Nosso cérebro físico, esta massa cinzenta que temos no interior do crânio, cheia de neurônios, determina a comandar todos os órgãos e dar valor especial a todos os prazeres sem se preocupar com as consequências, poderá ser o grande gargalo para entendimento da humanidade. Observem que este cérebro físico traz em seu DNA, a insaciabilidade das coisas que ele arbitra como prazerosas, mas sem nenhuma análise do negativo que poderá nos trazer para o amanhã. Nós nascemos determinados a gostar daquilo que nos dá prazer, não nos importando com os males que poderá trazer aos outros seres vivos, aos costumes e a nós mesmos. Observem que quando recém-nascidos, já agarramos o seio da mãe, como se fosse propriedade nossa, mordemos o seio da mãe de forma prazerosa e ainda olhamos para ela para ver se sua reação permite morder mais! Somos extremamente exigentes com o que queremos, nos jogamos no chão, vamos de arrasto, nos sujeitamos a tudo para conquistar o que queremos. No decorrer do crescimento somos inclinados a experimentar, por curiosidade, tudo o que for proibido. No momento que o cérebro entender que a droga é prazerosa, já estaremos viciados e na escala do vício vamos parar na “Cracolândia” em nome do prazer. No caminho da sexualidade podemos nos tornar um estuprador, um pedófilo, podemos chegar ao suicídio ou matar por uma paixão. No campo geopolítico ou de conquista econômica, as guerras serão o desempate, chega-se a fazer guerras matando em nome de Deus, vejam o que é possível decorrer ao bel prazer do cérebro físico. Sobre seus males poderíamos escrever páginas projetadas ao infinito do que poderia ser feito simplesmente pela satisfação do prazer. Entendo que ele deva ser administrado por um cérebro superior para controlá-lo e colocá-lo nos parâmetros essenciais à humanidade.
Acredito que nós temos e usamos recursos para isso que seria o cérebro sensorial ou extrassensorial, qualquer coisa que poderia ser denominada: o sopro de Deus, elétron de Deus, mundo quântico, espiritual, administrador das vontades, etc, que eu resumiria como “educação dos sentidos”. Isto inicia com a mãe quando começa a moldar o recém-nascido impondo-lhe limites, seguido pela família, sociedade ou cultura original; enfim tudo aquilo que nos dá parâmetros que limita o cérebro físico a desistir de fazer o mal em benefício do bem.
Observem que grande parte da humanidade, possui o poder de impor limites ao cérebro viciável. Observe que um fumante que resolve parar de fumar e com determinação diz: não fumo mais! Obrigando ao cérebro viciado à correção. Significa que podemos ter um poder sobre o cérebro e podemos exercê-lo se o nosso “espiritual (que entendo abstrato) for maior. Se formos donos do que queremos para o bem comum.
Lamento que em minha percepção, a humanidade em sua maioria se administra pelos prazeres do cérebro, que é concreto, e não pelo “espiritual” que muitas vezes nem o percebemos por ser abstrato.
Caro leitor, admito e respeito seu entendimento contrário, ou de imaginar que o fora de regra seja eu, mas atingi o objetivo pretendido. Fiz você ler, pensar e discordar. Quanto mais se pensa, mais dúvidas se tem, a ausência de dúvidas é a prova da ignorância pela ausência de pensar.
Nelson Palma - militar; oficial do Exército; ambientalista; administrador do Memorial dos Palma e se dedica a cultura da imigração italiana no Brasil