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Opinião

Norte Da Europa – São Petersburgo (Rússia)- Cruzeiro pelos Países Bálticos Escandinávia - Estônia- Tallinn-

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Por Marlei Klein

Estônia – capital Tallinn- é um dos três países que ficam no Mar Báltico. Os estonianos, através dos séculos, foram subjugados por diversos povos. Assim, incorporou heranças alemãs, norueguesas, suecas e russas. Muitas palavras alemãs estão na sua língua. No século XIII, o Mar Báltico era o campo de batalha   econômica entre a Alemanha e a Escandinávia. Então, os dinamarqueses fortificaram Tallinn para consolidar seu domínio nos arredores da Estônia, colocando um bispo cuja diocese por ali se estendia. No importante porto de Tallinn, no século XIV, comerciantes construíram casas e depósitos monumentais para armazenar seus bens.

 

Seu verão e inverno

A Estônia é dos três países bálticos a que mais próxima está do Círculo Polar Ártico. No verão, que inicia em junho, o sol da meia-noite abrasa o horizonte em um percurso sem fim.  Na alta estação- primavera-verão- os espaços ao ar livre ficam abarrotados, como os do Sul da Europa. O inverno, de dezembro a março, mergulha em uma longa noite.  Muito rigoroso. As águas e os bosques abrigam pássaros migradores, trutas, salmões, alces discretos e ariscos, ursos, linces. Surpresa maior é a luz singular, característica das proximidades do Ártico. Na região, a lua cheia ilumina como um farol as imensidões nevadas. Os raios de sol, fracos, dão às paisagens um tom irreal. Época, em que é impossível resistir ao esplendor das auroras boreais. São verdadeiros jogos luminosos, que se elevam ao céu como gigantescos véus coloridos e fascinantes.

 

Tallinn e sua história

Situada em frente a Helsinque, no Golfo da Finlândia, possui uma forte identificação cultural com este país. Foi sempre muito cobiçada pelas suas riquezas. Encontra-se a meio caminho entre São Petersburgo- Rússia- e Estocolmo – Suécia. Tal posição, altamente estratégica, caiu nas mãos dos dinamarqueses, em 1219. O exército dinamarquês mudou-se para Tallinn e construiu uma fortaleza sobre a colina de Toompea. O comércio prosperou e a cidade tornou-se membro de uma rede comercial, que dominava os negócios e a política no Mar Báltico e no Mar do Norte – era a Liga Hanseática. Isso aconteceu dos séculos XIII ao XV. Passou para as mãos dos Teutônicos e, depois, conquistada pela Suécia, em 1561. Em 1710, ficou pertencendo à Rússia, quando o czar Pedro, o Grande, se apossou dela. Ficou sob a tutela russa por dois séculos. Em 1918, com a Revolução na Rússia, conquistou, por um curto período, a sua independência. Em 1940, aconteceu novamente, uma invasão soviética. Hitler também a dominou durante a Segunda Grande Guerra. Nela construiu esconderijos subterrâneos, que hoje, são de interessante visita – com muitas surpresas. O povo os consideram mal-assombrados. Após, a desintegração da União Soviética conseguiu, outra vez, a sua independência.

 

Heranças do passado

A tumultuada história de Tallinn deixou, hoje, heranças como grupos de músicos que tocam, no centro histórico, com instrumentos e vestimentas de época. São apresentações que lembram a Era Medieval.  Em alguns restaurantes e cafés, os garçons também vestem roupas de época.

 

Economia

Após o ano 2000, a Estônia apresentou uma das maiores taxas de crescimento do continente.  Várias empresas ocidentais, atraídas pela mão-de-obra qualificada e barata, abriram fábricas e estabeleceram parcerias econômicas. Mas, medidas severas foram tomadas para manter a alta taxa anual de inflação, que lá acontecia. O povo aceitou, mesmo tendo que ter seu salário congelado. A sua principal indústria é a de geração de energia. Grande parte de suas usinas elétricas é abastecida por xisto, principal recurso mineral do país. O xisto é uma rocha sedimentar que produz óleo e gás quando triturada e aquecida em alta temperatura. O país fornece eletricidade aos seus vizinhos. O gás vendido para a Rússia, vai por meio de um gasoduto. O tratamento dos xistos betuminosos fornece à indústria, em Tallinn, vários subprodutos: benzeno, adesivos, taninos, resinas e detergentes.  Com essa indústria pesada, há grande preocupação e cuidado para com o dano ambiental.

 

Sua educação

Na Estônia, 98% das escolas são públicas e funcionam em tempo integral. Disponibilizam um currículo que inclui, além das disciplinas tradicionais, quatro línguas estrangeiras, aulas de costura, marcenaria e culinária. O país destaca-se pelo investimento em tecnologia em todas as esferas do cotidiano. Na educação não é diferente. O uso do celular na escola é proibido e há um currículo específico voltado à cultura digital, cujo objetivo é proporcionar conhecimento e problematizar o uso da tecnologia: uma espécie de conscientização trabalhada e construída junto aos estudantes.

 

Uma obra-prima Medieval

Tallinn, encerrada em suas fortificações, possui um dos centros medievais mais belos da Europa. Está dividida em Cidade Alta e Cidade Baixa. Nesta encontra-se o porto, onde o nosso Cruzeiro atracou, o grande comércio, indústrias e a moderna urbanização. A Cidade Alta   é a parte mais bela e interessante. Um emaranhado de ruelas e um centro medieval com castelos, igrejas e muralhas. Antigamente, as duas partes eram fechadas, à noite, com um grande portão para evitar conflitos. Ele, ainda hoje, pode ser visto. Não é muito fácil acessar a Cidade Alta. Ela está sobre uma colina. Para nela chegar, o mais prático é ir subindo, a pé. Mas, há transportes que fazem o trajeto. Não podemos deixar de conhecer: a Igreja Santo Olavo, que remonta ao século XIII – a Rua Pikk, onde se alinham casas com nomes sugestivos como a Casa dos Três Irmãos, das Três Irmãs e a Casa do Espião, nesta um rosto de pedra observa a vizinhança. Imperdível é a bela construção do prédio da Prefeitura, em estilo gótico, do século XIII, encimada por um campanário barroco. Também, muito bela é a Catedral Ortodoxa do arquiteto russo Alexandre Nevski. Ela é do final do século XIX - um símbolo da “russificação” de Tallinn. Quando a visitamos, acontecia a oferenda da Terra: grandes mesas estavam dispostas com abundância de frutas e legumes. Nunca havia observado nada igual. Após, tudo seria doação.

 

Conclusão

O belo Palácio Kadriorg é uma herança da monarquia russa. Foi um presente de Pedro, o Grande, para sua esposa Catarina I. Começou a ser construído em 1718 e concluído em 1725, no belo estilo barroco. O Imperador Pedro morreu quando ficou pronto, em 1725. Anteriormente, por diversas vezes o casal havia visitado as obras. Mas, após a morte de Pedro, Catarina não se interessou mais pelo palácio. Hoje, abriga o Museu de Arte Kadriorg. Nele, numa grande sala, estão as iniciais de Catarina, a Grande. Permanecem também, na área, belos jardins com flores e duas fontes, no modelo dos que foram nos nobres palácios de São Petersburgo.                    

 

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