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Luiz Carlos Lanfredi, o arranjador, compositor, produtor e baixista de Os Monarcas

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Quando ouvimos um grupo tradicional de música gaúcha como Os Monarcas, não imaginamos que os vocais que a várias décadas os caracterizam, vem de uma influência de grupos vocais do movimento da Jovem Guarda. O principal responsável por trazer essa influência para o grupo, e transformando em parte do estilo é o musico, compositor e produtor musical Luiz Carlos Lanfredi.
Luiz Carlos Lanfredi, nascido em 28 de junho de 1958, na cidade de Sertão - RS herdou a musicalidade de sua família, pois seu pai Delibio Lanfredi tocava violão, e sua mãe, Ambrosia (Antunes de Oliveira) Lanfredi cantava nas horas de folga. Além disso, é possível citar vários músicos em sua família, como seus tios, seu avô Amador Antunes de Oliveira e até mesmo seu bisavô, Sebastião de Oliveira, um paulista que durante a revolução na década de 1930 veio para o Rio Grande do Sul, e que tudo indica, é o compositor do clássico da música gaúcha "Xote Laranjeiras". 
Sendo o filho mais velho entre cinco irmãos e duas irmãs, Luis Lanfredi se tornaria influência para seus irmãos mais jovens, tanto que todos os filhos homens trabalham com música, onde três são contrabaixistas (Jorge ex- Os Cometas, e atualmente na Banda Passarela, e Mauro, ex-Os Veteranos e ex-Chiquito e Bordoneio e atualmente no grupo Os Cometas, além de Luís) e dois são DJs (Mario e Joel).
No início da década de 1960, o rádio era o único meio de comunicação que Luis tinha acesso no interior de Sertão, e mesmo em Getúlio Vargas, quando se mudou com a família. Mas foi através do rádio que Luis teve acesso a um gênero de música pela qual se apaixonaria, a Jovem Guarda. Além dos artistas individuais como Roberto Carlos, Vanderlea, Erasmo Carlos, Luis tinha uma predileção especial pelos grupos vocais, como por exemplo Renato e seus Blue Caps, The Golden Boys, The Fevers.
Foi através do rádio também, que travou contato com a música gaúcha daquela época, onde artistas como José Mendes, Gildo de Freitas, Os Bertussi, Pedro Raimundo, e é claro os irmãos Gildinho e Chiquito (que tinham um programa na Rádio Erechim), eram alguns poucos do gênero. 
Sua carreira como músico tem início, quando juntamente com seu tio Danilo Antunes de Oliveira (ex-Os Cometas, ex-Tema de Lara, ex-Los Calientes, e atualmente com a Banda Imperial) e outros membros da família e alguns amigos o grupo Sanfona Branca, grupo este que com o passar do tempo teve algumas mudanças de formação, e também de nome do grupo, como por exemplo The Brasilian Boys e Grupo Evolução.
Cabe salientar aqui, que Luis foi um autodidata, e mesmo no primeiro ensaio, tocando em uma guitarra de segunda mão, de maneira instintiva passou a fazer as linhas de baixo, relacionando com as músicas que ouvia na radio, e não tocar a guitarra de sua maneira tradicional.
The Brasilian Boys, formado ainda no interior de Sertão, no ano de 1972 era composto por Luis Lanfredi no baixo, seu tio Danilo Antunes de Oliveira na guitarra, Onires Alves no teclado, Raimundo dos Santos na guitarra base e Vanderlei Antunes na bateria. Já o Grupo Evolução, no ano de 1975, na cidade de Getúlio Vargas, tinha como componentes: Luís Lanfredi no bateria, Luís Alberto na guitarra, Peninha no baixo, Porca no teclado e o crooner Jorge Sampaio. Estas bandas tinham um repertório bastante variado, mas com certa ênfase na música da Jovem Guarda.
Ainda em 1975, na cidade de Getúlio Vargas, Luis passou a fazer parte da extinta Banda Imperial (não confundir com a banda de mesmo nome da cidade de Três Arroios), onde apesar de tocar diversos estilos, tinha predileção pela bandinha alemã. Sua passagem por esta banda foi decisiva, pois Luís estava tocando bateria neste momento, e através de orientação de seus colegas de grupo Fritz e Rocha, decide firmar-se em um instrumento. Sua opção foi o baixo.
Em 1977, surge o convite que mudaria toda sua vida dai por diante. Através de indicação de músicos como João dos Santos (que já tocava com Os Monarcas) e de Carmindo Chagas, Chiquito e seu sobrinho Chicão (Os Veteranos) convidaram Luis para um teste para baixista do grupo. 
Nesse momento de suas carreiras, a dupla Gildinho e Chiquito tinham um programa de intensa audiência na rádio a cerca de uma década, além de terem um compacto e dois álbuns lançados, mas estavam tentando firmar-se como grupo. Por outro lado a experiência de Luís estava focada em outros gêneros musicais, e não na musica gaúcha, e apesar de ser fã da dupla Gildinho e Chiquito, Luís estava um pouco contrariado pelo grande desafio e mudanças que estariam por vir, mas mesmo assim Luís decide fazer o teste. 
