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Especial

A máscara memorável

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Allan com a esposa, Verusca, e a filha, Alice, de 2 anos e 11 meses.jpeg
Por Emerson Carniel
Foto Arquivo pessoal

A palavra Natal remete aos símbolos festivos, como o presépio, Papai Noel, presentes e chocolates. E também para a parte reflexiva, com o encontro de famílias, orações e solidariedade. Para o presidente do Sindicato Rural de Erechim, Allan Tormen, a data significa o começo de um novo ciclo. 

“Chegamos ao final do ano que você trabalhou e fez tudo o tinha ‘planejado’ e está na hora de repensar sobre o que foi feito. O Natal é voltar para o começo e reunir toda a família. Depois da data, começa tudo de novo, com novos projetos e desafios. Praticamente, o ano acaba no dia 25 e não em 31 de dezembro”, reflete Tormen.

Almoço de família

Os costumes e princípios religiosos sempre foram difundidos pelos pais de Allan no ambiente familiar. Crescido na Linha São João Giaretta, em Paulo Bento, ele conta que o momento mais marcante para as famílias do interior era o almoço do dia de Natal. “Era aquela preparação, temos que carnear a ovelha porque vem os parentes. A família pelo lado do meu pai é grande, tem 11 irmãos, e isso juntava 60 pessoas para o almoço de Natal”.

Os enfeites 

A decoração natalina era feita com objetos simples. “Lembro que íamos recolher os musgos na beira do rio para montar o presépio e o pinheirinho não era de plástico. O pai achava uma araucária pequena no meio do mato, tirava e colocava em um balde com areia para ficar de pé e se manter durante 15 ou 20 dias. Essa que era a logística do Natal”, disse Tormen.

Qualquer material servia para enfeitar a casa. “Não existia essa praticidade de hoje, de comprar enfeites, apesar de eu ser novo. Não tinha toda essa oferta, variedade e facilidade de ter as coisas. Eram decorações mais simples, mas sempre com o mesmo intuito de lembrar dessa época”.

Os presentes e boas lembranças

Os presentes também não eram sofisticados, mas criavam lembranças emotivas. Allan chorou ao revelar sobre um presente recebido de seu pai. Era tradição para as famílias se reunirem na véspera de Natal, na igreja da comunidade, para um ato de celebração. E todos os anos, alguém se vestia de Papai Noel para distribuir doces às crianças e jovens.

“Teve um ano, 2005, quando eu estava terminando o ensino fundamental, o meu pai pediu para o Papai Noel entregar um pacote de presente para mim. Era uma máscara, parecida com aquela utilizada pelo personagem do filme Pânico. A gente brincava e assustava as piazadas. Uma vez, eu inventei de levar para o colégio agrícola e a máscara quase me rendeu a perda do internato. Era muito divertido, pois colocávamos a máscara e saíamos incomodar os colegas nos outros quartos”, recorda Tormen.

A partir dessa lembrança, Allan sente que o mimo dado para alguém precisa deixar algum sentimento. “O presente de natal tem que ser aquele que te marca para vida ou traz boas lembranças”.

“Minha família sempre teve condições de fazer as confraternizações sem muita dificuldade, por mais que a gente fosse pequenos produtores rurais, sempre tivemos recursos para fazer o necessário e dentro da realidade. O mais importante é saber o que podemos ou não. Não adianta eu querer dar de presente para minha filha algo que eu não posso comprar, isso sim é frustrante. Agora, se você tem condição de dar aquele presente, que ele não seja fútil”, expõe Allan.

Fim de um ciclo

Para Tormen, “cada natal é especial, porque em cada ano temos uma história diferente”. E como essa época é um ciclo que se encerra para o início de um recomeço, Allan faz a sua reflexão e os planos para a nova jornada. 

“O Natal é momento de refletir como foi a nossa trajetória como pessoa e imaginar se é isso que queremos continuar sendo e o que queremos melhorar como pessoa, cidadão ou gestor. É época de analisar os pontos positivos e projetar um ano melhor”, finaliza.

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