O município de Centenário, localizado na região norte do estado do Rio Grande do Sul, destaca-se com um polo de produção agrícola diversificada. Com um forte setor primário voltado para a produção de matérias-primas e alimentos, a região não apenas contribui significativamente para o abastecimento interno, mas também para a economia regional.
Produção agrícola
Em Centenário, o local conta com variadas culturas como soja, milho, trigo, cevada, feijão, e uma variedade de frutas e erva-mate. Este setor não apenas diversifica a produção agrícola, mas também contribui para a geração de empregos e para o fortalecimento da economia local.
Segundo a Emater/RS-Ascar, a área plantada para fruticultura compreende 180 hectares, um número que tem mostrado crescimento ao longo dos anos, impulsionado pela demanda crescente por frutas frescas e de qualidade tanto no mercado interno quanto externo.
A bovinocultura de leite e corte, suinocultura e avicultura também são pilares importantes da economia rural de Centenário. Essas atividades não apenas garantem a segurança alimentar local, mas também contribuem para a geração de renda e desenvolvimento social nas comunidades rurais.
Atilio Glowka
De acordo com dados da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, o estado é um dos maiores produtores nacionais de maçãs, uvas, pêssegos e citros. No segmento de hortaliças, o Rio Grande do Sul possui uma diversidade que inclui produtos como alface, tomate, cenoura, batata, entre outros.
Um exemplo vivo dessa diversidade e dedicação à agricultura é Atilio Glowka, residente da Linha Barão do Rio Branco. Atilio, que continua a tradição familiar na agricultura, iniciou sua jornada com um foco especial em fruticultura, cultivando uma variedade impressionante de frutas, verduras e legumes em sua propriedade.
Conforme dados de 2022 do IBGE, a produção de laranjas chega a 357.259 toneladas, área colhida é de 21.100 hectares e o rendimento médio é de 16.932 kg por hectare. Com mais de dez anos de experiência no cultivo de citros, Atílio se destaca pela produção de mais de 10 tipos diferentes de frutas cítricas, sendo laranjas e bergamotas.
Além disso, nos últimos dois anos, diversificou suas atividades com o cultivo de verduras, expandindo ainda mais sua produção agrícola. “Eu tenho a laranja, melancia, a bergamota, o pêssego, a uva, o maracujá, o caqui, o figo, a beterraba, a alface, a couve e o repolho”, explica Atílio.
Tradição
A ligação de Atílio com a agricultura não é apenas profunda, mas também cultural. Herdeiro de uma tradição familiar de trabalhar a terra, seus avós deram os primeiros passos no cultivo agrícola, enquanto seus pais se concentravam principalmente em grãos como feijão e soja. Essa história de dedicação à terra e à produção agrícola moldou a paixão de Atílio pelo campo.
Comercialização
Apesar dos avanços, os agricultores do Alto Uruguai Gaúcho enfrentam desafios significativos. Mudanças climáticas imprevisíveis, oscilações nos preços dos produtos agrícolas e a necessidade de adoção de práticas sustentáveis são apenas alguns dos obstáculos que precisam ser enfrentados diariamente.
Além de contribuir para a economia do estado, a fruticultura e a horticultura gaúchas são importantes geradoras de empregos, tanto na produção quanto na comercialização. A cadeia produtiva desses setores envolve desde pequenos agricultores familiares até grandes empresas exportadoras, promovendo o desenvolvimento regional e a fixação de pessoas no campo.
Para comercializar seus produtos, Atílio adota uma abordagem mista, vendendo metade de sua produção na feira local e a outra metade diretamente aos consumidores, de porta em porta. Essa prática não apenas garante o sustento de sua propriedade, mas também fortalece os laços com a comunidade, promovendo uma agricultura mais sustentável e responsável.
Amor pela vida no campo
A história de Atílio Glowka é um reflexo do compromisso contínuo de Centenário com a diversificação agrícola e o desenvolvimento sustentável. Com seu amor pela vida no campo e sua dedicação à produção de alimentos de qualidade. “Eu tenho orgulho em ser agricultor, eu não gosto da cidade. Só vou quando realmente preciso, pois eu gosto da vida na agricultura”, evidencia o agricultor.