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Rural

Encontro de agricultoras em Erechim reflete temas globais

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"É um momento de luta com diversão", declara a agricultora Ivete Fátima
Por Jessica Jung Gonçalves
Foto Jessica Jung Gonçalves

O evento reuniu mais de 800 mulheres de diversas idades e municípios do Alto Uruguai

Ocorreu na quarta-feira (06) o V Encontro de Mulheres da Agricultura Familiar, realizado pela SUTRAF-AU com parceria da Cresol, Creral e Agricoop, no CTG Galpão Campeiro de Erechim. Com o lema “De mãos dadas para um futuro melhor”, discutiu conquistas, avanços e urgências para as mulheres da agricultura, além da representatividade.   

Uma atividade diferente este ano foi a participação de uma terapeuta do centro de bem-estar Bem Viver Terapias Integrativas, com meditação em grupo, para acrescentar o lado espiritual e motivacional para as trabalhadoras rurais. Pois a autonomia vem do cuidado próprio, principalmente para um grupo que sempre cuida de tudo e de todos. Que planta, colhe, cultiva, cozinha e arruma. “Quando melhoramos a vida das mulheres, melhoramos de toda a população” afirma Carlos Cupercini, presidente da Cresol. Salienta como tanto o trabalho como o lazer das agriculturas precisam de atenção, para que ocupem seus espaços com dignidade.  

Resistência e união

As mulheres do campo resistem às secas, enchentes e/ou violências de gênero. Em uma apresentação mística, cartazes destacaram problemas como individualismo, exploração e pandemia. Para em seguida, a solução ser apontada nas palavras “Sustentabilidade, Autonomia e Respeito”, tema do encontro deste ano - assemelhando-se a temáticas da cúpula do G20 que ocorrerá no Brasil ainda este mês. Como enfatiza Silvano Mohr, Coordenador da Base Alto Uruguai e representante da Cresol Central Brasil, as mulheres e jovens são os primeiros afetados nas questões econômicas e ambientais. 

Muitas agricultoras presentes já sentiram tal impacto em suas vidas, como é o caso de Ivete Fátima, do município de Centenário. Ela conta como foi prejudicada com as últimas secas, comprometendo suas plantações de sementes e hortaliças. Mas fazendo parte do coletivo de mulheres, ela pode levar esses problemas e tantos outros que atravessam seu cotidiano - com encontros de dois a três meses no seu município. Esse encontro maior e regional possibilita um momento de diversão também, para um público que tem tantas responsabilidades. Como Ivete afirma: “É luta com diversão”.

Por fim, a coordenadora das Mulheres e do Coletivo regional do SUTRAF-AU, Marialva Lunkes, enfatiza: “O empoderamento é só uma consequência de todas essas conexões e reivindicações das mulheres rurais”. Muitas das participantes participaram no passado de lutas pela aposentadoria e salário maternidade; e hoje refletem sobre novas melhorias. Marialva aborda que elas podem voltar para seus municípios sendo replicadoras de conhecimento e inspirando quem não esteve presente, assim fortalecendo coletivos e juntas se organizando.

As agricultoras também puderam levar para casa plantas nativas distribuídas pelo Consórcio Itá, que apresentou o Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial da Usina Hidrelétrica Itá. As plantas e dinâmicas instigaram esperança e apoio às mulheres, para que toda sociedade ganhe, com alimentação de qualidade e um caminho sustentável.

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