Um projeto criativo e sustentável chama atenção no município de Erval Grande. Com uma estrutura diferenciada e moderna, as estufas hidropônicas possuem uma finalidade muito ampla e importante, abrangendo tanto ambientes residenciais, comerciais, mas principalmente ambientes educacionais.
Há quatros anos, o casal Irineu e Eliane Rozaki, sócios-proprietários da Rozaki Móveis, decidiram investir na fabricação e desenvolvimento de uma estufa automatizada para cultivo de alimentos orgânicos em sua residência que pudesse ser controlada remotamente por aplicativa via celular. O projeto tomou forma e assim nasceu a Estufa Hidrogarden: um jardim para comer.
Como surgiu a ideia
Irineu explica que a ideia surgiu a partir de uma situação familiar. “Lembro que fui para Florianópolis na casa de uma tia. Ela morava no interior e chegando em casa me contou que suas plantas haviam morrido. Como eu fabricava móveis, tive a ideia de fazer uma estufa para apartamento, para que ela pudesse cultivar alimentos em casa, livre de agrotóxicos, mas também que trouxesse facilidade, praticidade e funcionalidade”, explica.
Estufas automatizadas
Com muito trabalho, dedicação, pesquisa e estudo, as estufas foram desenvolvidas para operarem de forma automática podendo ser gerenciadas por um aplicativo no próprio celular. De acordo com o idealizador, esta forma permite que as plantas fiquem aproximadamente 10 dias sem os cuidados manuais, pois o proprietário pode acionar as tarefas necessárias de forma remota, sem estar presente fisicamente.
“São estufas que utilizam a hidroponia como técnica de cultivo. Nossa ideia foi colocá-la dentro de um móvel bonito e automatizar o processo para que o único trabalho seja repor água a cada 15 dias e a cerca de 90 dias fazer a higienização interna da estufa. Tirando isso é semear, plantar, colher e comer!.” , explica Irineu.
Diferencial
Um dos diferenciais da Estufa Hidrogarden é o processo automatizado que faz os ciclos de rega necessários para plantas no momento certo e assim num curto espaço de tempo, em torno de 22 dias é possível colher 1 pé de salada, sem pesticidas, herbicidas e agrotóxicos ou para quem já faz uso dos micro verdes, num ciclo de 7 a 12 dias é possível colher alimentos frescos, saborosos e nutritivos. Além disso, a estética criativa permite colocá-la em qualquer espaço, numa residência ou até mesmo numa sacada de apartamento, desde que haja luz solar no ambiente.
Educação
O projeto das estufas hidropônicas possui diferentes objetivos, que envolve várias áreas sociais, um deles é na área educacional. “Observamos que a maioria das crianças não sabe mais como se planta ou de onde vem os alimentos. Temos a visão de que a escola é um ambiente agente de transformação, e que propicia diversas experiências na criança durante os primeiros anos da infância. É a partir dessa vivência entre educador e aluno, onde a curiosidade da criança é extremamente aguçada, o que possibilita a criança se familiarizar mais com os alimentos. Quando o educador trabalha de forma criativa com oficinas práticas de plantio, colheita, permitimos que a criança transforme a informação em conhecimento, de modo lúdico, podendo trabalhar os conceitos aprendidos em sala de aula como: cuidados com meio ambiente, preservação, trabalho em equipe, organização, entre outros ”destaca Irineu.
Futuro
O casal teve a ideia de implantar um projeto piloto, em uma escola dentro no município de Erval Grande. Com apoio da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação, o projeto ganhou força e foi implantado em uma escola municipal, com público de aproximadamente 320 alunos. “Nosso objetivo foi inserir no ambiente escolar um laboratório tecnológico vivo, possibilitando ao educador o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas unindo tecnologia, teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem”, relata Irineu.
“No total temos 12 estufas em análises em diferentes estados com estudos de laboratórios e estamos nos preparando para produção em grande escala”, revela Irineu.
Nas escolas
A professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Miguel Pietroski, Maritania Matiello Nonnenmacher, comenta a importância de ter o projeto piloto dentro da escola com cinco estufas hidropônicas. “Percebo que foi muito importante, esse contato das crianças com as plantas, isso contribui muito na aprendizagem. A participação que os alunos têm em cuidar da plantinha para depois comer algo que eles cuidaram. São técnicas diferentes que estamos aprendendo, além do contato com a natureza, a observação do crescimento da planta, realmente foi um projeto muito bem-vindo na escola, pois trabalhamos com os estudantes do pré até o nono ano”, afirma.
“Acreditamos que o desenvolvimento de bons hábitos alimentares nas crianças tem como um dos pontos de partida uma escola que se preocupa com essa problemática: familiarizar a criança com alimentos saudáveis. Parafraseando o educador Jean Piaget: ‘ao criar situações-problemas, o professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir’.