O ex-primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill (1874-1965), nos legou, entre tantos axiomas históricos, um em que ele dizia ser “otimista, até por não ver razão de agir de maneira diferente”. Ou “o pessimista vê dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.
Mas infelizmente a situação atual em relação a pandemia Covid-19, é gravíssima. A continuar desta forma, com o número de casos aumentando, poderemos chegar ao final do ano à uma situação desesperadora. Hospitais estão praticamente lotados e leitos de UTI no limite de ocupação. Além da sobrecarga dos profissionais da saúde à beira da exaustão ou mesmo afastados pela enfermidade, há sobrecarga das estruturas físicas e escassez de insumos.
Atento ao raciocínio do grande estadista britânico, vislumbro que a eminente chegada da vacina proporcionará ao mundo a necessária e esperada retomada. Porém, teremos que aguardar, e nesse período atuar com o rigor que a gravidade da situação exige, além de nos concentrar ao máximo às medidas de prevenção.
O Comitê Regional de Atenção ao Coronavirus da Amau, se vira como pode, sob a condução esforçada de Jackson Arpini, ao traçar estratégias e planos de contingência. Por outra, parece que estamos à mercê de certas hordas insanas que não respeitam as mínimas regras sanitárias e de convivência civilizada, assistidas pela prepotência obscurantista de alguns que desprezam o senso comum e a microbiologia.
Como já dito acima, somente após vacina - a ser aplicada em planos de imunização responsáveis -, deveremos retornar ao convívio mais próximo. Ao salvar vidas, também serão salvas as economias, minimizando estragos sociais que já se fazem presentes como nunca antes, ao menos, desde a época do final da Guerra, em 1945, quando mais uma vez a estrela de Churchill brilhou.
Enquanto isso, seguimos correndo contra o relógio, precisando da cooperação, consciência e solidariedade de todos - especialmente dos jovens que, com atitudes conscientes como evitar aglomerações, podem ser decisivos no controle da praga.
Assim, também vejo de forma promissora o futuro governo de nossa cidade. Embora haja poucas confirmações e muitas especulações – aliás, como é absolutamente normal nesse período escalação de um novo time -, parecem bons os nomes dos “atletas” que surgem na imprensa aos possíveis cargos estratégicos.
A mistura de perfil político experiente com elementos técnicos qualificados, sempre é a mais adequada e geralmente alcança razoável êxito.
Como qualquer cidadão responsável, pai de família, trabalhador e contribuinte consciente, espero o melhor para Erechim – que em última análise, é o que importa a todos nós. Pois é aqui que produzimos, investimos, criamos e educamos nossos filhos e – por enquanto – vivemos.
E por falar em família, ao olhar além do meu quintal, igualmente percebo bons motivos para nos sentirmos esperançosos. A terrível praga chinesa, que nos afastou de forma mandatória e inapelável em 2020, há de passar mais dia menos dia. E quando debelada, deverá nos reaproximar como nunca aconteceu antes. Repito: saibamos com prudência e sabedoria evitar ao máximo o contágio nessa reta final de alguns meses; vamos dedicar esses momentos à preparação do reencontro e desfrute da liberdade tão próxima, legal e merecida.
Num corte geral, ao encerrar, acredito que, em 2021, devemos ressignificar valores fundamentais - conceituando, com o peso devido, aquilo que realmente importa. Um beijo. Um abraço. A substituição do ‘ter’ pelo ‘ser’. A sinceridade nos gestos banais, o verdadeiro benquerer. Ou mesmo a emoção imensa de um gesto de amor, que saí do fundo do coração, como saíam os discursos de Churchill - que também já disse: ‘Não adianta dizer: “Estamos fazendo o melhor que podemos”. Temos que conseguir o que quer que seja necessário. Nunca devemos desistir!’.
E digo eu: Covid mata! Falta de solidariedade mata também! Que saibamos, pois, viver alertas e otimistas.
Médico e Membro da Academia Erechinense de Letras