Chegou o dia. Logo mais, no final da tarde, os 31 deputados federais e os três senadores gaúchos se reúnem em Brasília para decidir o destino das emendas de bancada — e, com elas, o futuro de obras aguardadas no Rio Grande do Sul. Entre as prioridades, uma causa mobiliza especialmente o norte do Estado: a Transbrasiliana (BR-153), ligação entre Erechim e Passo Fundo, ainda com 68,4 quilômetros sem asfalto.
Desde cedo de porta em porta
Antes da reunião, a terça-feira será de peregrinação pelos gabinetes. Uma comitiva de cerca de 20 lideranças regionais — formada por representantes da AMAU, AMPLA, Coredes Alto Uruguai e Planalto Médio (representados pela URI e UPF), empresários e integrantes do Comitê Pró BR-153, está desde cedo batendo de porta em porta, reforçando o pedido: que a Transbrasiliana seja escolhida como obra prioritária da Bancada Gaúcha para o orçamento da União de 2026.
Nunca esteve tão perto de sair das gavetas
E nunca a rodovia esteve tão perto de sair das gavetas do Planalto Central. O trabalho técnico avançou, há respaldo político e, pela primeira vez em meio século, a BR-153 tem condições reais de virar asfalto, desde que o apoio se confirme até o início da noite de hoje.
O ceticismo e a mudança de percepção
Mas o ceticismo da população é compreensível. Promessas sobre a Transbrasiliana já foram feitas, e ‘concluídas’, tantas vezes, que o descrédito virou defesa. A mudança de percepção só virá quando, em vez de discursos, as máquinas forem vistas, trabalhando na rodovia.
Levantamento aponta 27 votos favoráveis
O Jornal Bom Dia, por meio da coluna Pente Fino, buscou ouvir a maioria dos parlamentares sobre o voto desta terça-feira. De 28 contatos efetivos (dos 34 possíveis), 27 afirmaram apoio à Transbrasiliana — embora o voto seja secreto. Se a previsão se confirmar, o próximo passo será no Ministério dos Transportes, que já condicionou a execução da obra à escolha da Bancada Gaúcha como prioridade.
A esperança
Hoje, em Brasília, a esperança caminha de gabinete em gabinete — e o sonho de meio século pode, enfim, começar a sair do papel, mesmo que a política mostra, que não dá para comemorar vitória antes.