Em Centenário, a agricultura familiar é um pilar vital da economia local. Nesse cenário, Diogo Serafini e sua família dedicam suas vidas ao cultivo de grãos na produção de soja, milho e trigo.
Produção de grãos
De acordo com o sétimo levantamento da safra de grãos 2023/24 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir 294,1 milhões de toneladas, numa área total de 78,53 milhões de hectares. Isso representa uma queda de 8% ou 25,7 milhões abaixo do volume obtido na safra passada. A quebra se deve, sobretudo, à atuação da forte intensidade do fenômeno El Niño.
Conforme a Food and Agriculture Organization (FAO), em 2021, o Brasil produziu 135 milhões de toneladas de soja, sendo o maior produtor mundial. Entre as unidades da federação, o Rio Grande do Sul é o quarto maior produtor de soja em grão do Brasil.
Centenário
O município de Centenário, situado na região norte do Rio Grande do Sul, conforme o censo do IBGE de 2022, conta com uma população residente de 2.721 pessoas. Com um polo de produção agrícola diversificada, o setor primário da região é robusto, focado na produção de matérias-primas e alimentos. Entre as culturas cultivadas, destacam-se soja, milho, trigo, cevada, feijão, além de uma variedade de frutas e a erva-mate.
No trabalho desempenhado pela família Serafini, a produção anual inclui três mil sacas de trigo, seis de milho e seis de soja anualmente, abastecendo o comércio local e cidades ao redor. A combinação de culturas diversificadas aumenta a resiliência da propriedade às adversidades climáticas e maximiza o potencial de renda. “Investimos nessa variedade, pois é o que nos mais retorna em renda para a propriedade”, explica.
Com a conclusão da produção e venda das sacas de grãos, os agricultores iniciam novamente o ciclo, comprando insumos e começando uma nova safra. “Compramos as sementes fiscalizadas, plantamos na época correta para depois ser comercializada”, explica Diogo.
De pai para filhos
A história de Diogo Serafini é um legado que remonta às raízes familiares. Iniciada por seu pai, a tradição foi passada com responsabilidade e amor pela terra. “Na nossa família, a agricultura foi algo que passou de pai para filho. Meu avô era agricultor, meu pai e agora eu. Eu acredito que isso é algo que nasce com a gente e agora estamos tentando repassar para as próximas gerações”, disse.
Desafios
Entretanto, a jornada não tem sido isenta de desafios. Diogo destaca que um dos maiores obstáculos enfrentados pelos agricultores é a imprevisibilidade do clima. “O maior desafio de todo os produtores é lidar com o tempo, pois trabalhamos em um escritório a céu aberto. A agricultura é um dos poucos ramos que você precisa comprar os insumos no preço que está e não consegue colocar no preço no nosso próprio produto, esperamos o valor que está no mercado e tentamos vender na melhor oportunidade”, explica Serafini.
Tecnologia
A partir das inovações na agricultura e mecanização agrícola, o uso de equipamentos modernos nas lavouras contribui para a diminuição dos trabalhos manuais na colheita, minimiza as perdas na safra, aumenta a qualidade dos produtos agrícolas e torna o processo de produção mais rápido.
Além disso, a mecanização agrícola oferece diversas alternativas para a produção de grãos, transformando áreas antes improdutivas em regiões de grande potencial produtivo. O uso dessa tecnologia permite a otimização de processos e a maximização da produtividade, além de evitar a necessidade de abrir novas áreas de floresta para a produção agrícola.
Com esses benefícios em mente, a introdução da tecnologia e da mecanização foi uma mudança crucial no modo como a família Serafini opera. Equipamentos modernos não apenas aumentaram a eficiência, mas também reduziram a intensidade do trabalho manual, permitindo que se concentrassem na gestão estratégica dos processos.
Gostar do que faz
A história da família Serafini é um exemplo de resistência contra as adversidades, inovação constante e compromisso com o trabalho. Para Diogo, o trabalho dos agricultores enfrenta problemas como intempéries e flutuações de preços, mas ainda assim é gratificante. “Existem vezes que não somos valorizados, mas gostamos do que fazemos”, destaca.