"Eu sou muito brincalhão, tô sempre brincando, tentando divertir as pessoas", diz o ala Bruno Loureiro Barros. Mais conhecido por Café, há um ano e meio ele faz parte do elenco do Atlântico e, de fato, tem feito a alegria da torcida verde-rubro - não apenas com sua personalidade espontânea e divertida, mas com excelentes atuações e muitos gols. Quantos? Nem ele sabe. "Eu até começo a contar, mas no meio do ano já parei", ri o jogador, que chegou ao clube erechinense na metade de 2015 e rapidamente se tornou uma referência na equipe.

"Eu vinha de alguns meses sem jogar muito, também treinava pouco, estava acima do peso... Mas me adaptei bem aqui. O grupo ajudou bastante, todos me abraçaram, me acolheram", conta o carioca Café, que atribui sua readaptação no futsal brasileiro (após passagens por França e Kuwait) à confiança que o Atlântico teve em seu trabalho. "Eu consegui resgatar o que eu tinha perdido. Por um momento passou pela minha cabeça que não iria conseguir. Mas graças a Deus e à ajuda do Elton [Dalla Vecchia, preparador físico] e do Paulo [Mussalém, ex-treinador] tive um 2016 muito bom, assim como o clube", recorda o ala.

Novo grupo e novo técnico

Até o fim da última temporada, Café só havia trabalhado no Atlântico com o técnico Paulo Mussalém. Agora, seu novo "chefe" é Sérgio Lacerda, vindo do Jaraguá Futsal, um treinador que prioriza a intensidade tanto em treinos quanto em jogos. "Estou gostando bastante do estilo dele. Os treinos são intensos, pegados. Gosto assim, pois dá um condicionamento bom para jogar", avalia o atleta que vê o casamento entre essa rotina puxada e o nível técnico do grupo como um trunfo do Galo para 2017. "Com a qualidade que o time tem, se juntar uma coisa com a outra acho que a gente vai longe de novo", avisa Café.
Um grupo sofrer várias mudanças de uma temporada para outra é algo comum em esportes coletivos, e Café garante que o Atlântico conseguiu repor muito bem as peças que perdeu. "O nível segue muito alto. Pelo que eu tenho visto, vamos lutar, vamos incomodar muita gente, e, se deixar, vamos chegar".

Expectativa lá em cima

O Galo disputará três competições oficiais neste ano. A primeira delas, a Taça Brasil, será realizada entre 12 e 18 de março, em Francisco Beltrão, no Paraná. E Café quer o time com sangue nos olhos já desde o primeiro minuto da primeira partida. "Temos que interiorizar essa confiança. Assim que o juiz apitar o início do primeiro jogo, é guerra", diz o jogador, convicto de que o dever do grupo é maior do que nunca. "O Atlântico se acostumou a chegar nos campeonatos. Chegamos em um patamar bacana e não podemos deixar cair, e a responsabilidade é toda nossa", completa.

Gratidão e sonhos

Convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira de Futsal aos 21 anos, Café não descarta voltar a vestir a camisa amarela outra vez. Ele sabe, no entanto, que isso dependerá unicamente de seu empenho no Atlântico. "Sempre procuro me dedicar. Ano passado fui bem... Se fizer outro bom ano, nada impede mais uma convocação. A esperança eu nunca perco, tô sempre com ela", sonha o jogador, categórico ao falar sobre seu momento em Erechim: "É a melhor fase da minha vida. Amigos que me acompanham há anos dizem que eu nunca estive tão bem", comemora.
Ex-andarilho da bola, com passagens por diversos clubes do Brasil e do exterior, o ala, hoje com 32 anos, vive aqui um antigo desejo. "Quando era mais jovem, queria me identificar com um clube, e hoje eu finalmente me vejo muito identificado com o Atlântico, por tudo o que já aconteceu e o que conquistamos desde que cheguei", reflete.
Fazendo jus à fama de brincalhão, Café manda um aviso ao Botafogo, seu time do coração e que também irá participar da Taça Brasil, mas em grupo diferente do Atlântico. "Tomara que consigam ganhar de todos no grupo deles. Se depois entrarem no nosso caminho, azar é deles. A gente vai pra cima com força".

Nome: Bruno Loureiro Barros

Apelido: Café

Posição: Ala

Idade: 32 anos

Naturalidade: Rio de Janeiro

Clubes: Atlântico, Sporting Paris, Joinville, Macaé, Petrópolis, Cabofriense