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Esportes

Retorno da ‘cervejinha’ aos eventos esportivos divide opiniões

Dirigentes erechinenses falam sobre projeto aprovado na AL nesta semana

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Proposta do deputado Sossella foi aprovada esta semana
Por Edson Castro
Foto Edson Castro

O Projeto de Lei 192 2018, do deputado Gilmar Sossella (PDT), que altera a Lei que proíbe a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol e nos ginásios de esportes do Estado do Rio Grande do Sul, foi aprovada na última sessão do ano na Assembleia Legislativa do estado, nesta semana.

A proposta já vinha sendo uma reivindicação, especialmente dos clubes de futebol, há algum tempo. Para muitos, a lei atual, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas, especialmente a cerveja, poderia até mesmo ter afastado torcedores dos estádios.

O projeto foi aprovado com 25 votos a favor e 13 contrários. “A comercialização de bebidas é mais uma maneira de aumentar a arrecadação de renda dos clubes, principalmente as equipes do interior do Estado. Além disso, os bons torcedores não podem ser punidos pelo mau comportamento de uma minoria. Reforçar a vigilância, seja física ou eletrônica, é sim a maneira correta de garantir a segurança”, destacou Sossella em sua página no Facebook.

“Há de se destacar que a própria Fifa não se opõe à venda de álcool em partidas de futebol, visto que durante a Copa do Mundo no Brasil foram comercializadas bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. É importante ressaltar, inclusive, que os torcedores consomem bebida até a porta dos estádios, o que coloca em xeque a "lei seca" imposta dentro dos mesmos”, ampliou, lembrando ainda que, a atual proposta inclui penalidades para os consumidores e fornecedores que não respeitarem as regras.

Contra a proposta

O presidente do CER Atlântico, Julio Brondani, se mostra contrário a aprovação do projeto na AL. Ele espera ainda, que o governador não sancione a nova proposta. “Nós não iremos retomar a venda de bebidas alcoólicas em nosso Ginásio (futsal e outros eventos), em competições de caráter estadual, nacional ou internacional”, adiantou Brondani.

Para ele, o fim da venda de bebidas alcoólicas no Ginásio pode ter contribuído para que mais crianças e idosos estejam no Ginásio, especialmente nos jogos do Atlântico, no futsal. “Nós temos muitas crianças, idosos, famílias que vão aos jogos, acredito que não seja o local apropriado para este tipo de bebida. Nós tomamos esta iniciativa até mesmo antes de haver a proibição”, frisou o presidente.

O supervisor de futsal do Clube, Elton Dalla Vécchia também se mostrou contrário à proposta. “Acredito que seja um retrocesso. Vejo que temos uma diminuição no número de problemas que poderiam estar associados ao consumo de bebidas de álcool, como brigas entre outros”, diz o dirigente.

A favor da Lei

Os clubes de futebol, na sua maioria, são favoráveis a nova legislação. O presidente do Ypiranga, Adilson Stankievicz, diz que esta era uma reivindicação antiga dos clubes. “Era nosso pensamento que esta Lei fosse revista, hoje o Rio Grande do Sul é um dos poucos estados no Brasil que ainda coíbe a venda de bebidas alcoólicas, que aqui a gente pode citar apenas a cerveja, não acredito que haverá venda de outros produtos”, frisa ele.

Stankievicz lembra ainda que, pela nova Lei, a venda só poderá acontecer até o intervalo dos jogos. “Há regras. Acredito que a venda de cerveja nos estádios não incidirá em incidentes entre torcidas. Hoje, somente os clubes saem perdendo com a contrariedade à comercialização. O torcedor que gosta de uma cerveja enquanto assiste os jogos, acabou se afastando dos estádios, prefere ficar em casa, em frente a televisão ou redes sociais. A volta da comercialização, é uma forma também de ampliar a renda dos clubes”, pondera ele.

No caso do Ypiranga, há um outro fator que poderá ser importante com esta nova Lei: a venda de cervejas com a própria marca. “Lançamos nossa própria cerveja e já temos tido um grande sucesso nos supermercados pela região. Certamente seria um outro atrativo nos jogos do Clube”, finaliza.

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