A União das Associações de Moradores de Erechim (Uame) completou, no dia 25 de setembro, 30 anos de fundação. A entidade surgiu, em 1991, com o objetivo de trabalhar em prol da comunidade erechinense. “Há três décadas um grupo de lideranças comunitárias, na época já existia algumas associações de moradores, como a do bairro Demoliner, São Cristóvão, Progresso, Cristo Rei, Presidente Vargas, São Vicente de Paulo - esses foram os bairros que naquela ocasião tinham associações organizadas -, esse grupo se uniu e criou a União das Associações de Moradores de Erechim”, lembra o líder comunitário, José (Zé) da Cruz, e atual presidente da Uame.
Grande trajetória
Ele conta que de lá para cá se foi construindo a trajetória dessa grandiosa instituição chamada Uame. “Muitas conquistas e lutas pelo movimento popular, comunitário foram travados no sentido de melhoria na qualidade de vida para a população, no seu bairro ou território. Então, foi fundamental a Uame para esse processo de construção da sociedade civil organizada. E, além disso, a Uame começou a participar dos conselhos municipais, que atua até nos dias de hoje”, observa.
Evolução
Segundo Zé da Cruz, a Uame nestes 30 anos evoluiu muito, e no sentido de valorizar, acima de tudo, os cidadãos, que participam coletivamente e em conjunto das decisões da sociedade. “A nossa comemoração dos 30 anos tem tudo a ver com a história da cidade de Erechim de 1991 para cá. Muitos bairros precisavam de melhorias, muito esgoto a céu aberto, não se tinha saneamento básico, infraestrutura, calçamento, asfalto, unidade básica de saúde, agentes comunitários, escolas, que na época foram decisão da própria comunidade”, comenta.
Agradecimentos
O presidente da Uame agradece o trabalho de todas as lideranças comunitárias que se dedicaram à entidade. “Muitos já não estão entre nós, mas de qualquer maneira fica a nossa gratidão e agradecimento aos que contribuíram ao longo destas três décadas para a Uame, que hoje faz parte da história de Erechim”, afirma.
Ele também agradece aos prefeitos e ex-prefeitos que apoiaram a entidade, atendendo as demandas das associações de moradores. “Então, todos, fazer agradecimento aos ex-prefeitos e o atual, que fizeram parte desta história, das lutas e reivindicações, sempre de forma ordeira e respeitosa, mas tenho dito que a força está em nós, no povo, que faz com que a história de Erechim seja cada vez mais pujante”, afirma.
Oficiais
Ele comenta que, hoje, Erechim tem 58 bairros registrados, oficiais, e isso tudo faz parte de um processo desencadeado pela Uame. “A primeira presidente da entidade foi a senhora Maria da Rocha Castanho, mulher humilde, que gostava de servir e trabalhar para a sociedade. E eu fui o seu vice nesta primeira gestão”, lembra.
Trabalho voluntário
Conforme Zé da Cruz, o trabalho da Uame é voluntário e difícil porque muitas vezes tem que se deixar os próprios compromissos para se dedicar às demandas da comunidade. “Mas isso é prazeroso e gratificante”, afirma.
Eleições
A eleição da nova diretoria da entidade foi realizada no início deste mês (dia 3). “Para votar na eleição da Uame, a associação tem que estar em dia com a sua diretoria, sua documentação, registrada, senão não tem como a associação colocar o seu representante para votar. Todo o presidente tem o voto nato, desde que esteja com o mandato constituído”, diz.
Ele ressalta que, agora, a entidade tem uma difícil tarefa que é reorganizar as associações que estão sem direção, sem os mandatos da diretoria. “Quem diz isso é o próprio Código Civil brasileiro”, observa.
Pensar na sociedade
Para o presidente da entidade, é preciso se aperfeiçoar, e estar sempre com olho no futuro, mas sempre pensando no que a sociedade necessita. “Mais saúde, educação, qualidade de vida, infraestrutura, assistência social, e qualificação para que as pessoas possam se inserir no mercado de trabalho, sustentar suas famílias e ter dignidade, sua moradia”, observa.
Sociedade organizada
Zé da Cruz afirma que é tudo isso que se comemora nestes 30 anos de existência da União das Associações de Moradores de Erechim. “Acreditamos que o líder comunitário é fundamental. A sociedade civil organizada é essencial para que, junto com os poderes constituídos, fazer cada vez mais um bairro e uma cidade melhor para se viver”, observa.
Observação e fortalecimento
Ele faz uma ressalva que não foi por omissão da Uame e das associações de moradores, que estão sem diretoria constituída legalmente, mas em função da pandemia que atrasou esses processos, e proibiu as reuniões nas comunidades e nos bairros. “Vamos continuar incentivando para que essa parceria com os poderes constituídos possa interagir cada vez mais, inclusive com o Ministério Público, fazer reivindicações de grandes demandas que a sociedade precisa. É preciso fortalecer o trabalho voluntário para que a sociedade possa ter cada vez mais voz e vez em todos os sentidos”, afirma.