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Política

Prefeito Schmidt sinaliza um ‘frentão’ para apresentar à sociedade erechinense

E abre discussão para partidos que não estão no governo, flertando concorrer à deputado em 2022 em troca de seu apoio e seu grupo numa jogada eleitoral para o ano que vem

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“Não sou candidato na próxima eleição. E não vou mudar de ideia”
“É muito ruim o Pronto Socorro do Santa. Não temos instalações adequadas”
“O governo municipal pesa demais sobre os ombros do cidadão erechinense”
“Não posso ficar eternamente dizendo amém ao governo do Estado”
“Não estou conseguindo cumprir a promessa de campanha em reduzir 50% dos CCs”
“Temos seis Porsches, que os pais levam seus filhos para as creches municipais, onde não necessitari
“Não tenho mais direito de fazer bobagens, vou fazer 65 anos no mês que vem”
Por Rodrigo Finardi
Foto Rodrigo Finardi

Na manhã da quarta-feira (17), o prefeito de Erechim, Luiz Francisco Schmidt concedeu uma coletiva de imprensa, onde fez uma prestação de contas de seu governo. Garantiu mais uma vez que não concorre à reeleição e que pode concorrer a deputado estadual ou federal em 2022. A seguir os principais trechos da entrevista.

“Ganhamos velocidade, ganhamos corpo”

“Na primeira coletiva que concedi antes dos 100 dias de governo, dizia que estava muito insatisfeito com o ritmo de andamento das obras. Mas ganhamos velocidade, ganhamos corpo, talvez não na expectativa da população, mas na expectativa do gestor e dos recursos que dispomos estamos tentando avançar em todas as áreas”.  

“Não conseguimos fazer ainda o Distrito Industrial Norte”

“O Distrito Industrial Norte é uma das coisas que não conseguimos fazer ainda. São análises. São análises, mais análises. Análise do meio ambiente, análise de secretaria de Obras, análise de Desenvolvimento Econômico, consulta a Fepam, discussões eternas e não acontece. Mas agora me parece que juridicamente está perfeito. É a primeira experiência desse modelo de distrito industrial em todo o país. E isso me faz acreditar que estamos quase momento de relançar o edital, em 30, 60 dias. E vai acontecer muito rapidamente pois será a iniciativa privada que irá gerir. Isso era algo que me angustiava”.

“O Pronto Socorro do Santa me angustia”

“E outro problema que também me angustia, e nós não temos recursos para tudo, é o Pronto socorro do Hospital Santa Terezinha. É muito ruim, não temos instalações adequadas. Veio o projeto para nós aprovado e não gostei. O que temos que melhorar é a qualidade de acolhimento das pessoas. Vamos retomar o projeto que seja adequado para a população. Queremos avançar com segurança”.

“O erechinense está pagando os demais órgãos”

“Estou cansado de pegar o dinheiro dos senhores (contribuintes), onde 100% vai para a União, 24% retorna para o Estado e aos municípios cabe apenas 16%. E com esses recursos começo a pagar estagiários aqui, ali, são dezenas deles e dezenas de profissionais que o erechinense está pagando para os demais órgãos. Desde a Polícia Civil até a Defensoria Pública”.

“Vou enfrentar essa briga com o Estado”

“Eu estou e vou enfrentar essa briga com o Estado, pois chega dos municípios que são os mais pobres (referindo-se aos três entes) e ficarmos devolvendo recursos para órgãos estaduais e federais. Não posso ficar eternamente dizendo amém ao governo do Estado. Tivemos uma intervenção muito forte nos últimos dias na Junta Comercial. Erechim presta os serviços, o Estado arrecada em torno de R$ 50 mil por mês a cabe a prefeitura pagar os profissionais e as funções gratificadas. Desconstituímos as funções gratificadas e nomeamos apenas um profissional. É uma guerra permanente, que talvez a população não toma conhecimento. Que o Estado faça sua parte que estamos fazendo a nossa”.

“Acho inadequado o número de servidores em Erechim”

“É natural ser feitas comparações, tanto nos veículos de comunicação como internamente. Passo Fundo tem 230, 240 mil habitantes e tem 3.500 servidores. E Erechim com 105 mil habitantes tem 2.700 servidores. Com exceção de Triunfo que tem mais servidores que população, mas aqui em Erechim acho os números inadequados. E não estou dizendo que é o servidor A. B, C ou D. O governo pesa demais sobre os ombros do cidadão erechinense”

“Não temos poder de mudar essa realidade”

“Não temos poder de mudar essa realidade (referindo-se o número de servidores). Temos a esperança que com a reforma da Previdência e a reforma Trabalhista que tramitam no Congresso Nacional, nós possamos sim fazer análise de desempenho de servidor e aquele que não atender ser mandado embora. Quem trabalha certo, permanece. E aqueles que se encostam, se escondem, e temos em todas as áreas sempre, termos a possiblidade de demitir por justa causa. E que seja premiado aquele que é esforçado e trabalhador”.

