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Especial

“Não troco Erechim por nenhuma outra”

Moradora há mais de quatro décadas, Salete Bedra presenciou várias mudanças na cidade entre pontos positivos e negativos

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Salete Bedra, 58 anos
Por Emerson Carniel
Foto Arquivo pessoal

Natural do interior de Gaurama, Salete Bedra, 58 anos, veio morar na Capital da Amizade quando ainda era adolescente. Seu pai trabalhava em uma ervateira naquela cidade quando sofreu um acidente e se viu obrigado a se aposentar. “Como minhas irmãs já trabalhavam aqui em Erechim, para nós ficarmos lá era muito difícil, porque não tínhamos como nos manter. Então resolvemos vir morar para cá por causa da oportunidade de trabalho”, relembrou.

Ida e retorno

Salete é empregada doméstica desde os 12 anos de idade. A única vez que ela saiu das terras erechinenses foi para trabalhar com uma família natural da capital do estado. Ela trabalhou por cinco anos com eles em Erechim. “Quando se mudaram eu fui junto, mas não gostei de Porto Alegre. É insuportável aquilo lá, eu não gostava e voltei para cá e continuei aqui”.

As coisas boas e ruins

A empregada doméstica conhece a maior parte da cidade. “Não conheço os bairros ao redor, os novos, mas em compensação a parte central sei tudo”.

Logo que veio morar para cá, Salete se instalou junto com sua família no Bairro Linho. Ela conta que a maioria dos serviços e espaços públicos eram diferentes, alguns considerados bons, outros ruins. “Ônibus tinha um de manhã, um de meio-dia e um de tarde, mas não fechava horário para nada. Não havia calçamento e nem asfalto. A única rua calçada era a Comandante Kramer que ligava o loteamento Schimidt e depois para lá era tudo estrada de chão. Nesse ponto era ruim, mas quanto morar na cidade, a tranquilidade era muito melhor”.

Época de bons shows

Hoje em dia, sua moradia é o local mais frequentado para lazer e descanso, mas alguns anos atrás seu hobby era assistir as atrações musicais que passavam por Erechim, como por exemplo, Chitãozinho e Xororó. “Quando tinha bons shows na Frinape eu acompanhava todos. Era algo que eu gostava muito”, afirmou.

Amizade deixada de lado

“Erechim é uma terra boa de se viver, mas é terra de gringo grosso”. Salete ouviu essa frase várias vezes quando jovem e ao longo dos anos essa impressão foi se confirmando para ela com relação a maior parte dos erechinenses. “As pessoas são antipáticas, a maioria. Com o passar do tempo, convivendo na cidade você verá que não existe fazer amizade, de um conversar com o outro, isso é muito pouco. Isso se deve a própria cultura das pessoas”.

Em prol de uma Erechim melhor

Aos 22 anos, Salete saiu de casa para trabalhar e tirar o próprio sustento. Ela considera Erechim uma cidade excelente para viver, mas exige condições que segundo a empregada doméstica não vem sendo cumprida pelo poder público. “É uma cidade muito boa, se ela for mais planejada, mais organizada, porque está muito largada. Não era suja e abandonada como está sendo nos últimos anos”.

Salete cita a limpeza de ruas, jardinagem e coleta de lixo como serviços que não estão sendo realizados corretamente. “Nós pagamos todos os impostos dentro da cidade e não está tendo retorno. Não tem um planejamento para nada. Por que a prefeitura não assume a coleta de lixo como faziam no passado? Por que eles não fazem a jardinagem como era no passado? Lá atrás funcionava, hoje não”.

Morar é aqui

Apesar das críticas, a tranquilidade e a segurança são duas vantagens destacadas pelos moradores erechinenses, principalmente pela Salete que também conhece outros lugares, mas nenhum comparado a Capital da Amizade. “Não troco Erechim por nenhuma outra, conheço muitas cidades em Santa Catarina e suas praias. Lá é bom para passeio, mas para morar é aqui”.

Ela considera as grandes metrópoles “sufocantes” e a dependência para se movimentar de um local para outro devido à distância. “Aqui a gente ainda tem liberdade de andar na rua”, finalizou.

 

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