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Mundo

Professor Vitélio Brustolin alerta sobre uma nova Guerra Fria

Em 2023 o mundo teria atingido os maiores gastos em defesa desde 1945, final da Segunda Guerra Mundial

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Por Carlos Silveira
Foto Arquivo BD

 

Nesta semana em que a Guerra na Ucrânia completa dois anos, o erechinense Vitélio Brustolin que é pesquisador da Universidade de Harvard, professor adjunto da Universidade de Colúmbia e professor da Universidade Federal Fluminense ensinando Direito Internacional, Estudos Estratégicos e Governança Global, publicou um policy brief em coautoria com a sua orientanda de doutorado, Carolina Ambinder, que foi publicado pelo InterAgency Institute.

Conflitos armados

No mesmo, de acordo com os autores, o mundo tem vivenciado uma intensificação dos conflitos armados, com destaque para a Guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022 e que completa dois anos.

 “Com isso, em 2023, essa conjuntura levou muitos países aos maiores gastos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Esse aumento tem ocorrido principalmente nos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como os Estados Unidos e a Polônia, também membro da União Europeia (UE).

Brasil

A Suécia, ainda em adesão a OTAN, já possui seu orçamento de defesa alinhado a organização. O Brasil, por sua vez, não tem demonstrado ajustes orçamentários frente a conjuntura atual de uma Nova Guerra Fria”, pontuam.

Continente africano

Afirmam, ainda, que desde 2020 o Continente Africano tem vivenciado a intensificação de golpes militares e a Coréia do Norte tem aumentado anualmente o número de testes de mísseis. No dia 24 de fevereiro de 2022 a Rússia invadiu a Ucrânia, iniciando uma guerra que completa dois anos.

Tensões

“Além disso, desde o mesmo ano, vê-se o aumento da tensão entre China e Taiwan devido a uma maior aproximação com os Estados Unidos. Em 2023, por sua vez, foi retomando o conflito entre Armênia e ao Azerbaijão por disputa territorial, e teve início a guerra entre Israel e o Hamas, como desdobramento de conflito de décadas entre israelenses e palestinos. Por conta desse cenário político, o mundo tem aumentado, progressivamente os gastos militares” garantem.

 

U$ 2,2 trilhões

Em 2023, o mundo teria atingido os maiores gastos em defesa desde 1945, final da Segunda Guerra Mundial. Segundo pesquisa, o total foi de U$ 2,2 trilhões (R$ 10,9 trilhões), 9% a mais do que em 2022. Desse valor os Estados Unidos respondem por 41%, seguido pela China com 10%, e pela Rússia com 5%.

EUA

“É importante registrar, no entanto, que os gastos militares dos Estados Unidos superam os dos 14 outros países que mais gastam em defesa na sequência, o que representa a permanência do país como a maior potência militar do planeta”, afirmam.

Rússia

“Tendo em vista também o estado de “guerra total” da Rússia, dedicando 1/3 do orçamento total do país ao esforço da guerra contra a Ucrânia, lembra-se a dificuldade de externar precisamente os valores que estão sendo movimentados em Moscou”.

67 milhões de euros

Autores apontam que a Ucrânia tem contado com maciço apoio financeiro da OTAN e da União Européia, o que faz desse conflito a principal razão para o aumento dos gastos em defesa desde 2022. Apenas naquele primeiro ano de guerra, inicialmente, a EU teria auxiliado a Ucrânia com 67 milhões de euros/U$ 73,2 milhões.

U$ 50 bilhões

Para este ano, garantem, foi aprovado o financiamento de 50 bilhões de Euros/U$ 53,9 bilhões. Os Estados Unidos, por sua vez, como um dos maiores contribuintes da OTAN, apoiaram militarmente a Ucrânia nesses dois anos de guerra com aproximadamente U% 45 bilhões, mas o Senado já aprovou um novo pacote de U$ 60 bilhões, estando pendente apenas a aprovação da Câmara dos Representantes.

Além disso, as tensões na região da Ásia-Pacífico, dentre outros autores: China, Taiwan, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Japão, tem como a Índia e Paquistão, tem contribuído para o aumento das despesas militares.

OTAN

Na OTAN, apesar de apenas 11 dos 31 membros seguir atualmente o padrão mínimo de 2% do PIB para o setor de defesa, estima-se que, ainda neste ano, 18 membros atingirão o patamar. Alguns membros, por outro lado, já superam esse percentual. A Polônia, por exemplo, dedicou cerca de 4% do seu PIB para defesa no último ano tendo como motivação central a Guerra da Ucrânia para evitar invasões ao território polonês, como ocorrido na Segunda Guerra Mundial.

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