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Economia

Comil: próxima assembleia deve decidir futuro da empresa

Apesar de ter sido novamente suspensa, advogado afirma que faltam poucos ajustes para viabilizar aprovação do plano de recuperação judicial. Preocupação é aprovar um plano que empresa possa executar

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Segundo Silvio, há possibilidade de aprovação do plano na próxima assembleia
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Ígor Dalla Rosa Müller

A Assembleia Geral de Credores da Comil foi suspensa pelos credores, na tarde de ontem (22), no Polo de Cultura do Parque da Accie em Erechim. No entanto, a grande maioria dos credores votou favoravelmente a antecipação dos pagamentos da classe trabalhista, isto é, a destinação de R$800 mil por mês como forma de antecipação dos créditos trabalhistas. Os recursos serão divididos proporcionalmente ao crédito de cada credor dessa classe. A próxima assembleia será no dia 14 de fevereiro de 2019, às 15 horas, no mesmo local. Durante esse período, serão ajustados alguns pontos para tentar aprovar o plano de recuperação judicial da empresa. A projeção é que nesse dia os credores decidam o futuro da empresa.

Houve duas votações na tarde de ontem. Na primeira foi aprovada a continuidade dos pagamentos para a classe trabalhista, com aprovação de um total de 92,81% dos credores, que representam cerca de R$347 milhões, sendo que 7,19% dos credores recusaram. Na segunda votação do dia, foi aprovada a suspensão da assembleia e sua continuidade no dia 14 de fevereiro de 2019, um total de 94,67% dos credores representando em torno de R$399 milhões aprovaram a suspensão, e 5,33% dos credores recusaram.

Segundo o advogado Silvio Luciano Santos, são inúmeros processos de reestruturação e negociações, e essa demora é natural, já que afinal de contas, está se tratando de um dos grandes cases do Brasil. Ele representa a empresa MMS Advogados contratada pela Comil para elaboração do plano de recuperação judicial e condução das negociações com todos os credores, trabalhistas, fornecedores e financeiros.

O advogado enfatiza que o trabalho é criterioso para que se tenha a “aprovação de um plano exequível, que possa ser cumprido pela Comil”. Ele ressalta que a empresa sabe das suas obrigações e o que ela precisa é achar uma maneira “factível” de quitar essas obrigações, e isso passa necessariamente pelo crescimento da empresa. “Que ela consiga crescer e voltar a níveis de produção como era anteriormente. E a Comil vem fazendo o dever de casa”, afirma. A Comil está com uma produção de cinco ônibus por dia e em torno de mil funcionários. A empresa recontratou mais de 100 profissionais desde o ápice da crise.  

“A Comil é uma exceção dentro dessa situação de crise, recuperacional, pois ela conseguiu aumentar a produção, vem conseguindo gerar caixa. Essa situação de não conseguir aprovar hoje o plano de recuperação judicial é justamente porque ela busca o melhor. Quer passar um plano que possa cumprir, que não seja simplesmente um engodo, não quer aprovar um paliativo e termos um problema lá na frente”, observa.

Ele explica que se está há mais de um ano e meio tratando com os credores financeiros, os bancos, e muito já se avançou, faltando poucas coisas. “É mais uma questão de sintonia fina, colocar os pingos nos is para que a coisa acabe acontecendo”.

Conforme Silvio, esse novo prazo nada mais é do que uma situação normal para buscar o melhor para empresa, clientes, trabalhadores, mercado, toda cadeia produtiva. “Só falta mesmo um ajuste fino com os credores financeiros”, salienta.

O advogado destaca que há possibilidade de aprovação do plano na próxima assembleia. “Levar esse plano de recuperação judicial para votação dos credores, e evidente, obter uma aprovação maciça de todas as classes”, ressalta.

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