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Opinião

Japão - Cruzeiro pelo Mar da China - Singapura- Emirados Árabes (Parte XXIX)

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Marlei Klein
Por Marlei Klein
Foto Arquivo pessoal

O livro de Wilfred Thesiger, escrito nos anos 1940, narra a travessia das caravanas pela Arábia Saudita. Por ela levavam seus camelos para pastar durante uns três meses. Muita areia que penetrava até garganta adentro. A lua grande e clara iluminava as noites ou então era uma perfeita escuridão. À noite, homens vestidos com as tradicionais “dishdashas” brancas e a cabeça coberta por “gitras”, fumavam cachimbos e era o momento das lembranças. A escuridão é fria e precisavam de fogueiras. No inverno, passavam fome e frio. Aí vieram as companhias de petróleo.

Reminiscências

Voando pelo Airbus A380 da Companhia Emirates chegamos aos Emirados Árabes – Dubai. Uma viagem onde se esquece que se está nos ares tantas são as atrações e de um excelente serviço individual. O gigante dos ares somente pousa em poucos aeroportos do mundo pela sua complexidade. No Brasil, ele chega somente em Guarulhos – São Paulo. As próximas narrações serão sobre as duas viagens que já realizei aos Emirados.

Emirados Árabes Unidos

São sete pequenos emirados que o compõem: Abu Dhabi – Dubai – Xarja - Ajmã- Umm al Quwain - Ras al Khaimah - Fujeira. Abu Dhabi é a capital e o segundo maior dos pequenos emirados da Federação dos Emirados Árabes Unidos. São um grupo de monarquias hereditárias árabes localizadas na Península Arábica e limitam com: Arábia Saudita no sul e oeste - Qatar no noroeste - Golfo Pérsico ao norte e Omã ao leste. 

Sua importância

Apesar de pequenos e pouco povoados, são importantes pelo aspecto financeiro propiciado pelos hidrocarbonetos ao longo das últimas décadas. O petróleo e o gás natural e, atualmente, pelo turismo, pelo comércio e pelos transportes fazem sonhar os que não os possuem. As mostras de riqueza sustentam enormes luxos que são grandemente exibidos. Príncipes do deserto em carros esplendorosos e vivendo em palácios. Mas essa imagem não mostra toda a realidade. As divisas, antes de tudo, propiciam transformações nos modos de vida, nas organizações políticas e nas culturas. As paisagens transformaram-se e possuem admirável herança histórica. Muito bem localizados, os Emirados, onde seu litoral contribuiu para o desenvolvimento das culturas pré-islâmicas e, posteriormente, da civilização árabe, são páginas importantes da civilização mundial.

Região árida

Toda a região é árida. Os recursos agrícolas foram sempre dependentes dos oásis e das importações. As criações de animais são muito antigas. A pesca, modernizada, é importante. De excelente qualidade e fácil extração, o petróleo, o gás natural e o grande incentivo ao turismo são muito valorizados e sustentam enormes luxos. Mas ainda muito da população está vinculada aos modos tradicionais de vida.

Políticas de regulação

Empregam políticas de regulação de seus recursos e investimentos infraestruturais, além da prospecção das riquezas naturais. As atividades geram muito lucro e usufruem, portanto, de surpreendente modernização em todos os domínios. Estradas, hospitais, escolas e universidades transformam profundamente as mentalidades e os costumes. A escolarização, sobretudo, teve extraordinário impulso. As meninas, hoje, estão incluídas, mas não há muito tempo não eram. A cultura e a informatização estruturam as sociedades e influenciam a totalidade do mundo árabe. Isso é testemunhado pelas redes de televisão dos Emirados.

Os dividendos do petróleo

Antes das altas de 1999 e 2000, os hidrocarbonetos garantiam mais de 14 bilhões de dólares por ano aos Emirados Árabes – principalmente a Abu Dhabi e Dubai. Esse lucro foi amplamente reinvestido em diversas atividades financeiras. Essas revoluções se inscrevem em um novo espaço: o das grandes cidades que, em poucas décadas, surgiram das areias, mas que se desenvolveram a partir de cidades desérticas. Da mesma forma, Dubai, a mais importante metrópole dos Emirados e o surgimento mais recente de Abu Dhabi, a capital, são cortadas por grandes avenidas. De pequenas cidades de pescadores, no passado, hoje a arquitetura lança construções futuristas que simbolizam o dinamismo da época do “ouro negro”. Este patrocinou os melhores arquitetos do mundo. Minaretes tradicionais das mesquitas estão ao lado de torres futuristas apontando para o céu. Antigas, hoje modernas, souberam responder ao desafio com eficientes planejamentos urbanos.

Conclusão

Nascidas no deserto, onde nômades, pastores e caravaneiros são seus personagens marcantes, a civilização muçulmana se urbanizou rapidamente. As mesquitas também se tornaram obras com grande valor arquitetônico e de riqueza. O Oriente Médio, onde pertencem os Emirados Árabes Unidos, foi conquistado no século VII pelos fiéis do Profeta Maomé. Atualmente, são mostras extraordinárias de diversidade dessa região que é passagem natural entre o Extremo Oriente e o Ocidente, entre o sul e o norte.

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