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Hoje é dia de lembrar e homenagear o imigrante italiano

Em Erechim as primeiras famílias chegaram por volta de 1910 através da Ferrovia

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Italianos.png
Por Carlos Silveira
Foto Ilustrativa

 Em homenagem à primeira leva de italianos que desembarcaram no Brasil, em 1874 trazidos pelo navio La Sofia, o país celebra hoje, o Dia Nacional do Imigrante Italiano. A data, criada pela Lei Federal 11.687, é uma referência aos laços estabelecidos entre os dois países ao longo do tempo.

Trinta milhões

Atualmente, o Brasil abriga cerca de 30 milhões de descentes de italianos, quantidade que coloca o país no topo da lista de nações com a maior quantidade de pessoas que possuem alguma ligação com o país europeu. Esse número é resultado do enorme fluxo migratório que aconteceu entre os séculos 19 e 20 e que influenciou a cultura e os costumes brasileiros.

Movimento migratório

 Com o fim da escravidão, o sistema produtivo brasileiro entrou em crise. No mesmo período, a Itália passava por um processo de unificação que teve reflexos econômicos, sociais e culturais. Nesse cenário, o país sul-americano precisava mobilizar trabalhadores livres para atuar nas lavouras de café, enquanto a nação europeia enfrentava problemas com a falta de postos de trabalho.

Estímulo

 Assim, entre 1870 e 1930, vigorou no Brasil a imigração subvencionada pelo governo com o objetivo de estimular a vinda de estrangeiros. Nesse período, cerca de sete milhões de italianos deixaram sua terra de origem em busca de uma nova vida.

No início do século 20, por exemplo, os italianos chegaram a compor mais da metade dos estrangeiros na capital paulista, sendo o Estado de São Paulo o destino mais escolhido por eles.

Núcleos coloniais

 Ao desembarcarem em terras paulistas, em geral no porto de Santos, muitos imigrantes partiram rumo às fazendas do interior para trabalhar nas plantações de café. Os que optavam por ficar na cidade podiam permanecer por algum tempo na Hospedaria dos Imigrantes e depois tinham a opção de ir morar nos núcleos coloniais.

Esses núcleos eram como embriões de futuros bairros e cidades planejados, sendo parte deles destinados a estrangeiros. No Estado de São Paulo, entre 1885 e 1911, foram criados 25 núcleos coloniais em diversas regiões, sendo a boa parte implantada durante o governo de Carlos Botelho.

 Em 1889, a Assembleia Provincial aprovou a Lei 101, que viabilizava o pagamento, do Estado às Câmaras Municipais e às empresas, pela fundação de núcleos coloniais.

Normas a serem seguidas

 A norma estabelecia valores a que deveriam ser transferidos de acordo com os requisitos cumpridos e determinava ainda que a criação de bairros ou cidades nesse modelo deveria acontecer próximo a rios ou linhas de trem.

 Esse tipo de incentivo para os imigrantes fazia parte da política estadual e nacional de fomento à imigração, que perdurou por décadas e deixou como legado uma grande quantidade de descentes de estrangeiros, sobretudo de italianos, no Brasil.

 Além do custeio de passagens, alojamento e promessa de um posto de trabalho, os governos da época também acenavam aos imigrantes com disponibilização de lotes de terra, auxílio para a compra de telhas ou animais e aumento do prazo para quitação do terreno adquirido, por exemplo.

Rio Grande do Sul

 Grande parte dos imigrantes italianos vieram de Trento, Vêneto e Lombardia, que buscavam fugir da pobreza e da forte crise que acometia a Europa naquela época. Estes, então, vieram ao Brasil em busca de novas oportunidades para prosperar e viver uma vida melhor. Instaram-se no Rio Grande do Sul 84 mil italianos vindos sobretudo da Lombardia, Vêneto e Tirol.

Nos núcleos urbanos eram encontrados italianos ligados ao comércio ou às artes (músicos, escultores, pintores, professores de música). Havia a presença dos italianos em Porto Alegre desde 1820. São os comerciantes das esquinas com seus cafés, barbeiros, açougueiros, quitandeiros e vendedores de bilhetes. Antônio Prado é com certeza a cidade mais italiana do Rio Grande do Sul – estado que também tem fortes influências dos imigrantes.

Erechim

 O ano de 1912 marca a chegada dos primeiros imigrantes de etnia italiana no que foi chamada de Colônia Paiol Grande, compreendendo o Alto Vale do Rio Uruguai, que na atualidade corresponde ao município de Erechim dentre outras localidades ao seu entorno emancipados posteriormente e desmembrados do primeiro.

Primeiras famílias

 As primeiras famílias chegaram em nossa cidade por volta de 1910 através da Ferrovia. Entre os pioneiros, encontramos nomes como Antenor Pedrollo, Paulo e Elisa Vacchi, Eugênio Isoton, PedroLongo, José Bonaldo, Bortolo Balvedi, João Massignan, Júlio Trombini, João Carlone e Attilio Assoni - que instalou o primeiro engenho de serra e a primeira casa de alvenaria.

Marca forte

Os imigrantes italianos, ao longo de várias décadas foram modificando a fisionomia social da região com seus valores espirituais, culturais e materiais. É importante ressaltar que a maioria dos imigrantes vinham em busca de uma vida melhor para si e para seus filhos. A marca da etnia italiana é muito forte na cidade e no interior nas áreas econômica, política, social, cultural, religiosa e artística.

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