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Quer garantir um trabalho no futuro? Pense na área de tecnologia

Em todo o país devem ser abertas 420 mil vagas no segmento até 2024. Bom Dia mostra caminhos para surfar na ‘onda digital’ na região Alto Uruguai

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Disputa por cérebros para o mercado de tecnologia está mais acirrada em razão da escassez de mão de
Por Salus Loch
Foto Divulgação

Imaginou entrar na faculdade e antes da metade do curso já estar empregado?

Esta é a realidade de boa parte dos acadêmicos de Ciência da Computação da URI Erechim. A realidade, no entanto, não é exclusividade local.

Para se ter uma ideia, enquanto a economia patina e o Brasil mantém uma taxa de desemprego na casa dos 13%, a área da tecnologia não para de contratar. E nem parará, aliás.

Segundo a Brasscom, entidade que reúne as empresas do segmento tecnológico, o setor abriu 28 mil vagas em 2018 e até 2024 a expectativa é de que mais 420 mil novos empregos sejam gerados - numa média de 70 mil ao ano.

Para entender como a população do Alto Uruguai pode surfar nesta onda digital – considerando, ainda, que muitas profissões do presente não resistirão ao por vir, o jornal Bom Dia entrevistou profissionais da área.

Um deles, o professor de Ciência da Computação da URI e gestor geral da unidade de Erechim da Compasso, empresa de tecnologia que tem atuação nacional, Neilor Tonin, confirma que ofertas de emprego não faltam. ‘Só na Compasso, temos 40 vagas de trabalho abertas’, pontua.

Justamente por isso, Neilor explica que a empresa – que tem 110 colaboradores em Erechim e deve fechar o ano com 150 –, busca capacitar e preparar para o mercado os seus profissionais, seja via parceria com a URI, ou por meio de programas internos.

Aposta na capacitação de novos profissionais também é a fórmula adotada pela pela AstrusWeb. O CEO Vanderlei Carminatti explica:

- Por sermos uma empresa de inteligência do negócio na internet, trabalhando com desenvolvimento de projetos e marketing digital, optamos por incentivar e desenvolver os profissionais que se adequam ao nosso perfil. Tem dado certo.

Salários

Segundo a Revelo, os salários na área são, em média: desenvolvedor (R$ 6.452), cientista de dados (R$ 6.732), inteligência de negócios (R$ 5.740) e especialista em marketing digital (R$ 4.832). Os números, porém, variam de região para região. Conforme Neilor Tonin, a evolução do profissional dentro da empresa impacta nos ganhos. ‘Conheço muita gente que recebe mais de R$ 10 mil/mês na região atuando como desenvolvedor’, destaca.

Conforme Vanderlei Carminatti, da AstrusWeb, há na empresa jovens que já recebem salários equivalentes, ou até maiores, do que executivos. ‘Em determinados setores, pagamos o que o pessoal receberia em Florianópolis ou Porto Alegre’, completa Carminatti.

Poucos ingressos, quase nenhuma mulher

Um dos principais fatores que trava o mercado local é a baixa procura dos jovens pelos cursos de Ciências da Computação e de Sistemas em Informação. Em relação à Ciências da Computação, a média de ingresso, na URI, é de 30 acadêmicos por ano (considerando o total de 40 vagas disponíveis/ano).

Além disso, um detalhe chama a atenção: entre os anos de 2017, 18 e 19 cerca de 90 universitários iniciaram o curso, tendo apenas uma mulher (em 2017) na lista. ‘Essa é uma característica que temos visto em outros países. Poucas mulheres têm mostrado interesse pela área. Há movimentos, aliás, que estimulam a participação feminina’, reforça Neilor Tonin.

A coordenadora de suporte e aplicações da Compasso, Jéssica Muraro, foge à regra e é uma das mulheres que se interessou pela área da tecnologia. ‘Sempre gostei de exatas e decidi, influenciada pelo meu cunhado e pelas perspectivas do setor, fazer Ciência da Computação. Quando vi, já estava empregada’, revela a jovem. Na Compasso, cerca de 15% dos colaboradores são do sexo feminino.

Saiba mais

A Associação Brasileira de Startups (Abstartups) calcula que existam 5 mil postos de trabalhos abertos em empresas nascentes em todo o país. Em marcas consolidadas e maiores, como a Movile (dona do iFood), há 500 vagas à espera de candidatos. O Porto Digital quer contratar 10 mil pessoas em cinco anos.

Quais são as funções mais procuradas?

Segundo a Abstartups, das 5 mil vagas abertas, as áreas com mais oportunidades são: desenvolvimento (40,71%), vendas e atendimento (25,5%), marketing (13,43%) e design UX (experiência de usuários)/UI (interface com o usuário), com 7,93%. Outras áreas representam 12,43% das oportunidades. Os Estados com mais vagas são: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Exceções à regra abrem espaço, ainda, para profissionais das áreas de humanas - de músicos a advogados - que sonham em se aventurar no mundo da TI. A interação destes atores, contudo, nem sempre é simples, frisa Neilor Tonin, da Compasso. ‘Já fizemos algumas tentativas com profissionais de outras áreas e, infelizmente, são raros os casos em que tivemos sucesso. A formação básica ainda é importante’, observa o professor.

Perfil demanda curiosidade e gosto pela tecnologia

Na hora de buscar profissionais, as empresas adotam ferramentas para testar a competência técnica e a capacidade de solucionar problemas dos candidatos. Para Neilor Tonin, os quatro principais elementos para quem quer atuar na área são:

- Espirito investigativo (ser curioso);

- Gostar de tecnologia;

- Dominar outras línguas (especialmente o inglês);

- Ter raciocínio lógico.

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