O Hospital de Caridade de Erechim realizou, na madrugada desta quarta-feira (28), procedimento para captação de órgãos de uma mulher de 44 anos que teve morte encefálica constatada no início da tarde do dia anterior. Foram retirados os dois rins e o fígado. A captação dos órgãos foi feita por uma equipe da Central de Transplantes de Porto Alegre, com apoio técnico de uma enfermeira do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, e de equipe de médicos, psicólogas, enfermeiros e técnicos de enfermagem do Hospital de Caridade. Segundo a gerente assistencial do HC, Taís Neis, integrante da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes – CIHDOTT –, a doação beneficiou três pessoas que aguardavam em fila de espera para transplantes.
Os procedimentos para viabilizar a captação dos órgãos a serem transplantados iniciaram por solicitação da própria família da doadora, que manifestou a vontade de autorizar a remoção dos órgãos. Depois que a doação foi autorizada pelos familiares, mobilizou-se a equipe da Central de Transplantes do Estado, que chegou em Erechim por volta das 03h e decolou do Aeroporto Comandante Kraemer, aproximadamente duas horas depois.
A vítima Karin Picolli estava internada no Hospital de Caridade desde a noite de segunda-feira (24), após sofrer engasgamento causado por um pedaço pizza. Ela chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao hospital, mas mesmo com o rápido atendimento não sobreviveu.
“O Hospital de Caridade de Erechim agradece o ato de amor e solidariedade da família da doadora, que permitiu nova vida para três pessoas, além do agradecimento à equipe multidisciplinar do HC, que atuou com muita dedicação e profissionalismo, destacando a importância da conscientização sobre o tema. “Autorizar a doação é um gesto de altruísmo que pode interromper o sofrimento de pessoas que, há anos, esperam por um órgão. É uma atitude que salva vidas. O exemplo dessa família que, num momento de dor, autorizou a doação deve servir para todos nós”, conforme nota distribuída pela assessoria de imprensa da instituição de saúde.
A mesma fonte destaca que “desde que a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do HC foi criada, em 2002, foram realizadas nove captações de órgãos. Integrada por uma equipe multidisciplinar de médicos, psicólogas e enfermeiras, a CIHDOTT do HC tem como papel fundamental atuar na conscientização das pessoas quanto à importância da doação de órgãos e tecidos, e, por este motivo, realiza regularmente palestras em escolas, instituições de saúde e empresas”.
De acordo com os integrantes da comissão, “doar órgãos é, acima de tudo, um ato de solidariedade”. Eles lembram que para a doação se tornar possível é necessário que a pessoa manifeste em vida, aos seus familiares, o desejo de ser doador. Os profissionais explicam que, após a morte, somente a família poderá autorizar a retirada dos órgãos.