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Bairros

Associações de moradores têm que se reinventar para ser mais atuantes, diz líder comunitário

Associações têm que se unir e se fortalecer ainda mais, serem mais atuantes e organizadas para a comunidade discutir as suas prioridades e buscar resultados, ressalta Zé da Cruz, presidente da Uame

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Associações têm que se unir e se fortalecer ainda mais, serem mais atuantes e organizadas para a com
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Ígor Dalla Rosa Müller

A União das Associações dos Moradores de Erechim (Uame) está realizando as eleições das Associações de Moradores de Bairros de Erechim. Os bairros Presidente Vargas, Cotrel, Petit Vilage, Cristo Rei, Progresso e São Vicente do Paulo já elegeram seus diretores e conselheiros fiscais. A eleição continua nos próximos meses nas outras comunidades. Erechim tem 58 bairros oficiais e 60 associações de moradores.     

Segundo o presidente da União das Associações dos Moradores de Erechim (Uame), José (Zé) da Cruz, as associações de bairro vivem um novo momento e vão ter que se reinventar para se adaptar à nova legislação que aí está. Zé da Cruz já foi vereador por três mandatos, líder comunitário e está ligado à instituição desde 1991, quando foi fundada. A Uame tem uma representatividade muito grande nas mais diferentes áreas e participa de mais de 10 conselhos do município.

Ele ressalta que a legislação está cada vez mais exigente com a forma que as associações têm que proceder e isso está tirando de fato a participação da grande maioria dos moradores das comunidades. “Porque não basta ser morador do bairro, tem que ser associado da associação para ter direito ao voto”, explica. As associações de moradores são compostas por 12 membros, sendo seis da direção e seis do conselho fiscal.

Dificuldade   

Conforme Zé, de um tempo para cá se está observando uma dificuldade grande em eleger e renovar os integrantes das associações de bairros. “A maioria das pessoas não estão mais preocupadas com a sociedade local, estão fazendo seus pleitos individuais, muitas vezes indo direto na prefeitura, Câmara de Vereadores pedir o calçamento, asfalto, posto de saúde, e não mais em nome de uma direção coordenada”, diz.  

O experiente líder comunitário ressalta que a sociedade civil tem que ter representatividade, mas por meio das associações, porque isso impõe mais respeito e legitimidade às solicitações e demandas frente ao poder executivo, legislativo e judiciário.

Ele afirma que cada vez mais a sociedade civil está estagnada, se intimidando e deixando só o governo tomar as atitudes. “A comunidade fica sem participação, sem opinar, e esse é o trabalho que tem que ser feito pelas lideranças comunitárias”, afirma.

Movimento comunitário

Segundo Zé da Cruz, o movimento comunitário, popular, aquele que faz o “controle social da sociedade” é muito importante para o desenvolvimento e equilíbrio da cidade e não pode se perder. “Esse é o nosso grande objetivo, manter a sociedade viva, discutindo os problemas da cidade, suas prioridades lá no território local”, observa.

E, por isso, é muito importante que as associações estejam com a documentação em dia, a parte burocrática, porque a representatividade que tem que ser de fato e de direito. Mesmo sabendo que as associações tiram dinheiro do bolso para manter as entidades em dia tendo trabalho não remunerado. “Essa é nossa preocupação, nossa luta há mais de 28 anos”, afirma.      

Apesar das limitações, ressalta o presidente da Uame, ao invés de fechar as associações elas têm que se unir e se fortalecer ainda mais, serem mais atuantes e organizadas para a comunidade discutir as suas prioridades e buscar resultados. “Assim que vamos nos fortalecer, porque senão é isso que muitas vezes querem que aconteça, se desmobilize totalmente as associações de bairros”, afirma. 

Capacitação

De acordo com Zé, tendo em vista os novos desafios das entidades sociais, a Uame quer promover um curso de formação de lideranças comunitárias, que ainda não tem data e local definido. “Já fizemos isso no passado, queremos voltar a fazer por entender a necessidade de estar trabalhando esse processo muito importante, para que o líder comunitário saiba realmente qual seu verdadeiro papel lá na comunidade, no controle social da sociedade e na participação dos conselhos municipais”, afirma.

A proposta do curso é capacitar as lideranças para esse momento, para redefinir o perfil e a maneira de atuar das entidades sociais, que para acessar recursos públicos precisam elaborar projetos que precisam ser “coerentes e convincentes”, que podem envolver as áreas de dança, esporte, cultura. “Há possibilidades, mas desde que atinja o social e a coletividade”, afirma.  

Conforme Zé da Cruz, as associações precisam se reinventar e se adaptar aos novos tempos para buscar as melhorias na comunidade. “E, por isso, a formação e capacitação de novas lideranças e das que aí estão”, diz.

Forma democrática

O líder comunitário afirma que a forma mais democrática para transformar a realidade é por meio da organização social, esse é o instrumento para alcançar o bem comum da comunidade. “Esse processo não pode parar. E, nós, enquanto sociedade temos que provocar o poder público. O governo tem que ser provocado, na minha opinião, tanto poder legislativo, executivo e judiciário. E para provocar tem que ser de fato e de direito, por meio da organização social, de uma representatividade legítima”, observa.

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