Durante a pandemia, o artista plástico, Ulisses de Andrade Filho, precisou adiar projetos, em função das medidas restritivas para evitar a propagação do novo coronavírus, e, como já estava em Erechim, adotou o município para esperar esse momento passar.

“A pandemia afetou a dinâmica do meu trabalho, assim como de todos os trabalhadores culturais no país, mas principalmente o artista plástico, que precisa de exposição para divulgar e comercializar seu trabalho, e como não podemos nos aglomerar, esse período trouxe muitos obstáculos para o setor. Estou ansioso para superarmos essa situação, porque é muito complicado para nós, artistas, não conseguimos planejar nada. Mas sou muito positivo e acredito que em breve teremos à disposição a vacina e poderemos comemorar o fim dessa pandemia com uma grande festa, em todo o mundo”, contou à reportagem do Jornal Bom Dia.

Nascido na Bahia e criado no Rio de Janeiro, Ulisses formou uma família de “coração”, na Capital da Amizade. “Aqui fiz muitos amigos, que são como irmãos para mim e são pessoas que escolhi para estar em minha vida, como uma família mesmo”.  Ainda, o artista morou no exterior, em Londres (Inglaterra) no ano de 1970 e em 1973 se mudou para Nova Iorque (Estados Unidos) e retornou ao Brasil em 2010.

A última exposição do artista plástico foi em um Pub House de Erechim, no ano passado. “Foi incrível, todo o planejamento até a exposição, foi algo muito particular, com muita liberdade. Sobretudo, estou vivendo uma outra fase de trabalho, uma maneira mais concisa, concreta e com mais peso”. Ulisses já havia apresentado seu trabalho no município, em 1999 no Castelinho.

Com inspiração na Pop Art Americana, Ulisses comenta que ao longo da sua trajetória teve oportunidade de trabalhar junto à diversos artistas renomados. “Essas pessoas são minhas principais influências, desde as cores, traços e como estive em muitos lugares, conheci artistas bacanas”.

Projeto Divinas

Um dos principais trabalhos de Ulisses é o projeto “Divinas”. “Eu estampo algumas mulheres que possuem uma certa projeção e não só socialmente, mas que tenham papel importante à cidade. A pandemia adiou esse projeto que já fiz no país inteiro e pretendo realizar em Erechim. Conheço a história das mulheres e isso influencia na composição da arte, ela irá virar o personagem de uma história, então as cores, por exemplo, são escolhidas de acordo com a pessoa”.

Além disso, o artista precisou adiar alguns cursos que ele ministra em diversas regiões no país. “Assim que a pandemia for controlada, principalmente, a partir da vacinação das pessoas, retomarei os projetos e pretendo entrar em uma galeria do Rio de Janeiro que tem interesse em meu trabalho”, concluiu Ulisses.