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Ensino

Semear para aprender a colher

Escola Estadual de Educação Básica Dr. Sidney Guerra promove hora da colheita, primeira feira de vegetais e legumes orgânicos produzidos na instituição

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Colheita de vegetais e legumes produzidos na estufa da escola
Por Marina Oliveira com supervisão de Carlos Silveira
Foto Marina Oliveira

A expressão popular garante: quem planta, colhe. Isso é o que comprovam os estudantes, professores e a direção da Escola Estadual de Educação Básica Dr. Sidney Guerra que, após o tempo investido na produção de vegetais e legumes orgânicos, na sexta-feira, 11, compartilharam a colheita com a comunidade escolar.

O projeto, desenvolvido a partir de uma emenda do vereador Romildo Pereira da Silva, inclui etapas que vão desde a elaboração da estufa ecológica e manutenção do espaço até o plantio, a colheita e o consumo. As variedades cultivadas incluem alface crespa, alface americana, salsa, cebola, beterraba, cenoura, mandioca, batata doce, pipoca e moranga.

Conforme a diretora, Maritânia Godinho, a ação ainda está em fase de ampliação, e essa é a primeira feira que a instituição promove, mas a ideia é que todos os níveis participem dos processos.

“A horta não se trata apenas da estufa, de produzir saladas. É sobre cuidado, sobre paciência, sobre aprendizagens que vão além da sala de aula, sobre a possibilidade de você aplicar em casa, num pequeno espaço, o plantio de um tempero, de uma alface. Então, tem todo o processo educativo, da consciência ambiental, de saúde e de cuidado que todos nós temos que ter”, destaca a professora Cleci Lovera, supervisora do Ensino Médio Integral da escola.

De toda a produção, 10% dos vegetais são destinados à Escola Municipal de Educação Infantil Irmã Consolata, 30% ficam para a instituição, reservados a alimentação dos alunos, e 60% são vendidos aos pais e à comunidade. Assim, o dinheiro arrecadado é revertido à compra de mudas para a horta.

Além disso, o cultivo é feito à base de produtos orgânicos e, segundo a professora de biologia da instituição, Idilce Fátima Bianchi, além da produção ser livre de agrotóxicos, se necessário, utiliza-se inseticida natural, que também é feito pelos estudantes com o auxílio dos professores.

Quem deu início ao trabalho foram os alunos do 1º ano do ensino médio, ainda quando o turno integral foi implementado. Iuri Gabriel Farias de Ramos, de 18 anos, agora no 3º ano do ensino médio integral, conta que, embora a escola já tivesse uma horta antes, com o tempo o espaço foi abandonado. Assim, resolveram começar de novo: limparam a área, mediram o espaço, pensando em como executar e participando de todo o processo.

"Foi a primeira vez que uma turma da escola participou do desenvolvimento da horta. No 2º ano, demos continuidade ao projeto, mas iniciamos uma ampliação, com a instalação da estufa. Ao longo do tempo, passamos a conhecer novas variedades de alface, realizamos mais plantações, estudamos diversos conteúdos e nos envolvemos com a iniciativa. Também começamos a utilizar as hortaliças em nossas próprias refeições. Como o ensino em tempo integral inclui alimentação na escola, passamos a doar alface para a merenda, o que contribuiu para a redução de custos. Além disso, criamos uma composteira ", explica.

As turmas seguintes deram andamento ao projeto da horta, desenvolvendo melhorias na composteira, análise do solo, também participando de palestras sobre o assunto, tudo para compreender melhor as práticas. Para Brian Ryan Nacheloski Sosmaier, estudante do 2º ano do ensino médio integral, além do aprendizado, a prática tem proporcionado novas experiências.

“A gente vem dando continuidade ao projeto com muito esforço, porque foi algo totalmente novo para a maioria de nós. Como tudo é feito sem agrotóxicos, estamos tendo uma alimentação muito mais saudável — tanto aqui na escola quanto em casa, com o que a gente leva. O mais marcante de tudo foram as viagens que conseguimos fazer com o dinheiro das vendas. A do ano passado, especialmente, foi provavelmente a melhor viagem da minha vida. Então, valeu muito a pena", conclui.

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