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Deu peixe grande

Pescadores Valter Fantin e Vivaldino Vinhaga ao tirar a rede se surpreenderam com carpa-cabeçuda de 38 quilos

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Valter Fantin
Vivaldino Vinhaga
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Fabrício dos Santos

Mais um dia de trabalho no lago da barragem de Itá para os pescadores Vivaldino Vinhaga e Valter Fantin de Mariano Moro. Como rotina, montaram a rede, sem muita expectativa, já que ultimamente as pescarias não estão rendendo como esperado. Depois de ter colocado ela na água, seguiram suas atividades, aguardando o dia seguinte. Ao ir recolher a rede, no outro dia, e verificar se tinha dado peixe, os pescadores tiveram um bom resultado, encontraram uma carpa-cabeçuda enorme, que depois de pesada marcou 38 quilos.   

O experiente pescador Valter Fantin, morador da Linha Três Pinheiros, que há 11 anos pesca no lago da barragem de Itá, ao chegar ao local em que estava colocada a rede, foi avisado por um pessoal, que está construindo ali perto, que ele iria encontrar peixe grande. “E não deu outra”, afirma.

Conforme Valter, o problema foi colocar a enorme carpa dentro do barco. “Foi difícil tirar da água, foi sofrido. A nossa sorte que ela já tinha se pegado no dia anterior e estava cansada”, comenta. 

Faz pouco tempo que Valter começou a trabalhar com o novo companheiro de pesca, Vivaldino, da Vila Várzea. Antes costumava ir tirar o seu sustento perto da barca que vai para Concórdia. 

Ele conta que, ultimamente, os dois pescadores estão pegando pouco peixe. “Quase nada, tá dando só tilápia, já faz 11 anos que fiz a carteira de pescador e sobrevivo disso aí. Antes pegava peixe que tá louco, hoje não existe mais”, desabafa.  

Valter lembra que há quatro anos tinha pescado uma carpa que dava quase o mesmo peso que essa de 38 quilos. “Aquela deu 34 quilos e já tinha pegado dourado de 28 quilos”, afirma.

O pescador ressalta que antes pescava durante três, quatro noites e enchia o freezer. “Não sabia mais o que fazer com os peixes. Hoje, para encher um freezer precisa de um mês de pesca e olha lá. Não tem mais nada”, destaca.

Quando perguntei sobre os peixes nativos, por exemplo, o dourado, Valter explica que se vê muito pouco, praticamente desapareceram. “O dorado sumiu, faz quatro anos que não enxergo mais”, enfatiza.

Não é fácil viver da pesca e tem épocas que é difícil, acrescenta Valter. Hoje, a sua produção ele vende para ambulantes. “Que nem eu que moro há 15 quilômetros daqui tem dias que não dá para a gasolina”, avalia. A perspectiva é que melhore nesse próximo mês. “O mês de setembro é o fervo da tilápia, aí dá para fazer uns trocados”, comenta.

Valter lembra que quando iniciou na pesca havia mais critérios na hora de liberar a licença de pescador. “Há 11 anos para conseguir a carteirinha de pesca tive que passar na Emater e no conselho municipal para poder liberar. Hoje, qualquer um faz a carteira pela internet e coloca rede”, ressalta.

Piracema

Hoje, segundo Valter, ele para as atividades no fim de setembro e retoma a pesca no início de fevereiro em função da piracema, período em que ocorre a reprodução dos peixes. No entanto, na avaliação dele, esse período deveria ser diferente. “Desconfio que o mês de setembro seja o mais forte para desovar. Essa piracema para mim está errada”, comenta. Conforme a sua intuição, a pesca deveria parar no primeiro dia de setembro e voltar no início de janeiro, um mês antes do prazo atual, que começa em fevereiro.

Pesca predatória

Como pescador profissional está sempre atento a pesca predatória. “Onde estou pescando o pessoal se cuida, porque sabe que denuncio. Esse é o meu serviço também de fiscalizar”, conclui.

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