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Blog do Coluna do Leitor

Educação

Educação e a comunicação não-violenta

Por Coluna do Leitor
Foto Divulgação

Educação e a comunicação não-violenta

Jaqueline Lenhardt

Professora

 

Educar em todas as situações, na escola, na comunidade, nos grupos sociais, em casa, no trabalho, entre outros, exige além do conhecimento racional e sequencial, a relação humana, os valores, as culturas, a comunicação dialógica, as emoções, a afetividade, a criatividade e o autoconhecimento.

A educação é hoje um assunto de muitas discussões, de uma mudança paradigmática, com visão de um ser humano complexo, em que tudo é interligado à sua vida, aparecem às crises didáticas, a falta de postura pedagógica e que algumas atitudes necessárias frente ao contexto social são difíceis de serem compreendidas pelos educadores. Todavia, é preciso relembrar que cada educando tem sua história, uma determinada realidade familiar e social, um jeito de aprender, com qualidades, competências, habilidades, mas também dificuldades, limitações, necessidades afetivas, cognitivas, emocionais e espirituais.

Muitas vezes, a maneira como cada educando age, aprende, vive e se relaciona no meio em que vive, interfere muito na aprendizagem e no desenvolvimento intelectual, pois os sentimentos, os conflitos e as emoções fazem parte do ser humano. Porém, esse entendimento nem sempre é bem compreendido pelas pessoas. O caráter dado a forma de se relacionar em toda a escola era controlar o desenvolvimento intelectual da pessoa, manipulando suas ideias e sentimentos, não abrindo espaço para interrogações e conflitos.

Hoje, sabe-se que a comunicação e a relação saudável com o outro precisa fazer parte do dia a dia, pois, através da palavra, do toque, do sentido de viver, da reflexão sobre o próprio ser e saber, é que o indivíduo torna-se mais acessível a mudanças, vivencia seus sentimentos, conflitos e emoções.

Diante dos conflitos que acontecem diariamente na vida de todas as pessoas, percebe-se a dificuldade de apenas ouvir com empatia, pois as palavras que o outro ouve são palavras de julgamentos e comparações. Como consequência, pouco se valoriza o que o outro tem a contar e o conflito que gera pode estimular a violência, seja verbal ou física.

                A Comunicação Não-Violenta oportuniza abrir o coração, doar-se pelo bem do outro, desperta a alegria e eleva a autoestima. As escolas estão cheias de conflitos, professor com professor, aluno com aluno, professor com aluno e nessa situação, se faz pertinente a Cultura da Paz para reestabelecer a confiança mútua.

                Para Rosenberg (2006) são quatro componentes da Comunicação Não-Violenta. O primeiro componente é observar sem avaliar, para que o outro seja receptivo, ouça a mensagem sem crítica e sem resistência.

                O segundo componente da CNV é identificar e expressar sentimentos para ajudar a resolver os conflitos, distinguindo a expressão de sentimentos verdadeiros e como o outro se comporta ou reage diante de uma expressão, seria oportuno desenvolver um vocabulário que identificasse as suas emoções, para que a conexão com o outro seja mais fácil e evite os conflitos desnecessários.

O terceiro componente da Comunicação Não-Violenta é assumir e aceitar a responsabilidade por seus próprios sentimentos, de como se escolhe receber o que os outros dizem ou fazem, é preciso perceber as próprias reações ao receber uma mensagem negativa, pois o que os outros dizem podem ser o estímulo e não a causa.

O que se percebe num momento de conflito, são os julgamentos, as críticas, as culpas, as interpretações e as avaliações que se faz das atitudes do outro, pois os sentimentos são expressos não só verbalmente, mas também, pelas ações. Tornar a comunicação positiva é um grande desafio.

 O quarto componente da Comunicação Não-Violenta é pedir o que enriquecerá a vida, pois segundo Rosenberg (2006, p. 103): “Quando nossas necessidades não estão sendo atendidas, depois de expressarmos o que estamos observando, sentindo e precisando, fazemos então um pedido específico: pedimos que sejam feitas ações que possam satisfazer nossas necessidades”.

                Sendo assim, é importante que se tenha clareza do que foi ouvido, para que as necessidades sejam atendidas, a linguagem seja positiva e haja a empatia com o ouvinte expressando-se com honestidade.

                A empatia tem o poder de curar os relacionamentos, possibilita ser mais vulnerável em relação ao outro e afasta definitivamente o risco de violência, porque não há rejeição e exclusão e sim diálogo e respeito com as necessidades do outro, tornando imprescindível o autoconhecimento, o autoperdão e a autocompaixão para que todo medo, culpa, vergonha, raiva, ódio, insegurança, seja limpo e transformado em amor, em paz, em lucidez, em alegria e isso implica em fazer as escolhas que dão satisfação e prazer para que o sentimento de gratidão seja aceito com apreciação e a comunicação plenamente satisfatória.

                Portanto, é necessário um olhar generoso de todos para sensibilizar toda a comunidade para que trabalhe na formação moral, que se inicia na maior de todas as instituições sociais, a família, após na escola e com reflexos significativos na sociedade, somente assim teremos um mundo melhor.

 

Fonte: ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução Mário Vilela. São Paulo: Ágora, 2006.

 

 

 

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