Na terça-feira (5) foi publicada uma matéria da sessão extraordinária da Câmara de Vereadores de Erechim que aprovou a liberação de mais R$ 1,5 milhão para a Fundação Hospitalar Santa Terezinha. Cena rotineira nos últimos anos em função do atraso de repasses por parte do governo do Estado.
Alguns vereadores em plenário, falaram sobre a dívida do hospital, que segundo eles, gira em torno de R$ 12 milhões.
Outro ângulo e lentes diferentes
Conversei com o diretor executivo do hospital, Hélio Bianchi, que mostra a fotografia do hospital público tirada por outro ângulo e com lentes diferentes e tece alguns contrapontos na matéria divulgada
Dívidas são consequências
Bianchi explica que “o Estado está em atraso de pagamentos desde a competência setembro de 2018, e mais de 2.100 internações de média e alta complexidade sem teto contratual para faturamento. O município de Erechim repassa recursos para manter a excelência e continuidade no atendimento hospitalar aos cidadãos e o problema são as dívidas do hospital Santa Terezinha (consequência)”.
O verdadeiro causador do problema
Para o diretor, a manchete da matéria: “Endividado, a situação do Santa Terezinha se agrava a cada dia”, ficaria muito mais interessante se o verdadeiro causador do problema fosse escancarado na chamada.
O desabafo e a crítica
Em outro trecho, Bianchi faz um desabafo, criticando a imprensa e consequentemente sobre quem fala do hospital (o motivo desse texto foi a manifestação dos vereadores): “Chateia com tantas manifestações que são publicadas na imprensa, na maioria das vezes por discursos inflamados de quem não representa a instituição e desconhecedores do real do Santa. Estas situações denigrem a imagem do hospital, transparecendo que lá nada funciona”.
A importância do hospital na vida das pessoas
Faz uma analogia sobre o papel do hospital na vida das pessoas: “Não podemos esquecer de falar que naquela casa de saúde são salvas vidas. Em nossa formação hospitalar aprendemos que nosso trabalho na área da saúde é salvamos vidas e que esta não tem preço”.
Os números e a relevância
O diretor ainda mostra os números do hospital, para mostrar sua relevância regional: “Mensalmente são produzidos mais de 85 mil procedimentos, sendo mais de mil internações, setecentas cirurgias, 45 mil exames de laboratório, cinco mil atendimentos de pronto socorro, seis mil exames de diagnóstico por imagem, mais de 4 mil consultas especializadas, pacientes diários fazendo seções de hemodiálise, quimioterapia radioterapia e por aí vai...”. Encerra dizendo que “precisamos de apoio, precisamos de parceiros, precisamos falar nisso, precisamos celebrar a vida.
Entendimentos distintos sobre o mesmo tema
Entendo as considerações do diretor do hospital. Não deve ser fácil todo dia as pessoas batendo a porta cobrando o que tem para receber. A pressão não deve ser pouca. Tarefa árdua. Não se questiona o atendimento, a qualidade dos serviços. E sim a falta de recursos, e que não se vê uma saída a curto prazo. E que a falta dele, pode fazer com que todos esses princípios para celebrar a vida, caem por terra, pois alguém tem que pagar a conta. Todos querem o bem do hospital, e que ele além de salvar vidas, seja sadio financeiramente para melhorar seu atendimento e ser mais reconhecido com referência. E pode chegar uma hora que o município de Erechim não consiga mais alcançar valores, que o ente estadual, constitucionalmente deveria fazê-lo. O resto são entendimentos distintos sobre o mesmo tema.