Erechim ficou sem coleta de lixo, nos últimos dias, em alguns bairros da cidade. O problema iniciou, ainda, na quinta-feira (6), da semana passada, e se estendeu, para o fim de semana que antecedeu o carnaval, segunda (3) e terça (4). O atual sistema de coleta dos resíduos sólidos urbanos, a cada dia que passa, dá sinais que chegou ao fim e não tem condições de continuar. A população quer melhorias. O Jornal Bom Dia acompanha esta situação, o novo modelo de conteinerização já passou por consulta pública e aguarda os próximos passos do processo.

Bairro Maria Clara

Segundo o presidente da Associação dos Moradores do Bairro Maria Clara, Marcelo Rosset, sem o recolhimento do lixo urbano a situação se complica. “O lixo é um problema recorrente no nosso bairro, Poltronieri, Fiebig, nos bairros que ficam pro lado de cá da BR, porque o pessoal deixa o lixo na rua muito antes do caminhão passar. E por serem bairros retirados do centro, que fazem divisa com estradas do interior, tem outro problema muito grande, o abandono de animais domésticos, como cães e gatos. Estes animais acabam rasgando os sacos em busca de alimento, espalhando o lixo, que foi colocado muito antes do caminhão passar. Esta é uma demanda muito grande aqui no bairro, precisamos de mais fiscalização do Poder Público, na questão do abandono de animais, e também das pessoas que deixam seus animais soltos na rua. Tudo isso acaba gerando problemas”, explica Marcelo.

“Isso é um péssimo cartão de visitas para a cidade de Erechim, porque um turista, investidor, que está em busca de espaço para instalar sua empresa na cidade, vai pensar duas vezes ao se deparar com as calçadas e ruas tomadas de lixo”.

Bairro Parque Redenção

Segundo a presidente da Associação dos Moradores do Bairro Parque Redenção, Silvia Andréa Fortes, o problema da coleta de lixo não é recente. “Há um bom tempo que as empresas que ganharam a licitação ou que operam por contrato emergencial deixam muito a desejar. Infelizmente, este, digamos, descuido do poder público tende a se repetir, alguns argumentam que é falta de efetivo, caminhões quebrados por falta de manutenção e por aí vai. O que temos de real e de certeza é que o cidadão, que paga seus impostos em dia, está vivenciando este problema e parece se repetir em dias festivos, carnaval, fim de ano, páscoa. Aqui, no bairro, estamos passando mais uma vez por isso e não acredito em uma solução no curto prazo”, afirma Sílvia.

Prefeitura

O prefeito de Erechim, Paulo Polis, se manifestou nas redes sociais, na manhã desta quarta-feira (5), sobre o problema do lixo e disse que a prefeitura já tomou as providências necessárias para regularizar a situação. “Vamos fazer uma geral na cidade inteira e o nosso compromisso é até sexta-feira (7) resolver tudo que está atrasado. Infelizmente, acontece isso e, geralmente, o que me deixa mais indignado é que ocorre em momentos de fim de ano, carnaval. O pessoal se ausenta do trabalho, mas nós não temos nada a ver com isso, temos que cobrar resultados e com certeza vamos resolver isso”, destacou o prefeito Polis.  

Secretário de Meio Ambiente

O secretário de Meio Ambiente, Cristiano Moreira, observa que houve falta de pessoal já na quinta da semana passada, sendo recorrente na sexta, sábado, segunda e na terça. “Quando eu falo da falta de pessoal é que não foram todos os garis, nem todos os motoristas trabalhar. E se tiver quebra de equipamento, do mesmo modo, este tipo de situação vai acontecer. Neste sistema de coleta que tem Erechim, se faltar gente vai ter prejuízo para a coleta”, observa o secretário.

Ele ressalta que duas regiões da cidade foram mais prejudicadas com a falta de coleta. “A região do bairro Atlântico, Maria Clara, Redenção, Alvorada, Poltronieri, e, também do outro lado da cidade, que é a região do bairro Aldo Arioli, parte do Cerâmica, fundos da antiga Cotrel.

Segundo o secretário, foram montadas equipes paralelas, na manhã desta quarta-feira (5), mais que o contingente normal, com mais caminhões, para fazer a limpeza geral nestes locais. “Entendemos que até sexta, no sábado, mais tardar, tudo já vai estar normalizado”, afirma Cristiano.

“E é por conta destas situações que se reveja a sistemática de coleta e aí eu já entro nas questões da defesa do processo de concessão, colocando tecnologia, especialmente, à serviço da limpeza pública”, comenta ele.

Sobre a questão da concessão para coleta do lixo, ressalta o secretário Cristiano, a consulta pública terminou na quinta (27 de fevereiro), e, agora, a Secretaria de Gestão e Governança, junto com a FIPE, está processando todas as informações que foram trazidas pela própria audiência pública e pela consulta pública. “Logo isto seja processado, acredito que nesta primeira semana, se abre efetivamente a licitação da concessão, que pelo cronograma será dentro do mês de março”, destaca.

Novo modelo

O novo sistema de limpeza pública está centrado na conteinerização e no formato de Parceria Público- Privada (PPP) e prevê investimentos de mais de R$ 155 milhões em 30 anos de concessão.