A primeira agenda da quinta-feira, 23, do governador Eduardo Leite, que esteve em Erechim e região, foi uma visita ao Grupo Bom Dia de Comunicação. Leite estava acompanhado do prefeito de Erechim, Paulo Polis e do secretário da Agricultura do RS, Clair Kuhn.
Foi recebido pelo diretor executivo do Grupo Bom Dia, Hélio Rubem Correa da Silva e pode conhecer toda a estrutura física do conglomerado, e a gama de serviços prestados. Esteve no parque gráfico, onde é impresso o jornal Bom Dia, além de outros periódicos da região. Recebeu o Anuário da Agricultura Familiar, produto do Grupo Bom Dia, que possui circulação nacional há uma década.
Após conhecer toda a estrutura, o governado concedeu uma entrevista exclusiva para a TV Bom Dia. No início da entrevista, fiz a abertura, relembrando que até alguns anos atrás, a presença de um governador do RS em Erechim ou no Alto Uruguai era mais raro que morte de Papa, e a população e a imprensa sentiam que o Estado terminava em Passo Fundo. E ainda existia um individualismo na AMAU. Com a aproximação do governo do Estado com o Alto Uruguai e o entendimento da AMAU em trabalhar de forma unida, a região passou a receber investimentos, principalmente nos acessos asfálticos. A seguir trechos da entrevista
“A mobilização da região ajuda o Estado definir prioridades”
“Fizemos a entrega do acesso asfáltico entre Cruzaltense e Campinas do Sul, e demos a ordem de início do acesso entre Benjamin Constant do Sul e Faxinalzinho. Anunciamos que ainda nesse 1º semestre, encaminharemos para licitação o acesso até Entre Rios do Sul. E antes do fim de ano queremos colocar na rua a licitação para o acesso a Quatro Irmãos. É uma prioridade nossa e fruto da mobilização da região, que trabalham de forma integrada, o que acaba ajudando o Estado a definir suas prioridades”.
“Pagamos as dívidas e abrimos espaços para investir”
“Ao longo dos últimos anos, viramos o jogo, daquele Estado que estava atrasando pagamentos em todas as frentes, como salários, repasses para hospitais, fornecedores, prestadores de serviços, passamos a ter poder de investimentos. Pagamos as dívidas e abrimos espaços para investir, no que é prioridade para as regiões do RS”
“O RS tem o maior déficit previdenciário per capita do Brasil”
Questionei-lhe sobre a dívida histórica do RS, e que cada governo que passou, foi responsável por ampliar o déficit: “O RS tem um histórico de desequilíbrio fiscal, fruto de decisões tomadas no passado, num outro contexto e não é uma crítica. Sempre contratou muita gente, com muitas vantagens benefícios, que incorpora aos salários até a aposentadoria. E não é culpa dos aposentados, deixar muito claro, mas as decisões políticas e administrativas, nos levaram a ter o maior déficit previdenciário per capita do Brasil. E isso é Brasil inteiro, mas nenhum é tão deficitário como o RS. Então precisávamos fazer uma reforma mais dura, que foi antipática, mas tinha a plena convicção, pois se não fizéssemos o enfrentamento não haveriam recursos. Fizemos as reformas, diminuímos o déficit, que estaria nesse momento, em R$ 15 bilhões ao ano, e está em R$ 9 bilhões”.
CEEE: “Ela cobrava do contribuinte os impostos e não repassava ao Estado”
Sobre privatizações, cita o exemplo da CEEE: “ela cobrava do contribuinte os impostos e não repassa ao Estado. Estava colapsando, tirando recursos de todas as áreas. Hoje, com a privatização entra no cofre do Estado R$ 1 bilhão por ano, sem aumentar impostos”.
“Hospitais que entregavam menos serviços, recebiam mais que os outros”
“Tínhamos no Estado uma disparidade, com hospitais que entregavam menos serviços, recebendo mais que os outros. Nós acabamos com isso com o Programa Assistir. Desta forma já foram colocados no Santa Terezinha mais de R$ 10 milhões. Mas essa decisão também teve embates. Os hospitais que não produziam, gritaram. Bancamos isso, e hoje é uma realidade, e como isso incrementamos 30% no repasse ao Santa”.
“Investimentos em rodovias muda a realidade de uma região”
Sobre a duplicação da ERS 135, e o anúncio de quatro praças de pedágio, no sistema free flow, o governador Eduardo Leite disse que “temos que ter clareza, se a gente quer as obras, e os investimentos que são importantes. E isso muda a realidade de uma região. São mais de R$ 6 bilhões de investimentos na região norte. Para se ter um parâmetro, do tamanho desse investimento, a capacidade financeira do Estado em estradas no ano passado foi em torno de R$ 1 bilhão, o que já é oito vezes mais que o Daer vinha fazendo historicamente”.
“É uma conta matemática, pois tem que se remunerar o investimento”
“É uma conta matemática. Talvez pedágios, já tenha deixado de ser polêmica por si só. Antigamente era não ao pedágio de qualquer jeito. Hoje não. A discussão se acirra quando são anunciadas as praças. A única forma de não ter briga nessa hora, é ter muitos investimentos, baixa tarifa e praças onde não passe ninguém. E essa conta não fecha, pois tem que remunerar o investimento. Essa é a lógica da concessão, quando chamamos um parceiro privado. O Estado participa colocando R$ 1,3 bilhão para reduzir o valor de tarifa. Com essa concessão iremos garantir duplicação, terceiras pistas, acostamento, manutenção da rodovia. É outra realidade. É uma decisão que iremos tomar juntos, mas se feito muda a realidade da região. O preço de não ter a estrada nas condições que está se propondo é maior que o preço do pedágio”.