo conduzido o processo, penalizando principalmente àqueles que recebem menos. Outro ponto é que sou professor, e como representante da categoria, não posso ir contra os meus princípios e votar favorável à concessão de título a uma pessoa que defende reformas que penalizam à população”, disse o parlamentar.

“Obviamente que, enquanto governadora, a Yeda desempenhou o seu papel como gestora pública. Os benefícios alcançados para Erechim e região do Alto Uruguai, fizeram parte das suas obrigações como chefe do Executivo estadual. Seria hipocrisia da minha parte ser favorável à proposta, concedendo títulos e honrarias a quem não moveu uma palha pela população, enquanto ocupante de uma vaga na Câmara de Deputados em Brasília”, finalizou Alderi Oldra.

Títulos concedidos pelo Legislativo

De acordo com informações da secretaria da casa legislativa, os últimos títulos de Cidadão Erechinense foram outorgados para a professora e doutora em educação, Jaqueline Moll e para o pastor presidente da Assembleia de Deus de Erechim, Geraldino da Silva. Ambos os títulos foram concedidos em 2016. Para 2017, o primeiro a receber a honraria será o empresário, Orélio Antônio Pezzin, em sessão solene a ser realizada no dia 29 de setembro. A proposição do vereador André Jucoski (PDT) foi aprovada por unanimidade em plenário, na sessão de 17 de julho.

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