Os hospitais da região vêm passando por um grande desafio em função das dificuldades financeiras e a renovação do alvará, que mantém o status de hospital geral. Isso porque, implica, ainda, menos recursos para esses hospitais, caso não seja renovado. Segundo o coordenador da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Ivan Devensi, que abrange 33 municípios, hoje a região tem 10 hospitais gerais, todos estão com os alvarás vigentes. E ele acredita que devem continuar assim.
De acordo com Ivan, o que está dificultando a sobrevivência dos pequenos hospitais é o alto custo dos recursos humanos. “Hoje, com a evolução da atenção básica, muitos pequenos hospitais não estão sendo resolutivos, estão fazendo o que a atenção básica faz”, explica.
Ele comenta que dá para avançar muito mais na atenção básica, e já existe no Rio Grande do Sul um programa de planificação da atenção básica para qualificar mais as equipes de atendimento. “Ações de promoção à saúde”, enfatiza.
O coordenador regional da saúde deixa bem claro que o estado não tem nenhum interesse em fechar hospitais e serviços. “Mas a tendência em função da qualificação da atenção básica é reduzir as internações”, afirma.
Conforme Ivan, os hospitais da região com pelo menos uma especialidade médica vão conseguir renovar o alvará, entre as quatro principais, obstetrícia, pediatria, clínica médica e cirúrgica. “Não necessariamente tem que ter as quatro especialidades médicas, uma já caracteriza hospital”, salienta.
“O que está dificultando os pequenos hospitais é isso aí, as portarias vão exigindo e a lei tem que ser cumprida, e a nossa vigilância segue os roteiros de inspeção”, destaca.
A estrutura de saúde que o município tem sendo um hospital recebe recursos por internação. Se o hospital perder o alvará ele deixa de receber esses valores da Autorização de Internação Hospitalar (AIH), ficando com a parte ambulatorial.
Quando pergunto se não é melhor manter os hospitais abertos, Ivan responde que a dificuldade é o financiamento disso tudo. “O estado não tem condições de melhorar os contratos”, observa. E, manter o hospital ou fazer o PADU (Pronto Atendimento de Urgência) é um cálculo que o município tem que decidir. “A gente não quer fechar leitos”, enfatiza.
“Avançamos muito nesses 30 anos no SUS e acredito que seja um grande projeto, e mesmo com pouco recurso, se bem gerido dá para se fazer muito”, destaca.
O coordenador da saúde afirma que a partir do ano que vem vai começar a Planificação da Atenção Primária à Saúde na região, qualificando cada vez mais os profissionais do atendimento básico. Por fim, observa, “com o hospital escola vamos ter muitos avanços no futuro próximo”.