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Economia

Comércio dividido com diferentes estratégias

Muitas empresas optaram em não abrir nesta segunda e terça-feira de carnaval em Erechim, deixando um vazio nas ruas do centro da cidade. Quem trabalhou teve que arregaçar as mangas, criar opções para atrair os clientes

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Pouco movimento nas ruas
Por Ígor Dalla Rosa Müller
Foto Ígor Dalla Rosa Müller

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Erechim realizou uma pesquisa com os seus associados sobre a abertura do comércio no dia 16 de fevereiro, terça-feira de carnaval. Importante dizer que pelo fato de se estar em meio a uma pandemia a festa carnavalesca foi suspensa na maioria dos locais que tradicionalmente realizariam o evento que movimenta crianças e adultos.     

A pesquisa do CDL perguntou para 45 empresas se elas abririam na terça de carnaval, e a resposta foi equilibrada. Conforme o resultado, 48,9% dos entrevistados disseram que não abririam e 51,1% afirmaram que iriam abrir as suas lojas. Entre as empresas que participaram da pesquisa, 31,1% são prestadores de serviços; 31,1% atuam no ramo de confecção e calçados; 11,1% óticas, relojoarias e afins; 8,9% empresas de materiais de construção e pintura; e o restante são lojas do setor infantil, papelaria, moveis e decorações, tecnologia (informática e telefonia).  

Tentação da Moda

Segundo o comerciante, Ivan Zin, proprietário da loja Tentação Moda, no centro de Erechim, o movimento de segunda-feira foi bem calmo e não foi o que era esperado, com pouco fluxo. Sobre a terça-feira, a entrevista feita por telefone de manhã, Ivan comenta que tudo mostrava que o dia ia ter pouco movimento.

“A necessidade de nós estarmos abrindo hoje é porque estamos vendendo menos, e a gente tem que ficar mais tempo com as portas abertas para poder compensar. Essa é a leitura que eu faço”, comenta, ele que trabalha com roupa masculina, feminina e infantil.   

Na avaliação de Ivan, nestes dias que tem menos fluxo, e fevereiro é um mês com diminuição das vendas, em função da pandemia esta situação acabou ficando um pouco mais difícil. “As vendas caíram entre 5% a 10% em média e acabamos trabalhando mais para tentar compensar a falta de fluxo”, disse.

Calçados Fardo

De acordo com o auxiliar administrativo, Paulo Barella Júnior, da loja Calçados Fardo, houve um movimento normal na segunda-feira, nada excepcional, mas valeu ter aberto a loja neste dia. “Valeu a pena ter aberto na segunda, mas em relação ao ano passado, as vendas foram bem menores”, disse. Ele acrescenta que, geralmente, em janeiro e fevereiro, as vendas diminuem um pouco já que muita gente viaja e a cidade fica vazia, principalmente, nos feriados.

Sapeca

Segundo a proprietária da loja Sapeca, Márcia Carminatti, que vende roupas para bebês, público infantil e infanto-juvenil, na segunda-feira as vendas foram excelentes e ela acredita que na terça-feira iria vender muito bem, também, já que a entrevista foi feita na manhã de terça (16). “Na segunda vendemos muito acima da nossa expectativa. Estamos bem contentes, chegou a uns 15% a mais do que no ano passado”, disse. 

Márcia comenta que a loja está em um novo endereço há oito meses, mas há 27 anos atua neste ramo, e na sua avaliação, o motivo para o aumento nas vendas se deve ao retorno das aulas. “Isso ajudou bastante. As crianças não têm mais nada, acabaram ficando em casa, e agora têm que voltar e precisam de dois tênis, máscaras, lenço umedecido, álcool gel, etc.”, comenta. Ela acrescenta que o produto que a loja mais vendeu foram os calçados para a faixa dos 3 a 10 anos de idade, que é o público que também vai voltar para as aulas.

No entanto, a comerciante explica que não adianta só abrir as portas da loja e esperar alguém entrar na loja, é preciso fazer campanhas, ações diferentes, ter atrativos para chamar o consumidor. “E, no nosso caso, colocamos um pula-pula, música de carnaval, fizemos brincadeiras, tudo isso anima as pessoas para realmente atrair o cliente”, disse.  

Além disso, conta a empresária, foi feita uma transmissão (live) ao vivo pelas redes sociais convidando as pessoas para virem até a loja. “E deu resultado, tem que ir atrás dos clientes”, disse. Márcia ressalta que só abrir as portas da loja não funciona mais para o comércio, mesmo que ela esteja localizada na avenida principal da cidade, a empresa não vai sobreviver com esta estratégia. “É preciso fazer diferente, o cliente quer alegria e produtos bons”, comenta.

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