Poucos meses atrás, eu e a minha mulher fizemos um pequeno passeio em Holambra, cidade do interior de São Paulo conhecida pela venda de plantas. Enchemos o carro com plantas para nosso quintal. Voltamos para casa e separamos uma área para plantar vários cactos. Olhamos todos os dias, observando as cores variadas e o crescimento rápido de alguns.

Mas uma manhã, quando olhei, fiquei abismado ao ver uma das plantas destruída. De noite para dia, ressecou e encolheu, com várias pontas quebradas. Quando olhamos bem, enxergamos duas lagartas, quase escondidas pela camuflagem natural da sua cor. Em uma noite, destruíram o cacto.

Pensei na história de Jonas. O profeta desejava a destruição de Nínive e ficou bravo quando Deus estendeu a misericórdia àquele povo. Ficou do lado de fora da cidade observando, e achou conforto na sombra de uma planta. O texto diz que “Deus enviou um verme, que atacou a planta, e ela secou” (Jonas 4:8). Jonas ficou bravo por causa de uma planta que foi destruída. Deus usou a raiva do profeta para ilustrar sua vontade de salvar o povo de Nínive, pessoas criadas pelo Senhor (Jonas 4:9-11).

Ao pesquisar sobre lagartas, encontrei vários comentários sobre a camuflagem dessas criaturas destrutivas.  Geralmente tem a cor e a aparência da planta que atacam, e assim conseguem se esconder nas folhas ou nos galhos de suas vítimas. Quando eu vi uma das lagartas no nosso cacto, até achei que era apenas parte da planta. Esse fato me levou a pensar sobre outra realidade: o poder destrutivo daqueles que usam a camuflagem. Uma pessoa que se apresenta falsamente como servo do Senhor no meio de cristãos pode causar muitos danos antes de ser corretamente identificada. As Escrituras alertam sobre o perigo de ímpios que se infiltram no meio dos cristãos “sem serem notados” (Judas 4). Ele compara o perigo dessas pessoas a rochas submersas que podem causar grandes estragos e até naufrágio espiritual (Judas 12).

Essas pessoas falsas e hipócritas são descritas por Jesus como lobos vorazes disfarçados de ovelhas (Mateus 7:15). Paulo avisou sobre a ameaça dessas pessoas no meio da igreja, até em posições de liderança (Atos 20:29-31).

Um cacto leva anos para se desenvolver e crescer, mas pode ser derrubado em uma noite por uma lagarta. Famílias e igrejas levam décadas para crescer e amadurecer, mas podem ser destruídas por pessoas ímpias camufladas no meio dos fiéis.

Sejamos vigilantes!