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Especial

Uma casa repleta de afeto

Aos 78 anos, Zélia Orso conta sobre uma vida de amor entre gerações da sua família

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Zélia Orso ao lado de seu marido e filho
Zélia é rodeada por uma família grande, repleta de amor de seus filhos e netos
Por Vivian Mattos
Foto Silvio Vanz

Os pais são nossos modelos primários de comportamento. A maneira como eles se tratam, como tratam os outros e como nos tratam molda nossa compreensão sobre o amor. Se eles demonstram respeito mútuo, apoio e empatia, aprendemos que esses são aspectos essenciais do amor.

 

De mãe para filha

Aos 78 anos, a moradora de Paulo Bento, na linha Chapadão, Zélia Orso, mãe de três filhos e agora, rodeada pelo amor de seis netos, compartilha que amor que transmitiu para a sua família durante a sua vida, ela aprendeu em casa, junto aos pais. “Eu nasci de uma família humilde, simples, mas de muito amor. Quando eu estava no colégio, não tinha alegria maior do que quando eu chegava no aconchego da minha família”, diz Zélia.

Embora possa haver desafios e dificuldades, crescer em um ambiente modesto também pode proporcionar uma perspectiva única sobre a vida e ensinar importantes lições de humildade, gratidão e resiliência. “Eu devo muito aos meus pais, pois eram pessoas muito humildes, simples, mas com uma sabedoria pura e muito abençoada”, ressalta Zélia.

 

Acesso ao estudo

Sair de casa para estudar pode ser uma experiência desafiadora, mas uma oportunidade de crescimento e aprendizados que constroem uma caminhada de independência. Para Zélia, o acesso ao estudo na escola para freiras foi um privilégio e que ela tem orgulho de sua trajetória.

“Eu comecei estudando na comunidade vizinha, depois eu fui para Paulo Bento, nessa época era equivalente ao que seria o 2a grau de agora. Após isso, eu fui para Rio do Oeste, Santa Catarina. Para mim o estudo era uma benção de Deus, modéstia parte, tinha facilidade e gostava muito”, compartilha;

Segundo Zélia, apesar da distância, sair da casa dos pais foi uma experiência tranquila, pois na nova morada ela encontrou acolhimento. “Foi algo muito tranquilo, pois eu era orientada pelas irmãs e por isso, nós estávamos sempre amparadas por elas. Nisso tudo, elas ficaram sentidas quando retornei para casa”, explica.

 

Retorno ao lar

Após seis anos na escola para freiras, Zélia retornou para casa dos pais para os apoiar no trabalho na agricultura. “Eu saí, retornei para o trabalho com os meus pais, continuei na lavoura, apoiando os meus pais, pois antigamente a vida no campo era mais sofrida, não era da mesma forma que vivemos agora. Antes o trabalho era muito manual, mas seguíamos confiantes e lutando, não havia outra forma”, conta.

 

A família

Em Paulo Bento, ela encontrou o amor, casou e estabeleceu um lar repleto de ternura. “Eu já o conhecia, pois éramos vizinhos e nossa famílias tinham um bom relacionamento. Começamos a namorar, casamos, moramos um tempo com meu sogro e depois disso, nós viemos aqui e estamos até hoje”, comenta Zélia.

No interior de Paulo Bento, Zélia teve e criou seus três filhos, sendo eles, Sérgio Orso de 57 anos, Celso Orso de 55 anos e Valdir Orso de 52 anos. A criação dos filhos foi feita ao seu lado, enquanto trabalhava na lida da lavoura. Com essa rotina, acompanharam os valores do trabalho árduo, honesto e a responsabilidade desde cedo. Desta forma, trilhando o caminho dos seus pais, os três filhos viraram agricultores, auxiliando os pais.

Atualmente, ela conta que dois dos seus filhos continuam morando em Paulo Bento, auxiliando na propriedade da família e o outro agora reside no Paraguai. “Nós temos familiares no Paraguai, ele conheceu o lugar e gostou. Agora, ele mora longe de todos nós, mas nunca fica distante da família, continua nos visitando a cada dois ou três meses”, evidencia.

 

Carinho familiar

O sentido de afeto entre os pais e os filhos é imensamente significativo. Esse vínculo é fundamental para o desenvolvimento saudável e a felicidade ambos, criando memórias e laços que perduram uma vida inteira. Segundo Zélia, o amor e a felicidade nunca faltaram em sua casa.

“Muitas pessoas nos falam o quanto é bonito ver a relação com os meus filhos, sempre muito atenciosos com a sua mãe e o seu pai, mas modéstia parte, eu acho que o amor que estamos colhendo foi o que semeamos. Eles sempre foram muito agradecidos pelo que fizemos para eles e nossa relação é muito boa, tanto que trabalhamos juntos, sempre muito unidos”, compartilha.

 

Ser mãe

Para Zélia, ato de ser mãe não é algo que pode ser ensinado em salas de aula ou adquirido por meio de livros, mas entrega na vida um diploma de amor. “Não existe um diploma de escolaridade, mas cada mãe tem um diploma de amor. A gente cresce e reconhece o verdadeiro sentido da vida, assumindo o dom da criação e da doação. Eu acho que ser mãe é reencarnar a divindade, pois não existe no mundo, alguma benção e amor que possa ser maior como o de uma mãe com seu filho”, destaca.

Com experiência na criação de três filhos, Zélia comenta que vivenciar a maternidade foi um sentimento de amor e superação. “Eu pude transpassar barreiras do medo e superar a insegurança, o amor é sempre mais forte que o sofrimento. É claro, nem sempre tudo é um mar de rosas, existem dificuldades como doenças e acidentes que nos abalam, mas o ato de amar ameniza muitas dores. Com paciência, conseguimos cumprir nossa missão e prestar todo o apoio que eles precisam”, ressalta.

 

Empatia Neste Dia das Mães, Zélia, finaliza deixando uma mensagem de empatia e solidariedade. “Para as mães que estão em sofrimento decorrentes das enchentes no Rio Grande do Sul, eu peço a benção de Deus sobre elas e que elas se sintam amparadas pela nossa solidariedade nesse momento tão difícil”, concluiu.

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