Pensar o crescimento de um município é impossível sem considerar o acesso à Educação. A opinião é da professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) Zenicléia Deggerone, considerando que a educação é uma das formas de contribuir com o desenvolvimento local de Erechim e dos municípios, que estão localizados no entorno do município. “É por meio da educação, que são qualificadas as pessoas, que atuarão nas empresas locais, e/ou serão os futuros empreendedores locais. Uma região só é desenvolvida, quando as pessoas possuem acesso a informação e conhecimento, e estas possuem a capacidade de analisar criticamente a realidade e propor alternativas para a melhoria das suas condições sociais, econômicas e ambientais”, reforçou a docente.
No entanto, estas é uma das áreas que mais vem sofrendo com cortes em recursos. “A Uergs como instituição pública estadual sofre anualmente cortes no seu orçamento, o que tem causado a redução de investimentos na área de pesquisa, extensão e ensino. O campus de Erechim atualmente conta com dois cursos de graduação e um de pós-graduação, sendo que não são ofertados mais cursos, devido a carência por docentes e de infraestrutura física local, para poder ofertar novos cursos de graduação. Além disso, com cortes em orçamentos, os investimentos em pesquisa e extensão, são mínimos o que tem dificultado a realização das atividades”, argumentou Zenicléia.
Com isso, outras alternativas são desenvolvidas para seguir os projetos acadêmicos. “Os docentes realizam seus projetos com financiamento próprio ou por alguma instituição financiadora, o que tem contribuindo para a geração de novos conhecimentos e ações nos municípios do Alto Uruguai”, pontuou a professora.
Para Zenicléia, Erechim que conta com três instituições públicas e gratuitas, tem um horizonte de possibilidades de crescimento econômico e também da qualidade de vida da população. Contudo, isso só será alcançado, quando a prioridade será além do acesso às universidades, “é preciso investir em pesquisas que analisem as condições locais e promovam ações capazes de contribuir com o desenvolvimento regional. Mas, a grande questão, que a Educação deve pautar, é apresentar projetos de pesquisa que de fato olhem para as pessoas que mais precisam de iniciativas de inclusão produtiva e sociais, a exemplo de melhorias na gestão e inovação em pequenas empresas, dos agricultores familiares que precisam vender seus produtos com preços que paguem os custos de produção, da inclusão de famílias em situação de vulnerabilidade social por meio da capacitação e preparação para o trabalho, entre outros”, concluiu.