A inclusão de pessoas com deficiência, nos mais diversos setores da sociedade, deve ser uma tarefa encarada por todos. Neste sentido, além dos esforços do poder público, ao longo dos 101 anos de Erechim, a sociedade civil organizou entidades para ampliar as possibilidades de inserção das pessoas com deficiência na área da educação, no mundo do trabalho, esporte, lazer, entre outros.
Associação dos Deficientes Físicos do Alto Uruguai
Esse é o caso da Associação dos Deficientes Físicos do Alto Uruguai (Adau), que atua em três dimensões: convivência e fortalecimento de vínculos; habilitação e reabilitação; e, com atendimentos domiciliares. De acordo com o presidente da entidade, Aldecir Vicensi, “ambas as ações visam incluir as pessoas com deficiência física na sociedade, além de prevenir situações de riscos pessoais e sociais, oferecer suporte às famílias, garantir direitos e ampliar a autonomia das pessoas com deficiência”, destacou.
No entanto, Vicensi pontua alguns desafios, entre eles, a dificuldade em conquistar a sede própria da entidade. “Com um espaço nosso, poderíamos proporcionar reabilitação para pessoas com deficiência, onde seria possível ainda, fazermos parcerias com órgãos públicos e privados, além de universidades e outros segmentos, atendendo uma demanda existente em nossa região, que atualmente é atendida em Passo Fundo”, argumentou.
Para o presidente, o município apresenta avanços significativos no que se refere a inclusão, “porém também devemos deixar claro que a inclusão não depende apenas do poder público, nós também devemos mudar alguns conceitos e paradigmas para sermos agentes dessa inclusão”, concluiu Vicensi.
Associação Aquarela Pró-Autista de Erechim
A entidade atua especificamente com abordagens de aprendizagens às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Desenvolvemos atividades adaptadas e estruturadas para facilitar a compreensão, métodos e estratégias. Neste cenário, já conseguimos identificar um ótimo desempenho entre aqueles que atendemos”, destacou a presidente da associação Marilei da Rosa.
Para ela, Erechim está crescendo expressivamente em ações que visam a inclusão, contudo a rede deve ser ampliada e isso só acontecerá com a participação das pessoas. “Temos uma procura muito grande, então é preciso que as pessoas se envolvam, queiram aprender e trabalhar com os autistas”, concluiu.
Associação dos Deficientes Visuais de Erechim
A Associação dos Deficientes Visuais de Erechim (Adeve), que não tem fins lucrativos, faz atendimentos com a psicóloga Kátia Dick e com a assistente social, Elisângela Schwanke, de forma gratuita. De acordo com Elisângela, a entidade está lidando com desafios semelhantes as outras associações. “Temos as mesmas dificuldades e os recursos são escassos, destacou.
Contudo, a Associação tem buscado alternativas para intensificar suas atividades, “sempre estamos fazendo promoções, bingos, jantares, pedágios e rifas para conseguir manter a entidade de portas abertas”, pontuou Elisângela, considerando que com o pouco tempo de existência da Adeve (sete anos) eles ainda estão estruturando a ‘casa’. A ausência de uma sede própria também é uma demanda presente no cotidiano da entidade.
Para a assistente social, a inclusão deve ser uma pauta permanente na sociedade, não apenas em datas comemorativas. “Muitas empresas realizam doações visando aparecer na mídia, mas também têm aquelas que se interessam e nos procuram para entender como funciona. Acreditamos também, que é trabalho da entidade social e da família incluir os deficientes na sociedade. Por exemplo, se o deficiente não é estimulado a sair de sua casa e frequentar locais públicos, os estabelecimentos também não sentem a necessidade de se adaptarem. A inclusão precisa ser abraçada por todos”, afirmou Elisângela.
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae)
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) trabalha pela inclusão em três eixos: educação, saúde e assistência social. Conforme a diretora, Andrelli Gasparini, a Associação atende aproximadamente 260 pessoas com deficiência intelectual, visando potencializar a autonomia e a qualidade de vida deles.
O trabalho desenvolve habilidades para formar os estudantes de maneira integral. “Na educação contamos com uma escola de ensino regular voltada à educação especial, já na saúde atuamos com a habilitação e reabilitação, além da área de assistência social, para garantir o exercício da cidadania e dos direitos das pessoas com deficiência”, reforçou Andrelli.