Estêvão responde às acusações no Sinédrio
Estêvão foi um homem dedicado ao Senhor e muito respeitado na infância da igreja em Jerusalém. Sua pregação do evangelho de Jesus provocou a forte oposição de alguns judeus. Quando não conseguiram refutar as evidências que ele apresentava, prenderam Estêvão e o levaram ao Sinédrio.
O Sinédrio foi o corpo governante dos judeus. Como a nação estava sob o domínio romano, esse grupo deliberava principalmente questões religiosas e disputas doutrinárias entre judeus. Foi o mesmo corpo que condenou Jesus e pediu para os romanos executá-lo. Em duas ocasiões no início do livro de Atos, o Sinédrio proibiu que os apóstolos pregassem sobre Jesus, ordens que esses servos do Senhor recusaram obedecer. Agora, chegou a vez de outro discípulo ser julgado.
As acusações contra Estêvão foram duas: Na sua pregação sobre Jesus, ele supostamente falava (1) contra o lugar santo (o templo em Jerusalém) e (2) contra a lei que Deus havia dado aos israelitas quase 1.500 anos antes. Além disso, há a explícita rejeição de Jesus Cristo (Atos 6:13-14). Na defesa registrada em Atos capítulo sete, Estêvão responde com muita sabedoria às acusações, usando a história do povo de Israel.
Leia o capítulo sete de Atos e observe os exemplos que Estêvão cita: Abraão (7:2-8), José, seus irmãos e pai, Jacó (7:9-16); Moisés (7:17-38), a geração dos israelitas que recebeu a lei no monte Sinai (7:39-43), Josué e a geração que tomou posse da terra prometida (7:44-45), Davi (7:46) e Salomão (7:47-50).
Agora, preste atenção nos argumentos implícitos nesses exemplos e como respondem às acusações feitas no Sinédrio (sobre o templo, a lei e a rejeição do Salvador escolhido por Deus).
As bênçãos dadas a Abraão não dependiam do lugar nem da lei. Ele estava na Mesopotâmia quando Deus o abençoou. Saiu do lugar, sem apoio do seu povo naquela terra. Deus prometeu uma terra aos seus descendentes, mas Abraão não recebeu nenhuma parte dessa herança. Não foi pelo santo lugar nem pela lei que Deus mostrou sua graça ao pai da nação.
José foi rejeitado pela sua própria família! Foi vendido pelos irmãos e se tornou escravo no Egito, "mas Deus estava com ele" (Atos 7:9). Quando sua família precisava de ajuda, a salvação veio por meio daquele jovem rejeitado na terra estrangeira do Egito. Naquela época, a terra prometida não foi lugar da salvação, e sim lugar para enterrar mortos!
Moisés, o grande herói de Israel, nunca pisou na terra prometida! Nasceu no Egito e passou um terço da sua vida na terra de Midiã. Deus apareceu a ele no deserto, não no "lugar santo" em Jerusalém. Porém, aquele lugar no deserto, naquele momento, foi "terra santa" porque Deus estava lá. E quando se trata da rejeição, Moisés foi rejeitado várias vezes pelo povo que ele procurou salvar (Estêvão citou dois exemplos específicos, nos versículos 25-29 e 39).
E como foi para as pessoas que receberam a lei, que era tão importante para os acusadores de Estêvão? Enquanto Deus passava a lei para Moisés no monte Sinai, eles foram correndo para praticar a idolatria!
E sem o templo em Jerusalém, o que fizeram? Tomaram posse da terra e viviam nela por mais de três séculos. Durante todo o reinado de Davi, o mais honrado dos reis de Israel, não existia esse lugar santo.
O templo foi feito por Salomão. Há duas coisas para observar na citação desse terceiro rei de Israel: (1) Ele mesmo disse que Deus não habita em casas feitas por homens (Atos 7:7:47-48), e (2) Mesmo sendo construtor do "lugar santo", Salomão deixou a influência de mulheres pagãs leva-lo para longe de Deus.
O que aprendemos? A salvação não vem pela lei do Antigo Testamento, nem pelo templo em Jerusalém, e sim pelo rejeitado Salvador chamado Jesus Cristo. Essa afirmação custou a vida de Estêvão, mas continua sendo a verdade pela qual nós alcançamos a vida eterna!