25°C
Erechim,RS
Previsão completa
0°C
Erechim,RS
Previsão completa

Região

Severiano de Almeida: a Nova Itália e os franciscanos

No final de 1916 conforme assegura a tradição oral – um grupo de nove colonos de origem italiana teria descido para a região onde se localiza, hoje, Severiano de Almeida, a fim de ver as terras da Luce-Rosa

teste
Feita a visita, haveriam batizado o lugar de “Nova Itália”, nome com o qual o povoado ficou sendo co
Por Redação
Foto Divulgação

O surgimento do povoado de Severiano de Almeida remonta à segunda década do século 20, quando adentraram muitos colonos nas matas do norte do Rio Grande do Sul. Anterior a isso, sabe-se que circulavam pela mata índios kaingangue e outros indivíduos (de procedência incerta) refugiados das revoluções Farroupilha e Federalista, segundo informações do IBGE.

Incentivados pela colonização pública promovida por Carlos Barbosa Gonçalves (então presidente do Estado) que, no dia 06-10-1908 criou a Colônia Erechim, e pela colonização particular da Empresa “Luce-Rosa & Ltda”, fundada em 1915, começaram a chegar os primeiros imigrantes às novas terras. Eram oriundos das colônias Silveira Martins, Caxias, Dona Isabel, Conde D`Eu e até da Itália.

Ferrovia

Um fator que contribui muito no deslocamento dos imigrantes para a região do Alto Uruguai foi a chamada “estrada de ferro”. Tendo chegado ao povoado de Paiol Grande em 1910 e, no ano seguinte, unindo o nosso Estado com Santa Catarina, Paraná e São Paulo, a ferrovia tornou-se um excelente meio de importação de bens de consumo e escoamento da produção.

Colonização

No final de 1916 conforme assegura a tradição oral – um grupo de nove colonos de origem italiana teria descido para a região onde se localiza, hoje, Severiano de Almeida, a fim de ver as terras da Luce-Rosa. Feita a visita, haveriam batizado o lugar de “Nova Itália”, nome com o qual o povoado ficou sendo conhecido por longo tempo.

Famílias

Já no início de 1917 estabeleceu-se aí a família de Ferucio Marins Bisol e Rosa Magnabosco, provindos de Guaporé. Ressentidos de recursos de primeira necessidade, mas ancorados pela esperança de prosperarem, foram chegando outros pioneiros.

Pode-se mencionar a família de André e Sabina Zílio, Antônio e Luiza Bigaton, Vicente e Maria Burin, Domingos e Brígida Sponchiado, Pietro e Maria Carnieletto, Vicente e Catarina Sponchiado, Benjamim e Arcagela Dagios, José Maria Pedron, Fioravante e Helena Pedron, Felipe Maria Antoniazzi, Geremias e Ema Néspolo, Adolfo e Santa Néspolo, Pedro e Verônica Gênero, Angelo e Ana Luigia Gênero, Pimo Antônio e Maria Miotto, Santo e Santa Burin. Na seqüência, fixaram-se os Vendruscolo, os Trentin, os Benincá e muitos outros.

Franciscanos

Preocupada com o desenvolvimento da Colônia, a empresa “Luce-Rosa & Ltda.” incentivou a vinda dos padres franciscanos para a região, bem como favoreceu a sua instalação entre os colonos. Além da assistência propriamente religiosa, os franciscanos exerceram grande influência cultural em Nova Itália, como de resto em diversos povoados circunvizinhos por eles atendidos.

Quase simultaneamente chegaram as irmãs franciscanas missionárias de Maria Auxiliadora no vizinho povoado de Três Arroios. Em Nova Itália firmaram residência em março de 1956, sempre envidando esforços no atendimento religioso e no campo da educação. Criaram e mantiveram por muito tempo o Colégio Cristo Rei, que se notabilizou como o maior e melhor estabelecimento de ensino do distrito. As irmãs e padres possibilitou uma sólida formação cristã, responsável pelo florescimento de muitas vocações religiosas e sacerdotais.

Religiosidade

A religiosidade foi um elemento determinante e um fator de grande significado pessoal e social na vida dos imigrantes. Possuíam fé inabalável no criador e devoções bem nutridas pela tradição que, a par das dificuldades de toda ordem, foram forjando de imediato a organização das comunidades. Por ali passavam as questões políticas, econômicas, culturais e religiosas. Nesse meio também perpassavam os projetos, as lembranças, a convivência e tudo o mais que lhes pudessem valer.

