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Erechim 100 anos

A estrada que abriu caminhos

Mancha ferroviária que ainda atravessa a cidade foi fundamental para a colonização de Erechim

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Por Najaska Martins - najaska@jornalbomdia.com.br
Foto Arquivo Jornal Bom Dia

Mancha ferroviária que ainda atravessa a cidade foi fundamental para a colonização de Erechim

Ainda hoje ao passar por pontos importantes do centro e dos bairros da cidade é possível ver que ela segue fazendo parte do cotidiano dos mais de 100 mil habitantes que circulam por Erechim. Às vezes inteira, em alguns trechos coberta pela vegetação, em outros danificada, a ferrovia que trouxe colonos que seriam os responsáveis pelo desenvolvimento da Capital da Amizade continua desenhando caminhos que, embora hoje inutilizados, remetem à história do município que completa neste ano seu centenário.

A estrada de ferro, assim como a cidade referência do Alto Uruguai, está ligada diretamente à ideia de progresso. Seu trecho final foi inaugurado em 1910 e, a partir de sua conclusão que um pequeno povoado foi se estabelecendo, dando início assim ao espaço que hoje milhares de erechinenses confraternizam.

A construção da estrada de ferro

Considerada patrimônio histórico e cultural do município de Erechim através da Lei Municipal nº 3.311, de 19 de setembro de 2000, a mancha ferroviária que ainda hoje atravessa a região foi idealizada em 1889. Segundo documentos de autoria dos pesquisadores Enori Chiaparini e Altair Menegatti, foi em novembro daquele ano que um decreto do Governo Imperial concedeu ao engenheiro João Teixeira Soares o privilégio para construção, uso e gozo de uma estrada de ferro que ligasse o Rio Grande do Sul a São Paulo. O decreto determinada que esta estrada partiria das margens do Rio Itararé, na divisa entre Paraná e São Paulo, chegando até Santa Maria.

Conforme o documento, Teixeira Soares renegociou seus direitos com a empresa belga Compagnie des Chemins de Fer Sud-Ouest Brésilien que, por sua vez, transferiu parte de seus direitos para a Cia. Industrial das Estradas do Brasil, da qual Teixeira Soares era um dos diretores. Com isso os direitos da Sud-Ouest ficaram restritos ao trecho entre Santa Maria e Cruz Alta. Mais adiante, no ano de 1893, houve uma nova renegociação na qual a Cia. Industrial transferiu seus direitos para a Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande. No ano seguinte a Cia. Industrial repassou para a Sud-Ouest o trecho entre Cruz Alta e o Rio Uruguai (Marcelino Ramos), além dos ramais.

Conforme a pesquisa, a empresa belga acabou ficando com a concessão de toda linha em território gaúcho e no ano de 1894 inaugurava-se o primeiro trecho até Cruz Alta e em 1898 até Passo Fundo. “Em 1907, pelo Decreto Federal nº 6673, as linhas férreas a construir e explorar entre Passo Fundo e o Rio Uruguai foram incorporadas à Cia Auxiliare, em virtude do contrato de arrendamento com ela firmado em 1905. Em 1909, o Decreto 7643 aprova os estudos definitivos e o orçamento do trecho final, no qual situa-se a Estação Erechim, inaugurada em 1910”, informa o documento.

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