“Dos hospitais orçamentados, Erechim é quem menos recebe”

“Depois de muita briga, Erechim vai ser incluído no Conselho Estadual de Saúde, através do diretor executivo do Santa Terezinha, Hélio Bianchi. Dos 25 hospitais orçamentados, Erechim é quem recebe menos. Vou fazer uma comparação a grosso modo. Se um paciente ficar 30 dias no hospital com uma determinada doença recebe R$ 8,7 mil. Um paciente com as mesmas condições, Tramandaí recebe R$ 37 mil. E por mais que se jogue dinheiro do contribuinte dentro do hospital, continuará deficitário. Numa reunião pesada na secretaria estadual de Saúde disse que gostaria que Erechim fosse tratado com a menor média do hospital que menos ganha”.

“Colocou apenas um mês e depois beijinho, beijinho e tchau, tchau”

“Até me provocam que eu disse na campanha se sobrasse um centavo seria usado na saúde, a verdade é que ou o Estado atende as necessidades da saúde ou o município fica inviabilizado. Não terá recursos suficientes. E não só para investimentos, mas para nenhuma ação. E isso não é justo com contribuinte alocar recursos onde o Estado tem que atuar. O governo que antecedeu Sartori prometeu ao ex-prefeito Paulo Polis que iria colocar dinheiro no hospital. Colocou apenas um mês e depois beijinho, beijinho e tchau, tchau”.

Nenhum governo é perfeito”

“Estamos cumprindo aquilo que nos propomos em termos de obras, em termos de saúde. Nenhum governo é perfeito. Nem o meu e não desconsidero os demais. Cada um ao seu tempo procura fazer as necessidades da cidade. Hoje estou satisfeito com o desempenho que estamos tendo”.

 

“Virão para cá as sete maiores empresas do mundo no edital da água e esgoto”

“A Corsan é outra briga, mas temos notícias boas. O Tribuna de Contas do Estado nos autorizou a relançar o edital de licitação para chamar todas as empresas para participar do certame para tratamento de água e esgoto de Erechim. É o maior contrato em andamento no RS, por isso a análise mais acurada do TCE. E as recomendações deles são importantes para nós, desde o primeiro instante. Isso nos garante a plena lisura de todo o processo. Virão para cá as sete maiores empresas do mundo que querem explorar a água e tratar o esgoto. O edital ainda leva alguns meses para ser relançado, mas será ainda em 2019”.

“Com o lançamento do edital queremos a redução das tarifas”

“A Corsan nos sinalizou com uma indenização pretérita de R$ 30 milhões por obras não realizadas. Embora discordássemos desse valor é melhor do que nada. Mas com o lançamento do edital queremos a redução das tarifas. E os técnicos estão estudando o valor da outorga que será bem superior aos R$ 30 milhões”.

“Chega de ficar bancando contas que não devemos”

“Na questão das creches estamos cinco anos adiantado do que determina a legislação federal. Estamos adotando critérios novos. Estamos cansados de pegar o seu dinheiro, cansado de trabalho, onde pais alegam artigo da Constituição Federal, onde todos são iguais perante a lei, daí temos seis Porsches, que os pais levam seus filhos para as creches municipais, onde não necessitariam. Estamos apertando o cerco e não posso tirar a vaga daquele trabalhador que precisa e não tem condições de pagar e dar a vaga para um Tio Patinhas sobre a égide da Constituição Federal. Já tiramos 70 crianças de outros municípios. Chega de ficar bancando contas que não devemos”.

“Varredura de 30 mil nomes nos cadastros da saúde”

“Na primeira varredura dos cadastros da saúde, foram retirados mais de 30 mil nomes. Pessoas que moram no Alto Uruguai, dizem que seus pais moram aqui para terem o tratamento mais acelerado na rede assistencial de nossa cidade”.