Trabalho árduo

Acentuada dedicação e esmero ao trabalho. Assim eram os colonos que, manualmente, puseram abaixo a mata para construir uma economia de subsistência, baseada na policultura. Desde o princípio, cultivou-se em Nova Itália o trigo, o milho, o feijão, o fumo e a parreira. Produziram-se suínos, bovinos e outros animais. Houve extração de erva-mate, bem como de madeira, que era beneficiada pelos engenhos e mesmo exportada, quer pela ferrovia, quer pelo Rio Uruguai, através das “balsas”.

Economia

No cenário econômico surgiram as casas de comércio. Expressiva foi a iniciativa de um grupo de agricultores que, liderados por Mariano Moro, em 01-1940 transformaram a Cooperativa de Fumo Nova Itália em Cooperativa de Produção e Consumo Nova Vitória. Mariano Moro foi uma das personalidades marcantes da época. Sobressaía-se pela liderança e pelos ideais cooperativos. Tornou-se fundador ou corresponsável pela fundação de pelo menos 20 cooperativas agrícolas na região, dentre as quais a União Sul Brasileira de Cooperativas com sede em Porto Alegre.

Administração

Administrativamente, Nova Itália passou à categoria de distrito no dia 15-04-1929, por um ato do então intendente municipal de Erechim, Attilano Machado. O novo distrito comportava uma área de 450 km e foi oficialmente instalado no dia 03-05 daquele ano, tendo como primeiro subintendente, João Moro. Entre as autoridades e populares estava o senhor José, que atuou em Nova Itália como juiz distrital, médico, subdelegado de política e subprefeito.

Nome

Em virtude de alguns contratempos de ordem eleitoral, o distrito de Nova Itália foi extinto em 05-05-1933. Todavia, em 05-1934 fora solenemente restaurado, devolvendo a alegria à produção e permitindo a retomada da caminhada político-administrativa. Em razão do movimento nacionalista da época da 2ª Guerra Mundial, houve a alteração dos topônimos estrangeiros. Nova Itália passou a ser denominado Severiano de Almeida por decreto estadual de 29-11-1938. A escolha do nome foi uma homenagem ao engenheiro, chefe da Comissão de Terras para demarcação da Colônia Erechim. O distrito recobrou seu antigo nome “Nova Itália” em 17-12-1956. Mas, com a emancipação ficou sendo conhecido definitivamente por Severiano de Almeida.

A instalação do município aconteceu no dia 12-04-1964 tendo Orlando Mattia e João Carlos Pezzi como primeiro prefeito e vice-prefeito, respectivamente. Ao ser criado, o município possuía uma área equivalente a 229 quilômetros quadrados. No que se refere à população, em 1960 Severiano de Almeida contava com 4.625 habitantes, subindo para 5.255 em 1970 e decrescendo para 4.436 em 1980.

População         

A população estimada em 2020 é de 3.631 pessoas, com uma densidade demográfica (2010) de 22,92 hab/km².

Trabalho e rendimento

Segundo o IBGE, em 2018, o salário médio mensal era de 2.3 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 18.2%. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 27.1% da população nessas condições, o que o colocava na posição 334 de 497 dentre as cidades do estado e na posição 5141 de 5570 dentre as cidades do Brasil.

Educação           

A taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade (2010) foi de 97,7%. O IDEB – anos iniciais do ensino fundamental (Rede pública), dados de 2017, foi de 7,5. O IDEB – anos finais do ensino fundamental (Rede pública), dados de 2017, foi de 5,4. Matrículas no ensino fundamental (2018): 346 matrículas. Matrículas no ensino médio (2018): 108 matrículas. Docentes no ensino fundamental (2018): 33 docentes. Docentes no ensino médio (2018): 14 docentes. Número de estabelecimentos de ensino fundamental (2018): 3 escolas. Número de estabelecimentos de ensino médio (2018): 1 escolas.

Economia           

O PIB per capita em 2017 foi de R$ 25.246,02. O percentual das receitas oriundas de fontes externas (2015) foi de 87,9%. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), dados de 2010, foi de 0,752 o que situa o município na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799). A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,861, seguida de Renda, com índice de 0,738, e de Educação, com índice de 0,670.

O total de receitas realizadas em 2017 foi de R$ 18.105,49 (×1000), e o total de despesas empenhadas em 2017 foi de R$ 15.538,27 (×1000).

Saúde

Conforme o IBGE, a taxa de mortalidade infantil média de Severiano de Almeida é de 28.57 para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias são de 11.6 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 1 de 497 e 7 de 497, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 1 de 5570 e 206 de 5570, respectivamente.

Território e ambiente

Apresenta 61.2% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 94.9% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 25.9% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). O bioma é de mata atlântica.

Leia também

Publicidade

Blog dos Colunistas