A cidade de Tel Aviv, conhecida por sua vibrante vida noturna e alta tecnologia, encontra-se em meio a uma situação de tensão, tristeza e medo devido aos ataques recentes na região, protagonizados pelo Hamas. No total, a ação já causou mais de 1,6 mil mortes em Israel e na Faixa de Gaza.
Neste contexto, conversei com a erechinense Gabriela Szuchman, 28, que reside em Tel Aviv há oito anos e compartilhou informações do local. A jovem foi a Israel em busca de novas oportunidades, tendo embarcado inicialmente em uma carreira na alta tecnologia israelense. Há dois anos, decidiu empreender e abriu seu próprio bar em Tel Aviv, chamado Hamashbir. Hoje, Gabriela vive entre os dois mundos, mantendo sua carreira na área de alta tecnologia e gerenciando seu negócio.
Paixão por Israel
"Sou extremamente apaixonada por Israel, pela cultura israelense, pelo povo israelense e pela qualidade de vida", afirma Gabriela, destacando o profundo carinho que desenvolveu pelo país ao longo dos anos.
No entanto, a rotina tranquila de Gabriela foi abruptamente interrompida quando os ataques começaram no sábado, 7 de outubro. Ela conta que o primeiro sinal foi uma sirene que tocou em Tel Aviv às 6h da manhã. "Estava dormindo e acordei com a sirene", relata. Infelizmente, seu apartamento não possui bunkers de proteção – o que a fez buscar abrigo na sala de sua casa, afastando-se de vidros e objetos que poderiam quebrar.
A partir desse momento, Gabriela começou a acompanhar as notícias e logo percebeu a gravidade da situação. Sua primeira reação foi entrar em contato com amigos para garantir que estavam seguros (alguns estavam numa “rave” próximo à Faixa de Gaza – local onde mais de 240 pessoas foram assassinadas pelo Hamas. Uma ex-colega de ensino médio de Gabriela estava no local, e segue desaparecida).
Confinamento
Nesta segunda-feira, 9, Gabriela revela que a população de Tel Aviv e de outras áreas afetadas pelos ataques está praticamente confinada em suas casas. Todos os negócios estão fechados, e a orientação das autoridades é que as pessoas permaneçam em casa e armazenem comida e água suficientes para pelo menos 72 horas. "Não é seguro sair de casa", adverte Gabriela, citando as instruções do Home Front Command.
Incertezas
"Obviamente, esperamos pela paz. Esperamos por um cessar-fogo que não prejudique nenhum dos lados envolvidos, mas é incerto o que acontecerá daqui para frente", observa Gabriela.
Quando questionada sobre a possibilidade de deixar Israel temporariamente devido à preocupação de sua família e amigos no Brasil, Gabriela respondeu que tentou entrar em contato com a embaixada brasileira, mas enfrentou dificuldades. "Eles estão dando prioridade aos turistas brasileiros e não aos brasileiros com cidadania israelense, que é o meu caso", lamenta.
Neste momento de apreensão em Tel Aviv, Gabriela Szuchman e muitos outros residentes locais esperam que a paz prevaleça, permitindo que todos possam retomar suas vidas normais e superar essa fase difícil.