“O setor público não interviu em nenhum momento no Plano Diretor”

“Estamos consolidando uma nova redação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. No dia 30 de julho terá audiência pública sobre o tema. Depois de coletar todas as informações, dentro da lei, será encaminhado para a Câmara de Vereadores, onde passará por uma nova análise e até mesmo pressão de entidade sejam elas profissionais ou não, tentando alterar os índices de parâmetros do novo Plano Diretor. Foi elaborado durante quase dois anos e acredito ser uma legislação que atenda interesses de desenvolvimento de uma cidade do nosso porte. O setor público não interviu em nenhum momento e disse a comissão de revisão na primeira reunião em 2017, que tinham que criar o melhor para Erechim e apresentem para a sociedade”

“Não sou candidato na próxima eleição. E não vou mudar de ideia”

“Não sou candidato nas próximas eleições. Não sou candidato a prefeito e nem vice-prefeito e não vou mudar de opinião. Eu disse que era candidato à reeleição no mesmo dia me elegi para o primeiro mandato em 1996. Com isso ganhei amigos e inimigos, mas agora estou afirmando que não mudarei e não irei concorrer à reeleição nas eleições de 2020 em hipótese nenhuma”.

“O nome tem que ser um projeto da cidade e não político”

“O nome vai surgir não necessariamente do corpo governamental. Tem que ser um ‘nome que atenda as expectativas de um projeto de cidade e não político partidário. Pode ser do meu partido, de fora, da coligação. Pode ser o Marcos Lando, pode ser o Vinícius Anziliero, pode ser o Valdir Farina, pode ser o Beto Fabiani, pode ser o Altemir Barp. No momento oportuno teremos um candidato e diante de toda a complexidade de um pleito, ver se esse nome tem densidade eleitoral, para que possamos lançar esse nome”.

“No momento oportuno apresentaremos o candidato”

“Não tenho mais direito de fazer bobagens, vou fazer 65 anos no mês que vem. Todo o processo tem que ser amadurecido ao longo do tempo e no momento oportuno apresentarmos o candidato. E não do governo, e sim os partidos apresentarem um nome para a sociedade erechinense”.

“Posso concorrer a deputado em 2022”

“Minhas respostas são sempre muito objetivas. Posso concorrer a deputado em 2022. Não sou pré-candidato a deputado, mas Erechim tem que ter seus representantes. Era o que dizia o ex-prefeito Paulo Polis na eleição para deputado federal. Não temos representantes e quero que a região tenha. Não sou candidato a prefeito e posso concorrer a deputado, mas não ignifica que quero ser”. 

 

“Um único cidadão em 2016 fez 262 consultas”

“Nenhuma empresa de tecnologia consegue executar um programa que faça as UBSs conversarem com o Hospital Santa Terezinha. Isso é um pecado mortal. Já fomos atrás, temos um sistema no hospital fornecido por uma multinacional por empréstimo e sem custos.  Precisamos um grande programa de educação em todas as áreas. E dou em exemplo me repassado pelo Dr. Plínio Costa Júnior. Um único cidadão em 2016 fez 262 consultas”.  

“Consultamos 5,5 vezes por ano a população de Erechim”

“No ano passado tivemos o recorde de uma única pessoa consultar 92 vezes. Acredito ser caso para avaliação psiquiátrica. Nós consultamos a população de Erechim em média 5,5 vezes por ano. Temos doentes crônicos que precisam tratamento. Mas temos aqueles que não gostam de trabalhar que ficam o tempo inteiro no sistema de saúde. Um conhecido me disse: prefeito os exames não deram bem, vou ter que voltar a trabalhar”.

“Erechim deve ser o 5º município do Alto Uruguai em renda per capita”

“Somos uma cidade não tão rica. Duas empresas grandes que não foram bem de negócios causaram tanto estrago nas finanças públicas que afetou planos de saúde, prestador de serviços. A queda na arrecadação fez muito mal a Erechim, acrescido da crise que vem desde 2014. Erechim deve ser o 5º município no Alto Uruguai em arrecadação per capita”.

“Nosso papel não é guarda dinheiro, pois não somos um banco”

“Temos um planejamento desde o início e queremos realizar um grande volume de obras. Queremos entregar essa gestão com as quatro praças centrais remodeladas. Se os recursos são poucos, não podemos gastar desmensuradamente. Temos otimizados os gastos. Nosso papel não é guardar dinheiro pois não somos um banco, mas temos que executar as obras”  

“Até o término do governo pretendo conseguir a reforma administrativa”

“Não estou conseguindo cumprir a promessa de campanha em reduzir 50% dos Cargos em Comissão (CCs), mas até o término do governo pretendo conseguir com a reforma administrativa. Isso já foi possível com a integração da secretaria de Segurança Pública à secretaria de Obras Públicas. Estou devendo isso e é justa a cobrança. E devemos mudar isso também”.

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