A chuva registrada até a segunda-feira (18) na região Alto Uruguai causou algumas alterações no cronograma de muitos produtores rurais. Isso porque a fase da colheita já iniciou e o clima é de expectativa e ansiedade para que o tempo colabore nos próximos dias, possibilitando assim, a continuidade dos trabalhos.
Conforme a equipe técnica da Emater, até o momento foram colhidas em torno de 5% das áreas. A estimativa inicial quanto à produtividade é de 62 sacas por hectare, quanto no ano passado foi de 60 sacas.
O engenheiro agrônomo e Assistente Técnico Regional, Luiz Angelo Poletto, comenta que ainda não se pode falar em perdas em razão do significativo volume pluviométrico, contudo, o excesso de chuva concede um sinal de alerta aos produtores, em razão do controle de pragas. "É preocupante, esperamos que o tempo favoreça os agricultores que já investiram fortemente nas lavouras, desde o plantio, adubação e todo o tratamento. Toda quantidade a mais de soja que se alcançar, é muito dinheiro que gira", destaca, citando que a soja é a principal moeda da região, com alto custo de produção e com previsão de alcançar 233.060 hectares de área plantada na região.
Poletto salienta que Getúlio Vargas, Campinas e Jacutinga estão entre os municípios que se destacam na atividade.
Milho
Quanto ao milho, o engenheiro agrônomo pontua que 90% das áreas já foram colhidas. Em uma avaliação prévia, Poletto comenta que pela produtividade alcançada, o resultado está bom. "O milho é fundamental para a rotação de cultura. Em algumas áreas de soja, em que estão ocorrendo baixa na produtividade, a razão está relacionada à esse processo", alerta.
A área agrícola compreende 280 mil hectares e destes, um pouco mais de 40 mil está voltado ao cultivo de milho. "Isso representa menos de 20% da área", cita.
Resultado otimista mas preocupação na reta final
A família Dutkievicz, residente na localidade de Km 13, em Getúlio Vargas, cultiva 80 hectares de soja e já está com mais de 70% da área colhida.
A produtividade está em torno de 74 sacas por hectare e o resultado agrada os produtores. "Foi um ano normal mas o resultado está melhor que no ano passado", destaca Marlon que trabalha junto com o pai Lino e o irmão Mateus.
Contudo, o que vem trazendo preocupação é o excesso de chuva. "A parte seca não está totalmente colhida. Nas áreas de soja que foram plantadas mais tarde, e que havia trigo, estão sendo registradas perdas em razão da Ferrugem Asiática. Isso ocorre devido à grande quantidade de chuva", relata, citando que a soja que aguarda para ser colhida pode registrar em torno de 15% de perdas.
Segundo Marlon, o investimento foi de aproximadamente R$ 2.350 por hectare, envolvendo sementes, adubação, tratamentos e manutenção das máquinas.