Crônica de uma morte anunciada. Assim pode ser definida o desmoronamento da primeira escola de Erechim, localizada na Avenida Presidente Vargas, nesta sexta-feira, 17.
O tempo, a chuva, o vento: o menor dos culpados
E o menor dos culpados foi o tempo, a chuva, ou vento. Eles foram apenas ingredientes de anos, décadas, da letargia dos gestores públicos, que colocam em seus currículos essa dívida histórica, essa mácula incorrigível e irreparável.
Dia triste para a história
Dia triste para os pioneiros, para as famílias que passaram por ela, para aqueles que vem alertando há muito tempo, que isso iria acontecer. Então não é se aproveitar de uma situação de momento, pois muito já foi dito, escrito, pedido, implorado, inclusive por este espaço em várias oportunidades e em vários jornais por mais de 20 anos.
Não aguentou tanta indiferença, desprezo e insensatez
A história agora fica na memória das pessoas, pois a edificação construída em 1919, não aguentou tanta indiferença, tanto desprezo, tanta insensatez. Tombou sabendo, que poderia ter tido uma sorte melhor. A primeira escola de Erechim, sempre foi invisível aos governantes. A velha máxima do primo pobre, próximo ao poder, mas relegado, ignorado, como se fosse um morador de rua.
Um idoso de 104 anos, fraquejou as pernas, pelo abandono
Quando cheguei no local ontem, 17, logo após ao meio dia, me deparei com um cenário deprimente. Um idoso de 104 anos, que sem cuidados, fraquejou as pernas. Não suportou o abandono de viver só. O descaso foi o matando lentamente, com requintes de crueldade, pois poderia ter uma ‘sorte’ melhor.
Triste destino que persegue símbolos históricos
Antes, alunos podiam ir ver a primeira escola de Erechim, do professor Carlos Mantovani. Agora restam escombros, e livros de história. E memórias dos mais antigos. Triste destino que persegue símbolos históricos.
Castelinho pode ter o mesmo destino
Precisamos ficar atentos, pois outro símbolo histórico, o Castelinho, caminha a passos largos para o mesmo destino. E não será o tempo, a chuva, ou o vento, os culpados.