O candidato à reeleição ao governo gaúcho, José Ivo Sartori esteve em Erechim no sábado (15) e foi recebido no Polo de Cultura por empresários da Accie, CDL Erechim. Sindilojas Alto Uruguai Gaúcho, SindivestAU, Unindústria, Sindicato Rural e Câmara de Vereadores.
Na oportunidade, na condição de candidato à reeleição, recebeu das entidades uma pauta de reivindicações. A mesma entregue no dia 5 de setembro ao candidato Jairo Jorge (PDT) e será entregue no dia 22 para o candidato Eduardo Leite (PSDB).
Após receber o ofício, Sartori falou aos empresários, numa de forma de prestação de contas de seu mandato. Reiterou várias vezes que foi feito o que foi possível em função da série crise financeira por que passa o Estado: “a crise brasileira é maior que a depressão econômica de 1929 que quebrou a bolsa de valores de Nova York”.
Segundo Sartori as medidas de austeridade do governo, e nem todas foram simpáticas à população gaúcha, fez com que a projeção de déficit de R$ 25,5 bilhões ao final do mandato, terminará o ano com R$ 7,8 bilhões: “cortamos na própria carne. E o caminho é longo”.
Acompanharam o governador os candidatos ao senado José Fogaça (MDB) e Beto Albuquerque (PSB). Após a explanação para os empresários, concedeu uma coletiva de imprensa. A seguir os principais trechos
Missão
“Tanto o Cairoli (vice), como eu, recebemos isso como uma missão. Fomos os últimos a entrarmos no cenário eleitoral. Esperávamos que houvesse uma aglutinação maior diante ada situação que o RS vive. Seria importante que todos tivessem juntos. Porque continuar a mudança, continuar a transformação precisa ter sustentabilidade. Hoje a economia ou qualquer outra atividade alcança os objetivos só se tiver sustentabilidade. Hoje temos nove partidos nos apoiando e evidentemente esperando ter uma boa sustentabilidade na Assembleia Legislativa e também no Congresso Nacional e especialmente no Senado que representa os estados”.
Urgente necessidade
“Temos a urgente necessidade de dar continuidade aquilo que se implantou a partir de 1º de janeiro de 2015, e nunca preocupou a mim ou o Cairoli o proselitismo político, ou de demagogia e populismo ou de ter receio de desgaste”.
Diminuição da dívida
“Com relação ao plebiscito não aprovado pela Assembleia Legislativa tem dois lances. Primeiro que já renegociamos a dívida com o governo federal. Reduzimos o juro de 6% para 4% e alongamos a dívida para 20 anos. E isso permite que em 2028 o estoque da dívida diminua R$ 22 bilhões. Fechado isso tem o regime de recuperação fiscal que foi enviado em 2016 para a Assembleia Legislativa, com a retirada do plebiscito da Constituição. E não teve possiblidade. No ano passado (2017) já que não podia retirar da Constituição que se faça o plebiscito junto com esta eleição de 7 de outubro. E também não foi aceito. A nossa posição foi tomada”.
A consciência de cada um
“Se eu não posso falar bem de alguém, também não posso falar mal (referindo-se a falta de apoio e saída do PDT e do PSDB do governo). A consciência de cada um deles deve saber o que é importante e qual o caminho que devem tomar. Fizemos o nosso papel e como se diz na gíria fizemos a boa provocação”.
ICMS
“Quando encaminhei para a Assembleia a mudança de 17% para 18% do ICMS, foi com o intuito de ser ao longo do tempo (sem prazo determinado). Sem limitação, mas para poder ser apreciado pela Assembleia, e era necessário para o RS para o equilíbrio fiscal para resolver algumas questões de caixa e de fluxo, acharam por bem (os deputados) limitar até o fim de 2018. Ainda não pensamos nessa situação. O que sei que dependendo de quando for votado novamente, ele cai na noventena. Isso significa que pode levar três meses a mais. Acho que boa parte desse processo foi absorvido pela sociedade. Ao ser absorvido isso representa aquilo que vai para os municípios o que representa praticamente 10% de seu orçamento”
Pedido de desculpas
“O valor do ICMS ajudou a equilibrar e fechar as contas do município. Mas cada um tem que fazer o seu dever de casa, cada município precisa cuidar de seu cofre, suas atividades. E muitas vezes, quero pedir desculpa aos municípios, que para poder pagar a folha do funcionalismo estadual, atrasamos pagamentos do Estado para eles, bem como os hospitais. Por isso que aderir ao programa de recuperação fiscal tem que ser uma força política para todos. Renegociar uma dívida não significa apenas empurrar para frente. Significa oportunidade para o Estado poder fazer financiamentos. Hoje não posso fazer nenhum financiamento, nenhum empréstimo”.
Salários
“Todas as empresas pagam o salário a partir do quinto dia útil. Nós nunca deixamos de pagar no máximo até o décimo dia útil. Desde o começo nós sempre procuramos pagar em dia. A partir da metade de 2015 passamos a ter dificuldades. O que se faz quando não tem o caixa suficiente, se a receita é menor que a despesa? Essa é a dificuldade. A maioria da população está consciente desta realidade. Se nós não tivéssemos tomado nenhuma atitude, seria muito pior. Hoje depois de pensar, analisar, pois tinha muitas ações judiciais, no sentido que se pagasse tudo mundo igual. Eu não achava justo. Então tivemos o consenso interno de primeiro pagar quem ganha menos. Os que ganham mais recebem no final. E o governador e os secretários são os últimos da fila”.
Realidade financeira
“Por mais doída que seja, temos que tomar atitudes, sem receios. Temos que abraçar causas e andar de mãos dadas com a transparência e a verdade. Foi o que fizemos desde o início de nosso governo. Tentar mostrar para todos a realidade financeira. E isso criou uma consciência. O que não foi feito antes precisou ser feito hoje. Quem quer mudar tudo não muda nada. Tudo é um processo de construção. Extinguimos nove fundações, uma autarquia, está em liquidação a CESA. E outras coisas emperraram, por motivos históricos, sentimentais, por motivos políticos e outras situações. Temos que fazer a nossa parte. Enquanto eu for governador, mesmo no período eleitoral, não deixarei de tomar as atitudes necessárias, mesmo que isso me prejudique eleitoralmente”.
Parafernália eleitoral
O excesso de partidos no país faz com que tenhamos essa parafernália eleitoral. Sou defensor de uma reforma política profunda, eleitoral e do sistema como um todo. Não acredito que no Brasil tenha tanta ideologia partidária para tantos partidos. Precisamos um conjunto de atitudes coletivas de aproximação e todo mundo lutar pela ativação de nossa economia”.