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O maestro Paulo Carlos Moron e a saga de sua família

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O musico desta semana teve uma vida bastante intensa e atuante no cenário musical local, deixando marcas profundas, e muitas influências aos grupos musicais que vieram depois dele, seu nome Paulo Carlos Moron.

Nascido em 30 de novembro de 1903, no Reino da Saxônia na Alemanha (Estado que entre 1806 e 1918 foi um reino independente), vivendo grande parte de sua vida no Brasil, mas especificamente em Barro (atual Gaurama), falecendo em Erechim no dia primeiro de setembro de 1982.

Seu pai Martin Moron nascido em 1871, também no Reino da Saxônia na Alemanha, onde era operário e agricultor (além de músico amador), contraiu núpcias com Eva Hotas (nascida em 1870), na cidade de Leisnig, no ano de 1895, e residiram em Korschmitz, Leisnig, que pertencia a comarca de Dresden, no Reino da Saxônia, durante o reinado de Frederico Augusto.

O casal Martin Moron e Eva Hotas tiveram os seguintes filhos: Elsa Amália Moron, nascida em 10 de julho de 1897; Marta Maria Moron, nascida em 24 de abril de 1898; Arno Moron nascido em 1901 e falecido com cerca de um ano de idade; Paulo Carlos Moron, nascido em 30 de novembro de 1903; Ana Lina Moron, nascida em 26 de abril de 1907; Max Martin Alfredo Moron, nascido em 13 de novembro de 1908.           

Martin e sua esposa, com seus cinco filhos (entre eles Paulo), partindo da Alemanha e chegando ao Brasil no último dia do ano de 1912, e estabelecem sua residência na localidade de Barro. Na bagagem além de sua cultura trouxeram também diversos instrumentos musicais, entre eles um clarinete, que foi adquirido em 1910 na Alemanha.

Paulo Carlos Moron, em 1968 escreveu três manuscritos sobre a imigração e a história musical de sua família no Brasil, no qual foi baseado este artigo, e o filme curta-metragem do Projeto “Revelando os Brasis – Ano IV”, chamado “Partituras do Tempo”, no qual a professora e historiadora Gládis Helena Wolff produz um documentário que conta a história de um trio musical, do qual faziam parte o imigrante italiano Giacomo Bez no acordeom, o imigrante alemão Arthur Krüger no violino (já citado nesta coluna), além do pai de Paulo Carlos Moron, o clarinetista Martin Moron.

Com relação à arte musical, em seu manuscrito Paulo Moron nos conta um pouco de como era esse período musical desta região ainda coberta pelas matas nativas: “...pai Martin Moron que agora conhecemos como colono, também era amante da arte musical, o instrumento dele era o clarinete que ele gostava de tocar com perfeição, então de noite depois da janta, e um dia de trabalho pesado na derrubada do mato, ele ia buscar o clarinete dele e sentava em cima de um toco de canela que ficava bem de frente do rancho (por que casa ainda não tinha), e iluminado pela fogueira e a lua cheia que levantava por cima do morro, ele tocava uma saudosa valsa ou uma alegra marcha para espantar a saudade que muitas vezes apertava lhe o coração, e essas melodias se infiltravam e se perdiam nos morros e na mata virgem que antes nunca tinha ouvido essas melodias, e o tempo ia passando e mais vizinhos iam chegando, e entre eles veio também a família de Giacomo Bez, proveniente de São Marcos. Esse novo vizinho comprou uma colônia já de segunda mão e essa colônia fazia divisa com as nossas terras, e esse dito Giacomo tocava gaita, uma gaita de 16 baixos fabricada por ele mesmo lá em São Marcos. Ele ficou sabendo que o Moron tocava clarinete e não teve dúvidas, encilhou a mulinha, e botou a gaita debaixo do braço e foi lá no Moron tocar um pouco”.

Este trio provavelmente foi o primeiro grupo musical da Região do Alto Uruguai, e até mesmo do norte do estado do Rio Grande do Sul, e no início do século XX animou diversos bailes, e inclusive o primeiro baile na Estação Ferroviária da vila em 1918. Nos anos que se seguiram, este grupo foi agregando mais componentes e se tornou uma pequena orquestra, que atuava em festas, bailes e inclusive tocou na instalação do município de Boa Vista do Erechim, em 30 de abril de 1918. A formação desta orquestra que tocou na data de instalação contava com os seguintes músicos: Arthur Krüger ao violino; Affonso Krüger no trompete; Guido Degeroni no clarinete; Gunther Krüger no trombone; Augusto Riekowski na trompa; Frederico (Willi) Riekowski na trompa; Max Moron na tuba e Paulo Carlos Moron na flauta transversa.

Quanto a essa importante ocasião da histórica do município de Erechim, bem como em outros momentos que se seguiram, Moron nos escreve: “...foi essa orquestra que abrilhantou os festejos da inauguração do município de Erechim no dia 30 de abril de 1918, dia em que foi empossado o primeiro Intendente Provisório, sr. Nelson Ehlers. Por ali se vê que Barro, que então era 5 Distrito do município de Erechim, vinha apresentando em matéria de música, porque mesmo com a existência do conjunto de música da família Kreische, e a formação da primeira Banda de Música em 1920, a orquestra de Barro sempre teve prestígio e sua preferência para festas e bailes. E assim foi também em 1922, quando eu acompanhei essa orquestra para tocar nos festejos e bailes do Primeiro Centenário da Independência, em 7 e 8 de setembro de 1922, depois com a revolução de 1923, parou tudo, mas em 1924 voltamos para tocar um baile do Ipiranga, em 18 de agosto de 1924 e um jogo de futebol entre o Ipiranga e o ítalo Brasileiro 19 de agosto de 1924”.

Paulo Carlos Moron teve seis filhos, sendo três homens, José Armindo que tocava trompa, Leonel que tocava trompete e Bruno Moron que tocava saxofone em grupos como Bandinha do Caneco e Jazz Moron, além de três mulheres, Otília Moron que era pianista, Maria e Ignez, esta última, atua como saxofonista e ex-regente da Banda Municipal de Erechim, e um de seus filhos (portanto bisneto de Paulo Moron) Daniel Pilatti é saxofonista da Banda \Municipal e da Orquestra Belas Artes.

Atualmente existe uma rua com o nome do Maestro Paulo Carlos Moron, no bairro Belo Vista, em Erechim.

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