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Expressão Plural

Fazer a Feira: um poeta, dois poemas

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Gerson Egas Severo
Por Gerson Egas Severo
Foto Arquivo pessoal

Robert Frost (1874-1963) escreveu dois dos poemas mais relevantes e lembrados do século XX: o de difícil tradução “The road not taken”, de 1920, algo como “A estrada não pega”, ou não apanhada, no sentido de não escolhida, preterida em favor de outra; e “Nothing gold can stay”, de 1923, que poderia ser traduzido como “Nada que é dourado permanece” – não permanece dourado, não dura, a impermanência de tudo o que há, e tal.

Havendo concebido a ideia de um breve arco de colunas que trazem à atenção do caro leitor/a excertos extraordinários de literaturas diversas em tempos de Feira do Livro, começo o exercício com estas linhas bem sacadas do poeta estado-unidense:

“Te road not taken

 

Num bosque amarelo, dois caminhos

Divergiam - e diante da escolha

Demoradamente olhei, sozinho

Um que via melhor que o do vizinho

E se perdia em curvas e folhas

Mas fui pelo outro, pois se estendeu

Também mais ao meu gosto

Nos vegetais, no que ofereceu

Seria o mesmo, imaginei eu

Se preferisse o caminho oposto

Pois na manhã cada qual dormia

Sobre folhas nunca palmilhadas

- Fique o primeiro para outro dia!

Mas sei bem que estrada puxa estrada

E pressenti que não voltaria...

Vou sempre chorar o que ocorreu

Nos dois caminhos, tristeza imensa

Ah, divergiam num bosque e eu

Quis o que mais raro pareceu

E isso fez toda a diferença”

 

“Nothing gold can stay

 

O primeiro verde da natureza é dourado

Seu tom mais difícil de fixar

Sua primeira folha, uma flor

Mas só por uma hora

Depois, folha decai em folha

O Paraíso afunda em dor

E a aurora dá lugar ao dia

Nada que é dourado permanece”

 

Há algum elemento em comum que une essas duas poesias, não há? Não sei bem o que é; vou ficar só com a sensação fugidia do que possa ser...

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