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“De maneira açodada e imediata o Governo de Erechim rompeu com o contrato”

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Em 2018 a Defensoria Pública Regional de Erechim realizou 16.170 atendimentos e sem os estagiários c
Por Rodrigo Finardi
Foto Divulgação

No último sábado, 27 de julho, foi publicado uma matéria sobre um dos temas discutidos em reunião da AMAU no dia 25 de julho. Um deles com o título “o primo mais abastado (Judiciário) vem pedir ajudar para o primo pobre (municípios).

Essa foi uma frase do prefeito de Marcelino Ramos e presidente da AMAU, Juliano Zuanazzi quando colocou na mesa a discussão do pedido da Defensoria Pública para manter sete estagiários. O prefeito de Erechim Luiz Schmidt afirmou que tem 106 pessoas cedidas para vários órgãos e que iria ceder apenas dois a partir de agora.

O Defensor Público, Aldo Neri De Vargas Junior, encaminhou nota, mostrando como funciona a Defensoria, para efeito de esclarecimento.

 

A nota

A nota inicia com o preâmbulo contextualizando a matéria: “no texto, cujo o título é "Pente Fino", consta a declaração do prefeito de Marcelino Ramos, Juliano Zuanazzi, que ‘o primo mais abastado (Judiciário) vem pedir ajuda para o primo pobre (municípios) ’. No entanto, tal declaração leva a crer que a Defensoria Pública é órgão pertencente ao Poder Judiciário”, afirma o Defensor.

 

A explicação

E segue: “ocorre que a Defensoria Pública não é o Poder Judiciário nem órgão que lhe compõe. A Defensoria Pública do Estado é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados”, esclarece Aldo Neri de Vargas Júnior.

 

Longe de ser o primo rico

Segundo o Defensor Público “a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul tem autonomia funcional e administrativa e orçamento próprio, isto é, também não é parte do Poder Executivo, nos termos do art. 134, §2º, da Constituição Federal. Todavia, tal orçamento, infelizmente, é reduzido e o menor dos entes do sistema de Justiça. Basta ver que em 2018, A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul tinha apenas 7,66% da dotação orçamentária do Sistema de Justiça, enquanto que o Poder Judiciário tinha 71,91% dessa dotação. Assim, fica fácil constatar que a Defensoria está longe de ser o “primo rico”.

 

Rompimento de contrato

O Defensor Público teceu comentários sobre os estagiários que eram cedidos pelo município de Erechim:  “Convém informar ainda, que a Defensoria Pública Regional de Erechim, tinha sete estagiários cedidos pelo município de Erechim, através de parceria que teve duração por quase 10 anos. Infelizmente, de maneira açodada e imediata o Governo Municipal de Erechim rompeu com o contrato. Tais estagiários eram de suma importância para o trabalho da Defensoria, pois atendiam diretamente a população carente da região (Erechim e mais 13 municípios), auxiliando os Defensores Públicos e os cinco servidores concursados.

 

77 pessoas atendidas por dia

Com auxílio desses estagiários, em 2018, a Defensoria Pública Regional de Erechim conseguiu realizar 16.170 atendimentos, uma média de 77 pessoas atendidas por dia: É certo que a medida adotada pelo Município de Erechim trará consequências nocivas para o trabalho da Defensoria Pública do Estado, na região, sobretudo nos atendimentos daqueles que mais necessitam e que devem ser assistidos pelo Poder Público”, finaliza Aldo Neri de Vargas Junior, Defensor Público.

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