Esse teste acontece no porão da casa de Gildinho, onde os outros músicos iniciavam a música e Luís os acompanhava. Na última música do teste, (que foi a valsa dos Bertussi Que Linda é a Vida), Gildinho comentou que se ele conseguisse acompanhá-los, ele seria aprovado. Foi o que de fato aconteceu, onde ao termino Gildinho e Chiquito, o aprovaram e o abraçaram. 
Mas Luís, com toda sua humildade, sugere que fizessem uma experiência de uma semana, onde se ele gostasse e dessa "conta do recado", ele permaneceria no grupo, e esta semana já dura 34 anos, onde Luís é o primeiro e único baixista de toda a história dos Monarcas.
Com o grupo Luís lançou seu primeiro álbum, intitulado  O Valentão Bombachudo, em 1978, gravado na EGER de Porto Alegre, e lançado pelo selo K-TEL. O lançamento desse disco, como qualquer estréia, onde a ansiedade e como a espera do primeiro filho, foi agendada com muito esmero, mas o disco chega apenas na tarde do lançamento, e ainda com o disco trocado.
Com Os Monarcas, que o próprio Luís nos define "Monarcas minha vida", teve a oportunidade de estar ligado a grandes gravadoras como Continental, Chantecler, Warner e atualmente Acit, que lançaram um total de 34 discos, os quais renderam um total de seis discos de ouro, e dois DVDs de ouro, além de conhecer o Brasil inteiro em turnês, além de diversos outros países da América do Sul, e até mesmo extrapolando estas fronteiras e tocando nos Estados Unidos. 
Ao longo destes 34 anos, Os Monarcas tiveram diversas formações, porém o núcleo sempre se manteve. Na formação inicial do grupo, que além dos já conhecidos Gildinho, Chiquito (Bordoneio), João dos Santos e Luís Lanfredi, também contava com o baterista Valdir Scoton e o saxofonista Hélio Schossler. Com o passar do tempo, Valdir foi substituído por Nelson Falkembach, e Hélio deixou o grupo, mas integrantes como Varguinhas, Ivan Vargas, Chico Brasil, Vanclei da Rocha e Tiago Machado passaram a fazer parte do grupo, e com exceção de Chiquito e posteriormente do gaiteiro Canudo e do baterista Nelsinho (filho de Nelson Falkembach), ninguém deixou o grupo.
A discografia do grupo é bastante extensa e conta com a seguinte lista: Os trovadores do sul (1969), Galpão em festa (1974), Gaúcho divertido (1976), O valentão Bombachudo 1978), Isto é Rio Grande (1980), Grito de bravos (1982), Rancho sem tramela 1985), Chamamento (1986), Fandangueando (1988), Do Sul para o Brasil (1989), O melhor de Os Monarcas (1990), Cheiro de galpão 1991), Os Monarcas (1992), Eu vim aqui para dançar 1994), Rodeio da vida 1995), Dose dupla - Volume I (1996), Dose dupla - Volume II (1996), Os sucessos do grupo Os Monarcas (1996), Do Rio Grande antigo (1997), Locomotiva campeira (1999), No tranco dos Monarcas (2000), 30 anos de estrada (2001), A gaita gaúcha dos Monarcas (2002), Alma de pampa (2003), Os 16 grandes sucessos de Os Monarcas (2003), Só sucessos (2004), Série duplo prá você (2005), Os sucessos do grupo Os Monarcas (2005), Recordando o tempo antigo (2006), Os Monarcas 35 Anos - Ao vivo (2007), DVD Os Monarcas 35 Anos (2006), A Marca do Rio Grande (2008), Os Monarcas Interpretam João Alberto Pretto (2009), Cantar é Coisa de Deus (2011).
Outro detalhe, que para muitos pode parecer menos importante, mas de grande valia para Luís, é o fato de diversos de seus ídolos terem assistir a seus shows e bailes, entre os quais podemos citar desde Eduardo Araújo e Silvinha (seus ídolos da Jovem Guarda) a grupos como Roupa Nova (talvez a banda que mais tenha o influenciado).
Paralelamente a sua carreira como integrante do grupo, Luís tem uma profícua produção como compositor musical, e tem cerca de 200 composições suas gravadas por diversos interpretes como Os Garotos de Ouro, Gaúcho da Fronteira, Berenice Azambuja, Grupo Tradição, Sinuelo Pampeano, Banda Passarela, Chiquito e Grupo Bordoneio, além dos próprios Monarcas. Dentre as composições de Luís podemos citar Prece Telúrica, Infância Perdida, Baile de Loco, A Voz do Gaudêncio, Gineteando Temporal, O Gaúcho e o Cavalo, Por isso que vou lá, E cantar é coisa de Deus.
Além disso, Luís também tem um currículo invejável como produtor musical, onde juntamente com Ireno Wojciekowski, foram pioneiros nas técnicas de gravação e produção de música gaúcha na região, onde somente na LC Produções e Gravações, Luís produziu mais de 50 títulos, somando um total de produções em sua carreira, superior a cem discos, produções estas que contavam também com a execução das partes de baixo, violão base, cavaco e arranjos vocais.
Apesar de sua dedicação a musica, que lhe exige o tempo quase na íntegra, a família é sua grande fortaleza e motor propulsor para o trabalho. Sua falecida esposa (em 2008) Janecler Lanfredi foi sua grande incentivadora, e lhe deus seus dois filhos, a bióloga Daiana Fátima Lanfredi e o professor de educação física e DJ Rafael Carlos Lanfredi.
Atualmente Luís esta afastado dos palcos devido a questões relacionadas a sua saúde, mas continua a participar com Os Monarcas em arranjos, gravações e momentos importantes para o grupo. 

 

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