Nesta segunda matéria, da série de reportagens nos bairros de Erechim, o Jornal Bom Dia conversou com os moradores do Bairro Atlântico, que segundo o IBGE, tem, em torno, de 5400 habitantes. O objetivo é ouvir, diretamente, o que a população tem a dizer sobre o ambiente onde moram.
A proposta é mostrar a realidade local pelo olhar de quem vive o dia a dia nos bairros do município, os dias bons e ruins, problemas e soluções, retrocessos e avanços, e, para isso, nada melhor do que conversar com os habitantes locais. Nos últimos anos, a cidade se esparramou e, hoje, Erechim é formada por 58 bairros, que se estendem de Norte a Sul, Leste a Oeste, descentralizando o crescimento urbano, com moradias presentes nos quatro cantos do município.
Lixo
Segundo o presidente da Associação de Moradores do Bairro Atlântico, Valdenir Gomes, o bairro Atlântico vai fazer 32 anos e a associação tem 31 anos de atuação comunitária. “O nosso problema é o recolhimento de lixo seco e orgânico da associação. O lixo só é recolhido quando eu ligo na Secretaria de Meio Ambiente. A coleta passa no bairro, mas não leva o nosso lixo, que está ali. Estão recolhendo normalmente, no bairro, mas da associação fica aqui, e tudo está separado, seco e orgânico”, explica ele.
Iluminação
Ele comenta que o poste de iluminação, na entrada do bairro, quase perto do trevo, está com a lâmpada queimada já faz um tempo. “Tem algumas lâmpadas dentro do bairro, que ficam acesas durante o dia e outras que não funcionam à noite”, afirma.
Bueiros
Conforme o presidente da associação, algumas bocas de lobo precisam de manutenção. “Na terça de manhã, eles vieram arrumar uma boca de lobo, mas tem outras com problemas, que necessitam de conserto”, disse Valdenir Gomes.
Asfaltos
No ano passado, as associações se reuniram com a União das Associações de Moradores de Erechim (UAME), na Câmara dos Vereadores, e foi combinado que o asfaltamento na cidade seria de duas ruas por bairro, porque a cidade é grande, para ir fazendo um giro.
“Alguns dias atrás, foram asfaltadas ruas no Parque Redenção, e a gente esperava que se desse continuidade no bairro Atlântico, para fazer duas ruas aqui e, depois, na sequência, o bairro Maria Clara, mas não fizeram isso. No nosso bairro, eles asfaltaram um pedaço para cima do colégio e levantaram as máquinas e foram embora. O que está acontecendo? Não foi feito o combinado”, relata Gomes.
Recursos vereadores
Conforme ele, todos vereadores têm recursos para serem destinados às associações dos bairros que estão regularizadas, com a documentação em dia. “E nós recebemos recursos no ano retrasado, porém, este ano, não deram verba para nós. Este ano, não deram e não vão dar. O dinheiro é público e o vereador tem o poder de destinar, mas não é justo ele repassar só para um bairro e outro não. Eu vou fazer um exemplo, o Parque Redenção recebeu R$ 120 mil e Associação dos Moradores do Bairro Atlântico, nem um centavo. Isso aí não é democracia”, questiona Gomes.
Ele ressalta que se o bairro Atlântico não tem um representante na Câmara de Vereadores, então, não vai receber nenhum recurso. “Nosso bairro está cheio de casas, todo mundo pagando IPTU caro e taxa de recolhimento de lixo, mas não estamos sendo vistos como moradores de Erechim. Vamos ter que nos virar com as próprias forças. Eu achei muito boa esta lei do vereador destinar recursos para as associações, mas o vereador, independente de partido e de quem recebeu voto ou não, tem que dar retorno. Muitos vereadores receberam votos daqui do bairro Atlântico, e se não fossem estes votos não tinham se elegido. Então, acho que isso aí tem que ser revisto”, ressalta Gomes.
Infraestrutura
Segundo o presidente da Associação dos Moradores, o bairro Atlântico tem infraestrutura boa, clube comunitário com ginásio, campo, cancha de bocha, quadra de areia, UBS, tem a Escola Luiz Badalotti para 1300 crianças, enfim, é um bairro que presta serviços para outras comunidades. “Somos um bairro referência, nesta região da cidade, e não estamos sendo vistos. Por quê?”, finaliza Gomes.