Ao introduzir a sentença contra Nínive, capital do Império Assírio, o profeta Naum escreveu: “O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado. O SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são a poeira dos seus pés” (Naum 1:3).

Deus jamais inocenta o culpado? A minha vida toda, ouvi a mensagem da graça e misericórdia de Deus. No Salmo 136, por exemplo, todos os 26 versos terminam com o refrão: “porque a sua misericórdia dura para sempre”. Como, então, Naum pode afirmar que Deus jamais inocenta o culpado? Um profeta de Deus nega a possibilidade da salvação do pecador? Se for isso, você e eu estamos perdidos e sem esperança! Davi disse: “Do céu o Senhor olha para os filhos dos homens, para ver se há quem tenha entendimento, se há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Salmo14:2,3). Paulo citou essas palavras de Davi e acrescentou: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:10-12,23).

As palavras de Naum, que inicialmente parecem tirar a nossa esperança, nos conduzem para um entendimento melhor da graça de Deus. Quando Naum fala do culpado, o contexto trata de um povo rebelde e arrogante que recusou se humilhar e procurar a salvação. Foi o povo descrito pelo profeta Sofonias na mesma época: “Esta é a cidade alegre e confiante, que dizia consigo mesma: ‘Eu sou a única, e não há outra além de mim’” (Sofonias 2:15). O culpado que persiste com arrogância no seu pecado e recusa buscar a salvação não tem esperança. Nesses casos, os profetas falaram da Assíria, mas o aviso serve para nós.

A misericórdia de Deus não está ausente no livro de Naum. Poucos versículos depois daquela afirmação assustadora, ele diz: “O SENHOR é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam” (Naum 1:7).

A obra redentora de Jesus não é de simplesmente apagar listas dos nossos pecados de uma lousa. Ele transforma e redefine pessoas. Quem era inimigo culpado se torna amigo purificado. Paulo afirmou a grandeza dessa maravilha do amor do Senhor:

“Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida! E não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, mediante o qual recebemos, agora, a reconciliação” (Romanos 5:10-11).

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